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E se Randy Rhoads não tivesse morrido?

O guitarrista Randy Rhoads morreu no dia 19 de março de 1982, com apenas 25 anos de idade. Ele faleceu após um acidente de avião, em Leesburg, Flórida, nos Estados Unidos.

Mesmo com pouco tempo de vida e de carreira, Randy Rhoads se transformou em um dos guitarristas mais influentes do rock e metal. Ele foi um dos primeiros a aplicar o estilo neoclássico a gêneros mais pesados – o que Ritchie Blackmore fez no hard rock, Randy Rhoads fez no heavy metal.

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Até devido a essa influência do erudito, torna-se inevitável pensar em como seria o futuro de Randy Rhoads na música caso não tivesse morrido naquele fatídico acidente, em 1982. Ele teria ficado mais tempo com Ozzy Osbourne? Ou logo sairia? E, se abandonasse o barco, também deixaria o rock e o metal de lado?

O que se sabe

Há relatos de que Randy Rhoads já não estava muito satisfeito ao lado de Ozzy Osbourne. Por mais que o Madman o tenha alçado à fama, era necessário obedecer a um padrão em escala quase industrial de expressão artística.

As músicas deveriam estar adequadas ao heavy metal, as turnês era imensas e intermináveis e o tempo para compor e registrar um disco de inéditas era escasso. Em diversos momentos, Randy Rhoads deu demonstrações de que seu talento o permitiria ir além desses padrões.

Contudo, esses relatos da suposta insatisfação de Randy Rhoads são extraoficiais. Nem Ozzy Osbourne, nem outros envolvidos a Randy naquele período confirmam esta informação.

Estilo de vida incompatível

Um fator que poderia reduzir o tempo de permanência de Randy Rhoads na banda de Ozzy Osbourne é o estilo de vida do próprio guitarrista em contraponto ao restante dos músicos da época.

Enquanto boa parte dos rockstars daquele período – incluindo Ozzy Osbourne – consumiam bebidas alcoólicas e drogas, Randy Rhoads era o típico CDF. Há relatos de que o músico não era tão adepto à badalação e aos excessos que a fama permitia naquele período.

Influências musicais

Diferente de muitos músicos que passaram pela banda de Ozzy Osbourne ao longo dos anos, Randy Rhoads não era, exatamente, influenciado pelo trabalho do Madman nos tempos de Black Sabbath. Ele mesmo disse isso, em entrevista concedida em agosto de 1981.

“Não fui um grande fã de Black Sabbath, para ser honesto. Eles foram grandes no que eles fizeram. Obviamente eles trabalharam muito bem e tornaram-se enormes. Eu respeito isso. Não vamos entrar nisso, mas eu não era um grande fã”, disse.

Obviamente, Randy Rhoads gostava do estilo musical em que estava inserido. Por mais que tenha contado com a influência de música erudita ao longo de seu aprendizado, ele gostava de artistas como Alice Cooper e David Bowie. No entanto, não dá para dizer qe Randy era um metalhead. Não à toa, seu trabalho anterior com o Quiet Riot era tipicamente orientado ao glam rock.

Além disso, cabe destacar que, por mais que Randy Rhoads adorasse seu próprio trabalho desenvolvido com Ozzy Osbourne, as músicas que ele citava como suas preferidas eram, justamente, aquelas com maior influência do erudito: “Mr. Crowley” e “Revelation (Mother Earth)”. Não é por acaso.

Enfim…

Musicalmente, é possível afirmar que Randy Rhoads tinha aspirações mais concretas, em longo prazo, que se desencontravam dos objetivos de Ozzy Osbourne. É difícil ser exato em uma previsão, mas é certo que Randy não duraria tanto tempo ao lado de Ozzy. Ou ele sairia, ou seria dispensado pelo Madman, já que Rhoads estava conquistando tantos holofotes quanto o cantor.

O leque de possibilidades após uma possível saída da banda de Ozzy Osbourne torna o exercício de imaginação ainda mais divertido. Enxergo Randy Rhoads em múltiplas vertentes, desenvolvendo um trabalho ligado à música erudita, um projeto mais ligado ao hard rock ou até uma ideia mais ousada, que aliasse as duas facetas.

No futuro, Randy Rhoads até poderia se reunir com Ozzy Osbourne. Desde a década de 1990, Ozzy se mostrou mais flexível em permitir que seus músicos se envolvam em projetos paralelos. Não o vejo concedendo autorização para que Randy ou qualquer outro músico trilhasse um caminho alternativo sem deixar o seu grupo ainda na década de 1980 – até porque a agenda de compromissos não permitia isto.

A única previsão que vejo rolar pela internet e que não enxergo como algo concreto é a que Randy Rhoads voltaria para se graduar em música por alguma universidade e passaria o restante de sua vida dando aulas. Acho muito difícil que isto ocorresse, por mais que houvesse certo cansaço relacionado ao trabalho com bandas. Randy poderia ter seguido este caminho desde sempre – tanto que dava aulas particulares de guitarra e violão -, mas, desde o início, quis trabalhar com criação de material autoral e shows.

Independente do exercício de imaginação que cada um faz com relação a Randy Rhoads, é consensual que ele deveria ter ficado por mais algum tempo entre nós. Não só por ter falecido em uma ocasião trágica e por toda vida é importante, mas, também, porque era alguém que ainda poderia oferecer muito à música como um todo.

