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Como o pai de Sharon Osbourne salvou a conta bancária do Queen nos anos 70

O Queen, uma das maiores bandas de rock da história, passou por muitos problemas no início da carreira devido a questões empresariais. A banda não recebia quase nada do que merecia antes de seu quarto álbum, ‘A Night at the Opera’ (1975), e o empresário Don Arden, pai de Sharon Osbourne já falecido, foi o responsável por tirar o quarteto do buraco.

Apesar de ‘A Night at the Opera’ ter sido o primeiro trabalho de sucesso estratosférico, o Queen já havia conquistado bastante notoriedade com os discos anteriores: ‘Queen’ (1973), ‘Queen II’ (1974) e ‘Sheer Heart Attack’ (1974). O single ‘Killer Queen’, deste último trabalho de estúdio citado, conseguiu posições expressivas nas paradas do Reino Unido (2°), Estados Unidos (12°) e Alemanha (12°), além de conquistar certificação de ouro na Itália.

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Além disso, o Queen vinha sendo elogiado pelo trabalho feito nos palcos. Não à toa, na turnê de ‘Sheer Heart Attack’, chegaram a tocar no Budokan, em Tóquio, Japão, para 15 mil pessoas em duas noites seguidas.

Ainda assim, o dinheiro não chegava a Freddie Mercury, Brian May, Roger Taylor e John Deacon. Este último precisou implorar para receber duas mil libras para dar de entrada em uma casa, enquanto os empresários, os irmãos Norman e Barry Sheffield, da Trident Studios, estavam dirigindo carrões e aumentando suas fortunas.

Claro, não foi uma relação 100% exploratória: o Queen assinou com os irmãos Sheffield em um momento onde ninguém queria investir neles. A Trident, que já tinha nomes como Elton John e David Bowie em seu cast, investiu bastante no quarteto britânico e conseguiu um contrato com a gravadora EMI para eles.

Só que o acordo feito entre Queen e Trident privilegiava bastante os empresários em caso de sucesso da banda. Apesar do contrato com a EMI, nada era assinado diretamente pelos músicos: todos os acordos haviam sido feitos pelos irmãos Sheffield, fazendo com que eles fossem os reais detentores dos direitos de publicação das músicas, além de serem os titulares dos contratos com a EMI e de turnês.

Don Arden salva o Queen

Foi aí que a figura de Don Arden, que morreu em 2007, entrou em cena. Em antiga entrevista à Classic Rock, ele relembrou que os músicos do Queen estavam pedindo conselhos a Sharon, que era amiga deles. Na época, Sharon ainda era uma ajudante de Don, então, sugeriu que o pai oferecesse suas dicas.

“Meu conselho era: caiam fora dessa. Só que eles tinham muito medo dos irmãos Sheffield, achavam que eles eram os donos da rua. Por conta desses acordos que não foram bem feitos, o Queen tinha direito a um teto e uma van velha que usavam para turnês. Eu não acreditava. Eles pediram para eu me tornar o empresário deles e eu falei: ‘ok, mande seu advogado enviar uma carta para mim com as intenções e eu vou livrar vocês desses caras'”, contou Don Arden.

No dia seguinte, Arden chegou de surpresa, sem marcar horário, no escritório dos irmãos Sheffield. “Eu sabia que eles eram farsantes. Quando cheguei e me apresentei, eles ficaram assustados. Começaram a falar sobre todas as joias que compravam para suas esposas. Falei: ‘Ok, vamos deixar as amenidades de lado. Ouçam com atenção: estou aqui para informar que vocês não representam mais o Queen, ok?'”, relembrou o empresário, deixando os irmãos com os rabos entre as pernas.

Don Arden disse que chegou a dar uma dica para eles: “se tivessem pelo menos comprado uma p*rra de um carro para eles  colocado um pouco de dinheiro no bolso deles, nada disso aconteceria, então, por que vocês não fizeram isso e ainda pensaram em ferrar com eles?”. O empresário, então, ofereceu 100 mil libras para que pudessem abrir mão do Queen sem causar nenhum tipo de problema na Justiça. Os irmãos Sheffield, claro, aceitaram a grana e ficaram de bico calado.

“Quando fui contar ao Queen o que fiz, eles literalmente pularam de alegria. Começaram a me abraçar e beijar. Porém, depois que eles botaram a mão na grana, nunca mais ouvi falar deles”, relembra Don Arden.

O motivo, de acordo com Sharon Osbourne, é que eles preferiram trabalhar com John Reid, empresário de Elton John. “Foi por causa de Freddie. John também era gay e acho que Freddie se sentia seguro ao lado dele”, relembrou a empresária e esposa de Ozzy Osbourne.

John Reid e o single ‘Bohemian Rhapsody’

No fim das contas, John Reid foi uma boa escolha para o Queen. Foi ele o responsável por insistir com a EMI que a música ‘Bohemian Rhapsody’, um épico de 6 minutos que não tinha nada de radiofônico, deveria ser o single do novo álbum ‘A Night at the Opera’.

