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Folk music do Spangled Shore é divertida, pulsante e despretensiosa

Spangled Shore: “Coax The King” (2014)
Site oficial: www.spangledshore.com

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Antes mesmo da globalização, alguns termos mudaram de significado. Por séculos, folk music era, basicamente, “música folclórica” em tradução livre para o português. A partir de nomes como Bob Dylan, Joan Baez e outros, o significado é outro. Trata-se, especificamente, da música folclórica dos Estados Unidos.
Esse detalhe faz toda a diferença quando se analisa o trabalho do Spangled Shore, projeto fundado em Caxias do Sul (RS) pelo multi-instrumentista e único integrante, Gabriel Balbinot. O talentoso músico pouco (ou nada) se aproveita das raízes folclóricas do Brasil para praticar a sua folk music. O seu som é orientado para o que há de mais tradicional nos Estados Unidos.
Ao lado de JC Wallace, Gabriel Balbinot lançou o disco de estreia do Spangled Shore, “Coax The King”. As fortes pitadas de country e o tímido flerte com algumas construções melódicas do blues não afastam o projeto do objetivo principal: praticar folk music de ótimo gosto. Despretensioso, o álbum conquista por soar muito peculiar e, ao mesmo tempo, divertido.
“Coax The King” mostra que fazer o simples nem sempre é fácil. As boas letras e ótimas melodias que permeiam o disco são fruto da boa percepção musical de Gabriel Balbinot, que também é um cantor fora de série em termos de interpretação. O som pulsante também parece ter sido trabalhado para uma proposta ao vivo, já que as canções são fortes por si só.

Durante todo o play, a qualidade não se compromete. Composição, execução e produção são impecáveis. Enquanto arte, isolada, “Coax The King” é praticamente irretocável. O único problema, talvez para um audiófilo que se atenta a detalhes contextuais, é que o álbum soa um pouco deslocado na proposta em si. Não é fácil entender que o ótimo Gabriel Balbinot se ampara na música folclórica de outro país.
Por mais que as composições sejam em inglês – e creio que deva continuar dessa forma -, gostaria de ver, em um próximo registro, o Spangled Shore se aventurar em alguma vertente da rica música folclórica nacional. Soa desafiador. Seria não apenas interessante do ponto de vista artístico, mas complacente com o mercado no qual se está inserido.

Nota 8,5

01. I Hang My Head
02. The Sailor & The Oar
03. The Rascal
04. Coax The King
05. The Song Can Kill You
06. Dandelion
07. The Core
08. All My Friends Were Right
09. Who’s That Funny Guy?
10. The Bottom

ESCOLHAS DO EDITOR
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Spangled Shore: “Coax The King” (2014)
Site oficial: www.spangledshore.com

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Antes mesmo da globalização, alguns termos mudaram de significado. Por séculos, folk music era, basicamente, “música folclórica” em tradução livre para o português. A partir de nomes como Bob Dylan, Joan Baez e outros, o significado é outro. Trata-se, especificamente, da música folclórica dos Estados Unidos.
Esse detalhe faz toda a diferença quando se analisa o trabalho do Spangled Shore, projeto fundado em Caxias do Sul (RS) pelo multi-instrumentista e único integrante, Gabriel Balbinot. O talentoso músico pouco (ou nada) se aproveita das raízes folclóricas do Brasil para praticar a sua folk music. O seu som é orientado para o que há de mais tradicional nos Estados Unidos.
Ao lado de JC Wallace, Gabriel Balbinot lançou o disco de estreia do Spangled Shore, “Coax The King”. As fortes pitadas de country e o tímido flerte com algumas construções melódicas do blues não afastam o projeto do objetivo principal: praticar folk music de ótimo gosto. Despretensioso, o álbum conquista por soar muito peculiar e, ao mesmo tempo, divertido.
“Coax The King” mostra que fazer o simples nem sempre é fácil. As boas letras e ótimas melodias que permeiam o disco são fruto da boa percepção musical de Gabriel Balbinot, que também é um cantor fora de série em termos de interpretação. O som pulsante também parece ter sido trabalhado para uma proposta ao vivo, já que as canções são fortes por si só.

Durante todo o play, a qualidade não se compromete. Composição, execução e produção são impecáveis. Enquanto arte, isolada, “Coax The King” é praticamente irretocável. O único problema, talvez para um audiófilo que se atenta a detalhes contextuais, é que o álbum soa um pouco deslocado na proposta em si. Não é fácil entender que o ótimo Gabriel Balbinot se ampara na música folclórica de outro país.
Por mais que as composições sejam em inglês – e creio que deva continuar dessa forma -, gostaria de ver, em um próximo registro, o Spangled Shore se aventurar em alguma vertente da rica música folclórica nacional. Soa desafiador. Seria não apenas interessante do ponto de vista artístico, mas complacente com o mercado no qual se está inserido.

Nota 8,5

01. I Hang My Head
02. The Sailor & The Oar
03. The Rascal
04. Coax The King
05. The Song Can Kill You
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08. All My Friends Were Right
09. Who’s That Funny Guy?
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