A lenda de Robert Johnson e seu suposto pacto com o diabo é famosa até por quem não é muito habituado ao blues. Foi tema de inúmeros filmes, documentários, músicas e referências na cultura pop em geral. Mas qual é a verdade por trás dela?
Talentoso bluesman da década de 1930, Johnson tinha um jeito único de tocar sua guitarra. A receita para isso, de acordo com a fantasiosa lenda em seu entorno, era “simples”: um pacto com o diabo firmado em uma encruzilhada, onde o músico americano teria oferecido sua alma em troca do sucesso e talento.
De fato, Robert Johnson teve um professor, porém, obviamente, não era o diabo. Seu nome era Isaiah “Ike” Zimmerman, um músico habilidoso que acolheu Johnson em sua casa e fez dele um guitarrista excepcional para a época.
A história pode não ter tanto glamour quanto a lenda, mas é conhecida entre aqueles que pesquisam a história do chamado Mississippi Delta Blues, do qual Robert foi tão importante.
A origem da lenda envolvendo Robert Johnson
Ike Zimmerman – que, por uma ironia do destino, tem o mesmo sobrenome de Bob Dylan, cujo nome de batismo é Robert Zimmerman – tinha uma técnica bastante apurada em seu instrumento para aqueles tempos. Devido a essa habilidade incomum, o músico nascido no Alabama, mas radicado no Mississippi, também era alvo de lendas e contos macabros a seu respeito.
Essas lendas surgiram justamente em algum momento da década de 1920, durante um ou dois anos em que Robert Johnson viveu com sua família.
A casa da família Zimmerman ficava próxima a um cemitério e não era raro ver Ike e Robert tocando seu blues entre as sepulturas, durante a noite.
A cena pode até parecer macabra, mas havia uma motivação bem mais simples: não incomodar o restante da família ou vizinhos com o som das guitarras. O sossego típico do cemitério também atraiu Johnson, que tinha suas aulas no local com o professor, em busca de um espaço mais calmo para aprender a tocar violão.
Ike Zimmerman: professor e compositor?
Sabe-se que Ike Zimmerman tinha outros alunos além de Robert Johnson, incluindo mulheres. Uma delas, cujo nome é desconhecido, era notória por ser tão habilidosa quanto o famoso bluesman, destacando-se entre os estudantes.
Além disso, os descendentes do professor afirmam que algumas das músicas de sucesso de Johnson foram escritas em conjunto com seu professor. Alguns exemplos seriam “Dust My Broom” e “Come On In My Kitchen”, entre outras que teriam sido compostas nas aulas.
O professor de Robert Johnson nunca lançou um álbum e se aposentou da música na década de 50, se tornando um pastor pentecostal. Ele morreu em 1967, aos 60 anos, em Los Angeles.
Já estamos tão acostumados com a ideia de pacto com diabo que ter aulas num cemitério entre as catacumbas é bem mais aterrorizante do que a “suposta” lenda.
O fato é que existia a encruzilhada certa sobre o pacto. E a história não é lenda. Agora se algum pacto existiu impossível provar.
Eu não acho um absurdo que ele possa ter feito um pacto mesmo sem uma resposta direta do diabo ou seila o que for que seja.
Afinal é uma relação sobrenatural mística que pessoas fazem por aí.
se ele aprendeu a tocar num cemitério
Outros rituais que não são divulgados podem estar aí sim.