Trivium reforça continuidade com What the Dead Men Say, ouça e leia resenha

O Trivium lançou, nesta sexta-feira (24), seu 9° álbum de estúdio. O trabalho, intitulado ‘What the Dead Men Say’, chega a público pela Roadrunner Records.

Em comunicado ligeiramente genérico, mas preciso, o vocalista e guitarrista Matt Heafy disse que ‘What the Dead Men Say’ traz “tudo o que é o Trivium”. “É possível ouvir os ingredientes adequados do passado, presente e futuro do Trivium. O som resume tudo o que a banda faz”, disse.

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O baixista Paolo Gregoletto complementa: “Com esse novo álbum, pegamos tudo aquilo que funcionou em ‘The Sin and the Sentence’ (disco anterior, de 2017) e elevamos até o 11”. A formação é completa pelo baterista Alex Bent e o guitarrista Corey Beaulieu.

Ouça a seguir, via Spotify ou YouTube (playlist):

Resenha: Trivium reforça continuidade em What the Dead Men Say

Entre os nomes de metal que se consagraram na década de 2000 – acredite, ainda tem gente que chama essas bandas de “novas” -, o Trivium é dono de uma das discografias mais inconstantes. Muito disso vem de experimentos que nem sempre funcionaram bem.

Por ter um leque de influências mais amplo que o normal dentro do metal, o Trivium é uma banda, naturalmente, inquieta em termos criativos. Estamos falando de caras que misturam thrash metal, metalcore, progressivo e, pasme, até alguns detalhes de power metal. Todavia, parte do mérito de uma carreira longeva na música vem de saber como e, ainda mais importante, quando promover seus experimentos.

As mudanças percebidas logo no terceiro álbum, ‘The Crusade’ (2006), acenderam um sinal de alerta para os fãs, especialmente no que diz respeito ao uso mais frequente de vocais limpos. Apesar disso, o trabalho foi bem recebido. A fórmula foi mantida em ‘Shogun’ (2008), mas ‘In Waves’ resgatou o som dos primórdios e, visivelmente, agradou mais.

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Seria o momento de resgatar a essência dos primeiros álbuns, correto? Curiosamente, não foi o que aconteceu, já que ‘Vengeance Falls’ (2013) volta a fugir da pegada primordial do Trivium, em um trabalho contestavelmente produzido por David Draiman (Disturbed). Na sequência, ‘Silence in the Snow’ (2015) flerta com o heavy metal tradicional e é o primeiro álbum do Trivium a trazer apenas vocais limpos, já que Heafy enfrentava um problema nas cordas vocais.

Demorou, mas o Trivium fez justiça à sonoridade que o consagrou em ‘The Sin and the Sentence’ (2017). E toda essa história é contada para reforçar que, em meio a tropeços e muita inquietude no passado, ‘What the Dead Men Say’ é, talvez, o primeiro trabalho de real continuidade do Trivium em quase 15 anos. Por isso, os comunicados clichê de Heafy e Gregoletto acabam representando o que esse álbum realmente traz.

A introdução ‘IX’ abre alas para a faixa título, que tem todas as características esperadas do Trivium em meio à esperada união entre peso e ganchos melódicos. ‘Catastrophist’, faixa mais longa do álbum (6min28seg), vem na sequência para intensificar esses predicados: versos mais viscerais, refrão ainda mais melódico. A seção instrumental no meio, com mudança de clima e veia bem progressiva, é o grande destaque.

Priorizando os vocais gritados, ‘Amongst The Shadows & The Stones’ reforça a conexão com os primeiros trabalhos da carreira do Trivium, enquanto a soturna ‘Bleed Into Me’ é, na maior parte do tempo, uma das músicas mais radiofônicas do disco. ‘The Defiant’, por sua vez, retoma a fórmula “verso pesado/refrão melódico” em uma pegada mais metalcore.

‘Sickness Unto You’, outra faixa que ultrapassa os 6 minutos de duração, até começa lenta, mas se desenvolve para um frenesi que explora bem as famosas blast beats e os riffs de guitarra. Uma das melhores do álbum. De vocais mais limpos, ‘Scattering The Ashes’ é o tipo de música ideal para apresentar o Trivium a quem não está tão familiarizado com a sonoridade.

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‘Bending The Arc To Fear’ traz um verdadeiro show instrumental do quarteto, enquanto o encerramento com ‘The Ones We Leave Behind’ acumula vários elementos que já apresentados ao longo do álbum. Os vocais limpos dominam a faixa, que também apresenta um solo acima da média.

Na música, experimentos são bem recomendados, especialmente em um estilo que carece de novidades. Relembro do que disse ao início do texto: no metal, banda com 20 anos de carreira é chamada de “nova”. Todavia, o processo evolutivo do Trivium foi tão acelerado que, hoje, o “feijão com arroz” é a melhor opção para os fãs.

Diante desse cenário, ‘What the Dead Men Say’ é o álbum que os fãs de Trivium precisavam em meio a um contexto necessário de continuidade. O Trivium tem todos os predicados para se solidificar como um dos grandes nomes da música pesada na próxima década. Basta usá-los, como fez nesse bom disco.

O novo álbum do Trivium está representado na playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:

Veja, abaixo, a capa e a tracklist de ‘What the Dead Men Say’:

01. IX
02. What The Dead Men Say
03. Catastrophist
04. Amongst The Shadows And The Stones
05. Bleed Into Me
06. The Defiant
07. Sickness Unto You
08. Scattering The Ashes
09. Bending The Arc To Fear
10. The Ones We Leave Behind

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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