15 bons discos de hard rock da 2ª metade da década de 1990

Aquele velho papo de que o grunge matou o hard rock, aquele da década de 1980, não cola há um bom tempo. O próprio estilo se saturou. Culpa, especialmente, das grandes gravadoras, que não tinham muito critério para apostar em qualquer grupo do gênero para que chegassem ao status de “novo Bon Jovi” ou “novo Guns N’ Roses” – oferecer ricos contratos a bandas como Tuff, Pretty Boy Floyd e Love/Hate já era demais, né?

No entanto, nenhum movimento de impacto, em qualquer segmento artístico, morre com o tempo. O hardão farofa continuou vivo nos anos 1990 e algumas bandas ainda conseguiram sucesso na década em questão. Poison, Tesla, Danger Danger, Mr. Big e outros, além dos já mencionados Bon Jovi e Guns N’ Roses, conseguiram boa repercussão com discos lançados entre 1990 e 1994.

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O problema é que, de 1995 até o fim da década, não há muitos trabalhos de referência no hard rock e em variações semelhantes, como sleaze e AOR/melodic. Tanto no âmbito comercial quanto em qualidade artística mesmo.

Ainda assim, há muita coisa boa – e, por vezes, esquecida – lançada nesse período. É o que essa lista pretende apresentar. Vale destacar que a intenção é fugir dos nomes de mega-sucesso. Ou seja, nada de Aerosmith, Bon Jovi, Whitesnake, Def Leppard e outros, apesar de também terem registrado bons trabalhos nessa época. Confira:

Firehouse – “3” [1995]: uma das poucas bandas que surgiram nos anos 1990 e que, ainda assim, conseguiram se manter relevantes após despontarem no início da década. Com uma pegada mais comercial, “3” contém os hits “I Live My Life For You” e “Here For You”, além de abrir portas para mercados alternativos, como América do Sul e Ásia.

Talisman – “Life” [1995]: apesar da repercussão ter sido bem abaixo em comparação aos antecessores, “Life” é um disco acima da média. Embalados pela versão feita para “Crazy”, de Seal, os músicos souberam como mesclar melodia e swing por aqui.

Tour de Force – “World On Fire” [1995]: pérola perdida do AOR, “World On Fire” é um apanhado de músicas que, se lançadas dez anos antes, poderiam ter algum sucesso.

Tyketto – “Shine” [1995]: o terceiro disco do Tyketto não se parece em quase nada com os anteriores, pela produção abaixo da média e por Steve Augeri não cantar nada parecido com o antecessor Danny Vaughn. Ainda assim, um bom trabalho.

Quiet Riot – “Down To The Bone” [1995]: apesar de um ou outro momento mais alternativo, “Down To The Bone” traz o típico hard n’ heavy da banda capitaneada por Kevin DuBrow. O quarteto, com Chuck Wright no lugar de Rudy Sarzo, está em plena forma aqui.

Gotthard – “G” [1996]: um dos grandes trabalhos do Gotthard, “G” segue a proposta dos antecessores à risca. A banda nunca se consagrou no mercado americano, mas já empilhava discos de ouro e platina na terra natal, Suíça.

Great White – “Let It Rock” [1996]: o Great White nunca decepciona. “Let It Rock” preserva os elementos típicos da banda em tempos nada atrativos para roqueiros mais conservadores.

W.A.S.P. – “Still Not Black Enough” [1995-1996]: depois do elaborado “The Crimson Idol” [1992], Blackie Lawless queria lançar um disco solo. Foi assim que o carregado “Still Not Black Enough” foi concebido. Ganhou o selo W.A.S.P. por ser pesado, mas é um disco ainda mais visceral e pessoal do que qualquer outro trabalho da banda.

Cry Of Love – “Empty Castle” [1997]: a sacada southern do Cry Of Love ganhou contornos soul com Robert Mason nos vocais. Um dos grandes trabalhos da década.

Night Ranger – “Neverland” [1997]: o Night Ranger até lançou um bom trabalho com Gary Moon no lugar de Jack Blades. Mas é Blades quem sabe fazer hits. Com o quinteto clássico reunido, “Neverland” resgata as raízes do hard rock melódico da banda.

Danger Danger – “Four The Hard Way” [1998]: o segundo trabalho com Paul Laine aproveita muita coisa de “Cockroach”, que sairia da gaveta no início da década seguinte. Mas o disco todo é bom.

Pink Cream 69 – “Electrified” [1998]: hard rock, heavy metal e AOR, tudo no mesmo caldeirão. É isso que o Pink Cream 69 apresenta em “Electrified” e em vários outros trabalhos com David Readman nos vocais.

Badlands – “Dusk” [1998]: sem as pompas da década anterior, o Badlands fez um disco mais pesado, na linha do Lynch Mob, para suceder “Voodoo Highway” [1991]. O trabalho acabou engavetado, já que a banda acabou e Ray Gillen morreu pouco tempo depois. Vale o play, especialmente pelo entrosamento de Gillen com Jake E. Lee.

Dokken – “Erase The Slate” [1999]: após o detestável “Shadowlife” [1997], George Lynch saiu do Dokken novamente. Em seu lugar, veio o sensacional Reb Beach, que deu sangue novo à banda. Bem elaborado e cheio de boas composições, “Erase The Slate” é um dos melhores álbuns do grupo.

Mr. Big – “Get Over It” [1999]: a saída de Paul Gilbert interrompeu um trabalho sólido desenvolvido pelo Mr. Big desde o fim dos anos 1980. Richie Kotzen o substituiu e mudou a perspectiva da banda, orientando a sonoridade para algo swingado, mais melódico e menos técnico – apesar de Kotzen também ser um shredder.

Menções honrosas:

  • Joe Lynn Turner – “Nothing’s Changed” [1995]
  • Brazen Abbot – “Eye of the Storm” [1996]
  • Y&T – “Endangered Species” [1997]
  • Harem Scarem – “Believe” [1997]
  • Unruly Child – “Waiting For The Sun” [1998]
  • Steelhouse Lane – “Metallic Blue” [1998]
  • Dare – “Calm Before The Storm” [1998]
  • Stuart Smith – “Heaven and Earth” [1998]
  • Burning Rain – “Burning Rain” [1999]
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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