Eric Martin nos vocais, Paul Gilbert na guitarra, Billy Sheehan no baixo e Pat Torpey na bateria. Salvo por uma passagem de Richie Kotzen nas seis cordas – e Matt Starr segurando as baquetas nas últimas turnês em substituição ao titular impossibilitado pelo Parkinson que o vitimou –, a formação do Mr. Big sempre esteve na ponta da língua dos fãs. Porém, a situação quase foi bem diferente.
Ao contrário do que acontece com a maioria, a banda foi formada com o intuito de ser um supergrupo desde a concepção. Acompanhado do empresário e produtor Mike Varney, da Shrapnel Records – reconhecida como berço dos shredders, guitarristas virtuosos que dominaram o cenário oitentista –, Billy Sheehan recrutou Eric Martin já de saída. Só que os outros nomes do quarteto seriam o guitarrista Steve Stevens, famoso pela parceria de décadas com Billy Idol, e o baterista Gregg Bissonette, parceiro de Sheehan no grupo de David Lee Roth.
Após alguns desacertos, Paul Gilbert e Pat Torpey preencheram as vagas e o Mr. Big refinou sua proposta musical no arena rock com pegada blueseira e exibicionismo técnico sem deixar que a melodia ficasse de lado. Oriundo do AOR com influências de soul music e R&B, Eric Martin confessou à Classic Rock Magazine ter estranhado os primeiros passos.
“Ainda era novo para o estilo. Sentia-me um camaleão. Não queria apenas cantar rock convencional. Sempre teria meu soul para adicionar, mesmo se os caras falassem: ‘ei, Otis Redding, simplifica’.”
Mr. Big e a fama com “To Be With You”
O primeiro álbum, homônimo e lançado em 1989, foi composto em cerca de uma semana. Apesar de bastante apreciado pelos fãs, a coisa engrenaria de vez apenas com o segundo, “Lean Into It“, de 1991.
A principal responsável foi a balada voz-e-violão “To Be With You”, única música de toda a carreira da banda a chegar ao topo da parada de singles americana, feito repetido em outros onze países. E que, obviamente, trouxe consequências para o bem e o mal, como destacou o cantor.
“O estouro de ‘To Be With You’ foi uma bênção e, ao mesmo tempo, uma maldição. Passamos o resto da carreira sendo pressionados para repetir o sucesso. Mas não é o tipo de coisa que se decide fazer, simplesmente acontece.”
Gozando de gigantesca popularidade no Japão, o Mr. Big se separou em 2002, retornando sete anos mais tarde. Após mais três discos de estúdio e registros ao vivo, o falecimento de Pat Torpey em 2018 colocou planos futuros em compasso de espera até segunda ordem.
Paul Gilbert já aponta que a banda não deve voltar, conforme revelado em entrevista a IgorMiranda.com.br.