Eric Clapton voltou a se envolver em polêmica envolvendo o movimento antivacina. Desta vez, ele não só incentivou a ideia, como também a bancou, ao doar mil libras esterlinas (o equivalente a mais de 7,5 mil reais) para uma banda britânica que divulga o que chama de “opiniões pró-escolha médica” – ou seja, antivacinas.
O grupo é conhecido como Jam For Freedom e se apresenta nas ruas, em shows gratuitos, o que costuma causar inclusive problemas com a polícia do Reino Unido. O equipamento deles era transportado por uma van que sofreu “perda total” após um acidente.
Em busca de ajuda para manter o projeto, o fundador e baterista Cambel McLaughlin abriu uma campanha de financiamento coletivo. Em entrevista à Rolling Stone, ele revelou sua surpresa ao notar uma doação de mil libras ao projeto em nome de Eric Clapton.
A situação levou os músicos a estabelecerem contato via e-mail. Eles até já se encontraram e Clapton chegou a emprestar sua van particular para que o Jam For Freedom siga na estrada, além de doar mais dinheiro.
De acordo com Cambel McLaughlin, o guitarrista se ofereceu até mesmo para participar de uma das apresentações no futuro, orgulhoso pelo trabalho que o Jam For Freedom está desempenhando. Curiosamente, o guitarrista está vacinado com duas doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca.
Eric Clapton e o negacionismo
Desde o início da pandemia, Eric Clapton tem se posicionado contra o lockdown e outras medidas de segurança no combate à Covid-19. O guitarrista chegou a gravar uma música com Van Morrison que encoraja o desrespeito às normas e suas opiniões ficaram ainda mais radicais quando sofreu reações ao receber o imunizante da AstraZeneca. Ele também compartilhou informações falsas sobre a vacinação.
Em meio a tudo isso, o músico confessou que tem sido deixado de lado por amigos e familiares devido a seu posicionamento. Falando ao canal Oracle Films, no YouTube, o guitarrista comentou que se sente relegado a um ostracismo por “pensar diferente” – o que o fez pensar em mudar de país para recomeçar a vida.
“Tentei entrar em contato com colegas músicos. Não ouço mais falar deles. Meu telefone não toca muito. Não recebo mais tantos textos e e-mails, é bem notório. Pensei seriamente sobre sair da Inglaterra com minha família. Vamos viver em outro lugar, começar em outro lugar.”
Mais recentemente, o músico havia declarado que não tocaria em nenhum local onde fosse exigido comprovante de vacinação contra Covid-19, alegando “discriminação”. Meses depois, quebrou a promessa ao tocar em um evento nos Estados Unidos que demandava a comprovação.