A gravadora, claro, não topou de primeira, mas Reid foi insistente. O golpe de gênio deu curto e ‘Bohemian Rhapsody’ atingiu o primeiro lugar das paradas de 7 países, incluindo Reino Unido, além um 9° lugar nos Estados Unidos, onde o compacto foi certificado 8x platina – pelas mais de 8 milhões de cópias vendidas. O resto é história.

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Igor Miranda
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Apesar de ‘A Night at the Opera’ ter sido o primeiro trabalho de sucesso estratosférico, o Queen já havia conquistado bastante notoriedade com os discos anteriores: ‘Queen’ (1973), ‘Queen II’ (1974) e ‘Sheer Heart Attack’ (1974). O single ‘Killer Queen’, deste último trabalho de estúdio citado, conseguiu posições expressivas nas paradas do Reino Unido (2°), Estados Unidos (12°) e Alemanha (12°), além de conquistar certificação de ouro na Itália.

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Além disso, o Queen vinha sendo elogiado pelo trabalho feito nos palcos. Não à toa, na turnê de ‘Sheer Heart Attack’, chegaram a tocar no Budokan, em Tóquio, Japão, para 15 mil pessoas em duas noites seguidas.

Ainda assim, o dinheiro não chegava a Freddie Mercury, Brian May, Roger Taylor e John Deacon. Este último precisou implorar para receber duas mil libras para dar de entrada em uma casa, enquanto os empresários, os irmãos Norman e Barry Sheffield, da Trident Studios, estavam dirigindo carrões e aumentando suas fortunas.

Claro, não foi uma relação 100% exploratória: o Queen assinou com os irmãos Sheffield em um momento onde ninguém queria investir neles. A Trident, que já tinha nomes como Elton John e David Bowie em seu cast, investiu bastante no quarteto britânico e conseguiu um contrato com a gravadora EMI para eles.

Só que o acordo feito entre Queen e Trident privilegiava bastante os empresários em caso de sucesso da banda. Apesar do contrato com a EMI, nada era assinado diretamente pelos músicos: todos os acordos haviam sido feitos pelos irmãos Sheffield, fazendo com que eles fossem os reais detentores dos direitos de publicação das músicas, além de serem os titulares dos contratos com a EMI e de turnês.

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Foi aí que a figura de Don Arden, que morreu em 2007, entrou em cena. Em antiga entrevista à Classic Rock, ele relembrou que os músicos do Queen estavam pedindo conselhos a Sharon, que era amiga deles. Na época, Sharon ainda era uma ajudante de Don, então, sugeriu que o pai oferecesse suas dicas.

“Meu conselho era: caiam fora dessa. Só que eles tinham muito medo dos irmãos Sheffield, achavam que eles eram os donos da rua. Por conta desses acordos que não foram bem feitos, o Queen tinha direito a um teto e uma van velha que usavam para turnês. Eu não acreditava. Eles pediram para eu me tornar o empresário deles e eu falei: ‘ok, mande seu advogado enviar uma carta para mim com as intenções e eu vou livrar vocês desses caras'”, contou Don Arden.

No dia seguinte, Arden chegou de surpresa, sem marcar horário, no escritório dos irmãos Sheffield. “Eu sabia que eles eram farsantes. Quando cheguei e me apresentei, eles ficaram assustados. Começaram a falar sobre todas as joias que compravam para suas esposas. Falei: ‘Ok, vamos deixar as amenidades de lado. Ouçam com atenção: estou aqui para informar que vocês não representam mais o Queen, ok?'”, relembrou o empresário, deixando os irmãos com os rabos entre as pernas.

Don Arden disse que chegou a dar uma dica para eles: “se tivessem pelo menos comprado uma p*rra de um carro para eles  colocado um pouco de dinheiro no bolso deles, nada disso aconteceria, então, por que vocês não fizeram isso e ainda pensaram em ferrar com eles?”. O empresário, então, ofereceu 100 mil libras para que pudessem abrir mão do Queen sem causar nenhum tipo de problema na Justiça. Os irmãos Sheffield, claro, aceitaram a grana e ficaram de bico calado.

“Quando fui contar ao Queen o que fiz, eles literalmente pularam de alegria. Começaram a me abraçar e beijar. Porém, depois que eles botaram a mão na grana, nunca mais ouvi falar deles”, relembra Don Arden.

O motivo, de acordo com Sharon Osbourne, é que eles preferiram trabalhar com John Reid, empresário de Elton John. “Foi por causa de Freddie. John também era gay e acho que Freddie se sentia seguro ao lado dele”, relembrou a empresária e esposa de Ozzy Osbourne.

John Reid e o single ‘Bohemian Rhapsody’

No fim das contas, John Reid foi uma boa escolha para o Queen. Foi ele o responsável por insistir com a EMI que a música ‘Bohemian Rhapsody’, um épico de 6 minutos que não tinha nada de radiofônico, deveria ser o single do novo álbum ‘A Night at the Opera’.

A gravadora, claro, não topou de primeira, mas Reid foi insistente. O golpe de gênio deu curto e ‘Bohemian Rhapsody’ atingiu o primeiro lugar das paradas de 7 países, incluindo Reino Unido, além um 9° lugar nos Estados Unidos, onde o compacto foi certificado 8x platina – pelas mais de 8 milhões de cópias vendidas. O resto é história.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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