O vocalista Bruce Dickinson relembrou os seus primeiros meses com o Iron Maiden em entrevista à RTBF, com transcrição do Blabbermouth. O cantor, que saiu de uma banda chamada Samson para integrar o Maiden, destacou que a mudança representou, de imediato, um grande “upgrade” em sua carreira na música.
“Era como estar jogando para um time local da terceira divisão e, no minuto seguinte, te falam: ‘você vai jogar no Barcelona e o seu parceiro será Lionel Messi’. (risos) Você pensa: ‘é melhor praticar então'”, afirmou, inicialmente.
Dickinson sentiu tamanha responsabilidade que ficou muito assustado com seu primeiro show ao lado do Maiden. “Eu não conseguia nem abrir os olhos pelas primeiras cinco músicas. Estava tão apavorado para olhar para o público. Eu só pensava: ‘sei que eles estão aí’. Porém, eu era o vocalista e precisava assumir aquilo. É o meu trabalho”, disse.
– O boicote que o Iron Maiden sofreu por “The Number Of The Beast”
A agilidade do Iron Maiden em fazer músicas com Bruce Dickinson ajudou em seu processo de adaptação. “Obviamente, eu estava trabalhando com material antigo de início, mas fomos muito rápidos em fazer o material de ‘The Number Of The Beast’. Minha voz permitiu que a banda fizesse um material em uma dimensão completamente diferente. Foi o que fez as coisas ficarem muito mais fáceis: eu não tinha que reinterpretar coisas antigas. Tinha material novo para trabalhar”, afirmou.
Muito exigente consigo mesmo, Bruce destacou que também teria o mesmo rigor com a banda. “Eu avisei o empresário quando entrei para a banda – ele ainda é o empresário do Iron Maiden, Rod Smallwood -, dizendo: ‘serei um saco com vocês, você sabe, né?’. Ele respondeu: ‘sim, é por isso que queremos você, pois queremos alguém que contribua com ideias’. Quando fizemos o álbum seguinte, ‘Piece Of Mind’, já tínhamos um disco número um (nas paradas do Reino Unido). Contribuí muito com ‘Powerslave'”, disse.
O frontman comentou, ainda, que “entrar para o Iron Maiden foi a maior montanha-russa do mundo”. “Na maior parte das montanhas-russas, você desce, depois sobe, aí desce de novo. Porém, nessa, só descemos por cinco anos: sem parar, uma grande descarga de adrenalina por cinco anos”, afirmou.