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O único momento de prazer dos Beatles na era “Let It Be”, segundo Ringo Starr

Foto: Ethan A. Russell

Durante a criação do álbum que se tornaria “Let It Be” (1970), havia muita tensão entre os integrantes dos Beatles. No período, o Fab Four enfrentava questões internas, que ocasionaram até uma rápida saída do saudoso guitarrista George Harrison. 

Tais conflitos apareceram tanto na série documental “Get Back”, lançada em 2021, como no filme de mesmo nome – disponibilizado à época e que, agora, após décadas fora de circulação oficial, ganhará uma versão remasterizada no dia 8 de maio. Por isso, Ringo Starr concedeu uma entrevista à Associated Press (via American Songwriter).

Ao comentar sobre a nova edição do longa-metragem, o baterista revelou que, de fato, a produção não traz momentos de alegria. Não é à toa que quando o filme original, nenhum integrante da banda compareceu à estreia oficial.

Ainda assim, em meio aos desentendimentos da era, houve um acontecimento satisfatório documentado: o icônico show no telhado da Apple Corps, em Londres, em janeiro de 1969 – última apresentação do quarteto também conhecida como “rooftop concert”.

Ele declarou:

“Para mim, o filme não mostra felicidade. Dependia do diretor [Lindsay-Hogg] e esse era um ponto de vista dele. Mas é ótimo [que tenha uma nova versão], porque as pessoas terão outra chance de ver o nosso show no telhado. Quer dizer, não tocávamos ao vivo há alguns anos, e subimos e simplesmente tocamos, porque é isso que fazemos.”

Anteriormente, em 2020, em postagem na conta oficial dos Beatles, o baterista também havia relembrado a ocasião. Na publicação, escreveu:

“Não éramos vistos tocando ao vivo há muito tempo. Só a nossa equipe estava lá e algumas outras pessoas no telhado. Mas sempre gostei da ideia de que talvez meio milhão de pessoas teriam ido nos ver se conseguissem chegar até lá. As pessoas adoraram, mas o banco ao lado reclamou, então a polícia veio e desconectou nossos amplificadores. Eu estava tocando enquanto pensava ‘só saio da bateria se me arrastarem’.”

Beatles e a apresentação final no telhado

O repertório dos Beatles no topo da Apple Corps teve nove números. A saber:

  1. “Get Back” (tomada um)
  2. “Get Back” (tomada dois)
  3. “Don’t Let Me Down” (tomada um)
  4. “I’ve Got a Feeling” (tomada um)
  5. “One After 909”
  6. “Dig a Pony”
  7. “I’ve Got a Feeling” (tomada dois)
  8. “Don’t Let Me Down” (tomada dois)
  9. “Get Back” (tomada três)

A sede da Apple fica localizada no meio de Saville Row, uma das ruas mais tradicionais de Londres, onde alguns dos melhores alfaiates do planeta estão sediados. E a 300 metros de uma delegacia. Então, a banda sabia muito bem que a interrupção do show pela polícia não era uma questão de “se”, e sim “quando”.

Esse “quando” foi bem no meio do set. Enquanto os Beatles começavam a tocar “One After 909”, os policiais Ray Dagg e Ray Shayler apareceram na portaria da Apple para acabar com a performance. A esse ponto, além das reclamações de barulho feitas por comércios adjacentes, uma multidão se formou na rua. Afinal, era um show da maior banda do planeta.

No meio da canção, sob instrução dos policiais, o assistente Mal Evans desligou os amplificadores de guitarra de George Harrison e John Lennon. Os dois simplesmente religaram e continuaram a tocar.

Ao final da apresentação, John falou uma frase que acabou aparecendo na versão final do disco:

“I’d like to say thank you on behalf of the group and ourselves, and I hope we’ve passed the audition.” [“Eu gostaria de agradecer em nome do grupo e nós mesmos, e espero que tenhamos passado no teste”]

Sobre o filme “Let It Be”

Após sua exibição programada, “Let It Be” não foi disponibilizado pelos Beatles em nenhum formato. Fãs só tiveram acesso oficialmente ao material a partir da série expandida “The Beatles: Get Back”, que resgatou mais materiais produzidos por Michael Lindsay-Hogg entre os dias 2 e 31 de janeiro de 1969. Na época, o Fab Four trabalhava em estúdio na criação de um álbum que seria intitulado “Get Back”, mas acabou se tornando “Let It Be”.

A ideia era produzir um especial de TV na época. Contudo, o projeto se transformou no documentário de 1970.

A versão repaginada em termos audiovisuais foi trabalhada pelo cineasta Peter Jackson, responsável pela série mencionada, e sua equipe na Park Road Post Production. O diretor original, Michael Lindsay-Hogg, auxiliou no processo — que, conforme apontado pelo Ultimate Classic Rock, contou com remasterização usando o negativo original de 16 mm.

Em nota à imprensa, Jackson celebrou o projeto e se declarou “absolutamente emocionado” pela remasterização. Também em comunicado, Hogg destacou que a remasterização visa tirar a imagem negativa atribuída ao documentário na época de seu lançamento.

