O baterista Lee Kerslake, conhecido por ter tocado no Uriah Heep de 1971 a 2007 – permanecendo com Ozzy durante um pequeno intervalo entre 1979 e 1981 -, concedeu uma entrevista reveladora a Jimmy Kay, do The Metal Voice. Os trechos a seguir foram transcritos pelos sites SleazeRoxx e MetalAddicts.
Durante o bate-papo, Lee Kerslake contou que está com câncer – iniciado na próstata, mas já espalhado para o restante do corpo – e que seu médico lhe deu apenas oito meses de vida. O músico também revelou, sem entrar em detalhes, que está praticamente falido desde que precisou enfrentar Ozzy e Sharon Osbourne na justiça.
“É câncer de próstata, mas se espalhou para o restante do meu corpo e, agora, tenho câncer nos ossos – que é um tipo complicado. Então, o médico me deu cerca de oito meses de vida. No entanto, estou lutando como posso”, afirmou.
Kerslake está otimista com relação ao seu tempo restante de vida. “Há cinco anos, eles me deram quatro anos de vida. Tenho não apenas câncer ósseo, como, também, tenho psoríase e artrite psoriásica, bem como dois sopros cardíacos. Estou lutando contra isso e não há como dizer o que pode acontecer. Eles podem ter um novo medicamento e eu o experimentaria se me mantiver vivo. Sobrevivi por tanto tempo e por todo esse tempo tive câncer terminal, mas eu o desafiei porque a música me manteve lutando”, disse.
A situação financeira de Lee Kerslake
O baterista falou sobre a sua situação financeira, de forma breve, após ter revelado que fez as pazes com Ozzy e Sharon Osbourne. “Está tudo esquecido e perdoado. Escrevi uma carta pessoal para eles recentemente, pedindo para que me enviassem discos de platina por ‘Blizzard Of Ozz’ ou ‘Diary Of A Madman’, para pendurar em minha parede antes de morrer. Está na minha lista de desejos. Espero que eles aceitem. Fui à falência quando perdi o caso para Sharon e Ozzy nos tribunais. Custou-me centenas de milhares, tive que vender a casa e, depois, comecei a ficar doente. Nunca consegui voltar, mas um certificado de platina na minha parede seria fantástico e diria que ajudei a criar esses discos”, afirmou.
Graças a isso, o baterista – que lança um álbum solo chamado “Eleventeen” em 2019 – está correndo contra o tempo para concluir um documentário autobiográfico. Outros detalhes sobre a produção não foram revelados.
A ação judicial contra Ozzy Osbourne
A ação judicial a qual Lee Kerslake se refere é, possivelmente, sobre o pedido de royalties e créditos de composição por suas contribuições nos álbuns “Blizzard Of Ozz” (1980) e “Diary Of A Madman” (1981). O processo foi movido em 1998 junto do baixista Bob Daisley, que também reivindicava a autoria do material, contra Ozzy e Sharon Osbourne. Em função disso, o relançamento dos dois álbuns teve de ter o baixo e a bateria regravados por Robert Trujillo e Mike Bordin, respectivamente.
Apesar disso, Lee Kerslake diz que sua passagem pela banda de Ozzy Osbourne, chamada originalmente de Blizzard Of Ozz, teve “apenas prós, sem contras”. “O incrível de ter gravado esses discos é que todos deixaram a banda sozinha para fazê-los. Deixaram-nos fazer e era assim que queríamos. Tínhamos um produtor incrível, Max Norman. Havia o meu conhecimento de estúdio, bem como o de Bob – e, é claro, o talento de Randy Rhoads e Ozzy. Foi por isso que os álbuns se saíram tão bem”, afirmou.
Kerslake destacou, ainda, que co-escreveu sete músicas do “Diary Of A Madman”, como “Flying High Again”, “Over The Mountain” e “S.A.T.O.”. Ele também negou uma recente declaração do baterista Frankie Banali (Quiet Riot), em que ele diz ter criado a clássica introdução de “Over The Mountain”. “Ele é um mentiroso, porque nunca nos encontramos. Eu compus isso. Foi minha ideia”, disse.
– Frankie Banali diz que criou abertura de ‘Over The Mountain’, de Ozzy Osbourne