Veja também: Uma reveladora entrevista da mãe de Randy Rhoads após a morte dele

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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E se Randy Rhoads não tivesse morrido?

O guitarrista Randy Rhoads morreu no dia 19 de março de 1982, com apenas 25 anos de idade. Ele faleceu após um acidente de avião, em Leesburg, Flórida, nos Estados Unidos.

Mesmo com pouco tempo de vida e de carreira, Randy Rhoads se transformou em um dos guitarristas mais influentes do rock e metal. Ele foi um dos primeiros a aplicar o estilo neoclássico a gêneros mais pesados – o que Ritchie Blackmore fez no hard rock, Randy Rhoads fez no heavy metal.

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Até devido a essa influência do erudito, torna-se inevitável pensar em como seria o futuro de Randy Rhoads na música caso não tivesse morrido naquele fatídico acidente, em 1982. Ele teria ficado mais tempo com Ozzy Osbourne? Ou logo sairia? E, se abandonasse o barco, também deixaria o rock e o metal de lado?

O que se sabe

Há relatos de que Randy Rhoads já não estava muito satisfeito ao lado de Ozzy Osbourne. Por mais que o Madman o tenha alçado à fama, era necessário obedecer a um padrão em escala quase industrial de expressão artística.

As músicas deveriam estar adequadas ao heavy metal, as turnês era imensas e intermináveis e o tempo para compor e registrar um disco de inéditas era escasso. Em diversos momentos, Randy Rhoads deu demonstrações de que seu talento o permitiria ir além desses padrões.

Contudo, esses relatos da suposta insatisfação de Randy Rhoads são extraoficiais. Nem Ozzy Osbourne, nem outros envolvidos a Randy naquele período confirmam esta informação.

Estilo de vida incompatível

Um fator que poderia reduzir o tempo de permanência de Randy Rhoads na banda de Ozzy Osbourne é o estilo de vida do próprio guitarrista em contraponto ao restante dos músicos da época.

Enquanto boa parte dos rockstars daquele período – incluindo Ozzy Osbourne – consumiam bebidas alcoólicas e drogas, Randy Rhoads era o típico CDF. Há relatos de que o músico não era tão adepto à badalação e aos excessos que a fama permitia naquele período.

Influências musicais

Diferente de muitos músicos que passaram pela banda de Ozzy Osbourne ao longo dos anos, Randy Rhoads não era, exatamente, influenciado pelo trabalho do Madman nos tempos de Black Sabbath. Ele mesmo disse isso, em entrevista concedida em agosto de 1981.

“Não fui um grande fã de Black Sabbath, para ser honesto. Eles foram grandes no que eles fizeram. Obviamente eles trabalharam muito bem e tornaram-se enormes. Eu respeito isso. Não vamos entrar nisso, mas eu não era um grande fã”, disse.

Obviamente, Randy Rhoads gostava do estilo musical em que estava inserido. Por mais que tenha contado com a influência de música erudita ao longo de seu aprendizado, ele gostava de artistas como Alice Cooper e David Bowie. No entanto, não dá para dizer qe Randy era um metalhead. Não à toa, seu trabalho anterior com o Quiet Riot era tipicamente orientado ao glam rock.

Além disso, cabe destacar que, por mais que Randy Rhoads adorasse seu próprio trabalho desenvolvido com Ozzy Osbourne, as músicas que ele citava como suas preferidas eram, justamente, aquelas com maior influência do erudito: “Mr. Crowley” e “Revelation (Mother Earth)”. Não é por acaso.

Enfim…

Musicalmente, é possível afirmar que Randy Rhoads tinha aspirações mais concretas, em longo prazo, que se desencontravam dos objetivos de Ozzy Osbourne. É difícil ser exato em uma previsão, mas é certo que Randy não duraria tanto tempo ao lado de Ozzy. Ou ele sairia, ou seria dispensado pelo Madman, já que Rhoads estava conquistando tantos holofotes quanto o cantor.

O leque de possibilidades após uma possível saída da banda de Ozzy Osbourne torna o exercício de imaginação ainda mais divertido. Enxergo Randy Rhoads em múltiplas vertentes, desenvolvendo um trabalho ligado à música erudita, um projeto mais ligado ao hard rock ou até uma ideia mais ousada, que aliasse as duas facetas.

No futuro, Randy Rhoads até poderia se reunir com Ozzy Osbourne. Desde a década de 1990, Ozzy se mostrou mais flexível em permitir que seus músicos se envolvam em projetos paralelos. Não o vejo concedendo autorização para que Randy ou qualquer outro músico trilhasse um caminho alternativo sem deixar o seu grupo ainda na década de 1980 – até porque a agenda de compromissos não permitia isto.

A única previsão que vejo rolar pela internet e que não enxergo como algo concreto é a que Randy Rhoads voltaria para se graduar em música por alguma universidade e passaria o restante de sua vida dando aulas. Acho muito difícil que isto ocorresse, por mais que houvesse certo cansaço relacionado ao trabalho com bandas. Randy poderia ter seguido este caminho desde sempre – tanto que dava aulas particulares de guitarra e violão -, mas, desde o início, quis trabalhar com criação de material autoral e shows.

Independente do exercício de imaginação que cada um faz com relação a Randy Rhoads, é consensual que ele deveria ter ficado por mais algum tempo entre nós. Não só por ter falecido em uma ocasião trágica e por toda vida é importante, mas, também, porque era alguém que ainda poderia oferecer muito à música como um todo.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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