As agonizantes últimas horas de Freddie Mercury

Nenhum relato sobre os últimos anos, dias ou momentos de Freddie Mercury é tão fiel quanto o de Jim Hutton. O cabeleireiro, morto em 2010, se relacionou com o lendário vocalista do Queen de 1985 até o último dia da vida do astro, 24 de novembro de 1991. Ele viu todo o sofrimento do cantor de perto.

O relato está presente no livro “Mercury And Me”, escrito por Jim Hutton e Tim Wapshott e lançado em 1995. Segue abaixo a tradução adaptada da parte da obra que descreve os últimos momentos do cantor.

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Momentos derradeiros

Dores severas afligiam Freddie Mercury diariamente em seus momentos derradeiros. Segundo Jim Hutton, a última vez que Freddie esteve consciente foi em 21 de novembro de 1991, uma quinta-feira, três dias antes da morte dele, quando Hutton o visitou na Garden Lodge, mansão extravagante que Mercury tanto gostava.

Jim Hutton se deitou ao lado de Freddie Mercury. O vocalista disse, suspirando: “pronto, todos saberão”. Na ocasião, Freddie se referia à carta em que anunciava, oficialmente, que estava com Aids. Ela foi enviada à imprensa e divulgada no dia 23 de novembro, um sábado, apenas um dia antes de sua morte.

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Já no dia 23, às 22h, Freddie Mercury começou a se contorcer de dor e pediu seus remédios a gritos, que eram quatro pílulas analgésicas. Descrente, Mercury havia abandonado o tratamento com AZT e outros medicamentos algum tempo antes. Jim Hutton dormiu abraçado a Freddie nesta noite.

O último dia de Freddie Mercury

Na madrugada do dia 24, um domingo, Freddie Mercury acordou Jim Hutton e pediu que ele o trouxesse uma fruta. Hutton levou fatias de manga e um copo com suco, para combater a desidratação que Freddie sofria.

Pouco após às 3h, Freddie acordou Jim de forma brusca. Seu rosto mostrava desespero. Freddie abria a boca desesperadamente, apontando para a garganta. Hutton não sabia o que fazer.

Cerca de 30 minutos depois, um dos enfermeiros de Freddie Mercury, chamado Joe, chegou ao local. Ele viu que havia um pedaço de manga na garganta de Freddie, que, sem forças, não conseguia nem engolir, nem cuspir. A fruta foi retirada.

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Fim da linha

Às 6h, Freddie pronunciava as suas últimas palavras: “xixi, xixi”. Joe e Jim Hutton levaram Freddie ao banheiro, pois ele não conseguia se locomover. Quando o colocaram de volta na cama, ouviram um barulho de um osso quebrando. Mercury se contorceu de dor e passou a ter convulsões.

O médico Gordon Atkinson chegou ao local e receitou uma injeção de morfina a Freddie Mercury, mas o vocalista era alérgico à substância. Horas depois, Elton John e Dave Clark, amigos de Freddie, o visitaram. O cantor estava com os olhos opacos e mal respondia a estímulos externos.

Sem forças, Freddie Mercury não conseguiu pedir para que o levassem ao banheiro. Então, fez suas necessidades na cama onde estava deitado. Jim Hutton trocou as roupas de Freddie, que, com muito esforço, subiu levemente a sua perna esquerda.

A perna logo perdeu força e, assim, Jim Hutton percebeu que Freddie estava morto. Jim abraçou Freddie e o cobriu de beijos. O sofrimento havia acabado.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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