Robert Johnson tem uma história emblemática. O bluesman nasceu em 8 de maio de 1911 morreu, sob circunstâncias misteriosas, em 16 de agosto de 1938, com apenas 27 anos de idade.
Faltam informações e sobram teorias da conspiração sobre o músico, que tinha origem humilde e vivia no estado americano do Mississippi. A mais famosa teoria sobre Johnson aponta que ele teria “vendido a alma para o diabo” em troca de uma incrível técnica no violão e, consequentemente, grande fama.
Bobagem. Ele treinou muito e tinha um talento irrevogável, o que o transformou em uma das maiores referências do blues, em especial da ramificação Mississippi Delta Blues, de sonoridade peculiar, bem “raiz”. Foi ele quem trouxe as bases para o formato de blues de 12 compassos, reproduzido até hoje.
Quem ouve rock também precisa, automaticamente, reverenciar Robert Johnson. Nomes como Led Zeppelin, Bob Dylan, Rolling Stones e Eric Clapton, só para citar alguns dos mais consagrados, o tiveram como enorme influência.
A foto “perdida” de Robert Johnson
Importância à parte, faltam, como dito anteriormente, informações sobre o músico. Inclusive visuais. Até pouco tempo atrás, só existiam duas fotos de Johnson – eram tempos bem diferentes, com pouco acesso a câmeras, ainda mais no caso de alguém de origem tão humilde.
Em maio de 2020, Annye Anderson, meia-irmã de Robert, divulgou a terceira foto dele. O retrato foi liberado para promover o livro que ela escreveu sobre o músico, “Brother Robert: Growing Up With Robert Johnson“.
Veja:
A imagem revelada em 2020 foi tirada em uma cabine fotográfica em Memphis, nos Estados Unidos, na década de 1930. Annye Anderson conta:
“O lugar em que tiramos essa foto era bem próximo ao bar Pee Wee’s, onde ele compôs seus blues. Quando eu tinha 10 ou 11 anos de idade, entrei lá com minha irmã Carrie e o irmão Robert. Lembro dele carregando seu violão e dedilhando. Nessa cabine, você colocava uma moeda, puxava a cortina e fazia a foto. Não havia fotógrafo.
Levava essas fotos comigo, embrulhadas em um lenço. Trouxe apenas alguns pertences da casa dos meus pais. Quando mudei para a casa da minha irmã Charlyne, levei algumas coisas. Guardei essa foto de Robert, junto de outras, em um baú de cedro. Sempre a tive”
Confira, também, as outras duas fotos de Robert Johnson que se tinha conhecimento anteriormente:
A história da morte
Robert Johnson morreu em 16 de agosto de 1938, aos 27 anos. Ele consumiu uísque envenenado com estricnina pelo dono do bar onde estava se apresentando, Tree Folks, e até se recuperou, porém, com a saúde fragilizada, contraiu uma fatal pneumonia.
O proprietário do estabelecimento quis envenenar o músico devido a um flerte direcionado à sua esposa. Irritado, inseriu a substância que era usada na época como veneno de rato para acabar com a vida do artista.
Robert ainda recebeu o aviso de Sonny Boy Williamson, que supostamente sabia, já que a garrafa de uísque não estava lacrada, e tentou avisá-lo. De nada adiantou.
Como mencionado anteriormente, o envenenamento foi devidamente superado, mas, enfraquecido, contraiu uma pneumonia na mesma época. Faleceu três dias depois, em Greenwood, Mississippi.
O músico Son House, contemporâneo de Johnson, foi o responsável por inventar o célebre mito de que ele havia vendido a alma para o diabo em uma encruzilhada, em troca de habilidades com o violão e a guitarra. A lenda é citada no filme “Crossroads” e em um episódio da série “Supernatural”, além de diversas outras referências na cultura popular.