British Lion lança The Burning, 2° álbum que consegue ser pior que o 1°, ouça

O British Lion, projeto comandado pelo baixista e líder do Iron Maiden, Steve Harris, divulgou o seu segundo álbum de estúdio nesta sexta-feira (17). O trabalho é intitulado “The Burning”.

Além de Harris, a formação também conta com os guitarristas David Hawkins e Grahame Leslie, o baterista Simon Dawson e o vocalista Richard Taylor. O álbum de estreia, autointitulado, saiu em 2012.

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“Estamos trabalhando em ‘The Burning’ nos últimos 2 anos e todos estamos satisfeitos com os resultados. Começamos a tocar algumas dessas músicas nas turnês recentes e tivemos uma reação fantástica dos fãs, então, estamos empolgados por compartilhar esse álbum com o mundo. Também estamos ansiosos para ir à estrada e ver todos nos shows”, afirmou Richard Taylor, em material de divulgação.

Ouça abaixo, via Spotify ou YouTube (playlist), e confira minha opinião a seguir:

Genérico e sem inspiração

Chega a impressionar que o British Lion esteja trabalhando em “The Burning” há tanto tempo. O álbum é tão fraco que parece, na verdade, ter sido feito às pressas. O grande problema está nas músicas, que não convencem e abusam de clichês.

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O distanciamento do heavy metal típico do Maiden é mais do que saudável: é recomendável. Tanto o vocalista Bruce Dickinson quanto o guitarrista Adrian Smith lançaram trabalhos explorando outras sonoridades e obtiveram resultados satisfatórios. Só que o British Lion parece não conseguir fazer isso.

No primeiro álbum, o projeto até consegue chamar atenção dos fãs mais devotos de Steve Harris porque a sonoridade percorre pelas influências indicadas logo nos primeiros comunicados à imprensa: hard rock de nomes como Wishbone Ash, Thin Lizzy e outros nomes dos anos 70 que influenciaram o baixista e chefe do Maiden. Pontos fracos foram mencionados, mas o saldo final, ao menos, não desagradava.

Em “The Burning”, a falta de identidade é tamanha que aberturas e refrães de algumas músicas como “City Of Fallen Angels”, “Father Lucifer” e “Legend” soam como 3 Doors Down ou alguma banda genérica de post-grunge. Parece que somos transportados para o que houve de pior entre o fim da década de 1990 e início dos anos 2000.

Como o repertório é fraco, os pontos de atenção do primeiro álbum estão ainda mais sensíveis aqui. A performance de Richard Taylor enquanto vocalista chega a irritar de tão previsível. Seu timbre não oferece variações, mas a impressão passada é de que ele também não busca outras soluções, como uma interpretação mais única. Com exceção de alguns solos, os guitarristas David Hawkins e Grahame Leslie são os que mais decepcionam pela falta de criatividade.

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Até mesmo Steve Harris soa deslocado aqui. O baixista tratou de reproduzir suas linhas galopantes em músicas que não pediam por isso, obrigando Simon Dawson a fazer uma bateria digna de Nicko McBrain em canções que seguem por outros caminhos.

“The Burning” é o tipo de trabalho que se ouve uma vez, por curiosidade, e depois passa batido. Uma pena, já que sempre se espera mais de um dos compositores mais importantes da história do heavy metal.

Veja, abaixo, a capa e a tracklist de “The Burning”:

1. City Of Fallen Angels
2. The Burning
3. Father Lucifer
4. Elysium
5. Lightning
6. Last Chance
7. Legend
8. Spit Fire
9. Land Of The Perfect People
10. Bible Black
11. Native Son

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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