“Sempre achei que ‘Let It Be’ era necessário para completar a história de ‘Get Back’. Em três partes, mostramos Michael e os Beatles filmando um novo documentário inovador, e o documentário é justamente ‘Let It Be’, de 1970. Agora penso nisso tudo como uma história épica, finalmente concluída após cinco décadas. Os dois projetos se apoiam e se aprimoram: Let It Be é o clímax de Get Back. […] Michael Lindsay-Hogg foi infalivelmente prestativo e gentil enquanto eu fazia Get Back, e é justo que seu filme original tenha a última palavra… parecendo e soando muito melhor do que pareceu em 1970.”

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Rapper diz estar sendo processado pelo Iron Maiden após uso de Eddie em arte

O rapper OsamaSon disse nas redes sociais que está sendo processado pelo Iron Maiden. O motivo seria o uso de uma arte do mascote Eddie produzida para o álbum “Powerslave” (1984), que aparece com poucas variações na capa da versão deluxe do disco “Flex Musix (FLXTRA)”, lançado pelo músico no último mês de fevereiro. A banda britânica não se pronunciou sobre o caso.

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A notícia foi dada por um perfil no X/Twitter (via Loudwire), que traz um print de um story de OsamaSon no Instagram. Com fundo preto, o rapper apenas escreveu que a capa foi removida e que está sendo acionado judicialmente pelo Maiden, inclusive marcando o perfil do grupo na postagem.

Veja a seguir.

A ilustração original, assinada por Derek Riggs, mostra um Eddie mumificado, dentro do tema de “Powerslave”, sendo atingido por um raio enquanto segura e morde uma corrente. Já a versão de OsamaSon traz cores alteradas e pouquíssimas mudanças no desenho. Apenas adiciona o que seria um cabelo trançado, similar ao do próprio artista, ao mascote do Maiden.

OsamaSon e o heavy metal

OsamaSon é um rapper jovem, de idade não especificada — sabe-se que nasceu entre 2003 e 2005. “Flex Musix” é seu segundo álbum, o primeiro pela Atlantic Records. A estreia se deu com um trabalho homônimo, lançado de forma independente. Com mais de 500 mil audições mensais no Spotify, seu maior sucesso é a faixa “X & Sex”, que passa dos 7 milhões de streams na plataforma.

No clipe da música, o rapper aparece usando uma camiseta da banda de death metal Facelift Deformation, que conta com membros de países como Hong Kong e Taiwan. O logo usado pelo músico tem a mesma estética utilizada por bandas de metal extremo, com muitos detalhes.

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Revigorado após insolação em SP, Carcass entrega show completo em Brasília

Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka

Ainda restava um minuto para as 21h. Mas valendo-se da pontualidade britânica (ou até radicalizando-a) e como se almejasse entregar tudo que não pudera no Summer Breeze, o Carcass subiu ao palco em Brasília antes do previsto, despejando a inconfundível introdução de “Buried Dreams” e mais três pauladas, sem massagem: “Kelly’s Meat Emporium”, “Incarnated Solvent Abuse” e “Under the Scalpel Blade”.

Só então o baixista e vocalista Jeff Walker travou o primeiro contato explícito com o público, dirigindo a palavra para alertar, num tom de zoeira e vingança:

“Hoje vocês não vão me ver morrer”.

Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka

Castigado pelo sol inclemente na tarde de domingo, no Memorial da América Latina, em São Paulo, Walker se referia ao fato de ter sido o mais afetado dos quatro integrantes em um show sob calor escaldante que não chegou até o fim programado.

A banda inglesa, responsável direta pelo desenvolvimento de pelo menos três ramificações da música extrema (splatter/goregrind, death metal melódico e death’n’roll), precisou abreviar o setlist no Summer Breeze e cortar na própria carne (apodrecida). Leia-se: no bis, porção em que estão suas músicas mais putrefatas e, para muitos fãs, as mais aguardadas da apresentação.

Registro no Summer Breeze Brasil 2024 (foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

Já na capital federal, onde se apresentou pela primeira vez, não faltou nada. Revigorado, o Carcass cumpriu o repertório previsto do início ao fim, aproveitando o conforto do ar condicionado, a ausência de sol e uma audiência que compareceu em bom número à Toinha, a despeito da maratona de shows na cidade – Rick Wakeman, Hammerfall, Death Angel, Bruce Dickinson, Accept e mais.

Antes de chegar às velharias escatológicas, porém, o quarteto passeou por todas as suas fases, com ênfase no trabalho mais recente, “Torn Arteries” (2021), que contou com quatro músicas executadas, e “Heartwork” (1993), clássico do metal noventista e provavelmente o mais conhecido da discografia carcassiana.

Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka

“The Scythe’s Remorseless Swing”, uma das canções novas, é ótimo exemplo para entender essa diversidade estética. Anunciada por Jeff Walker como “a nossa baladinha”, ela começa singela, com uma harmonia apenas levemente distorcida e que camufla a devastação galopante que vem a seguir.

É a típica música em que o guitarrista Bill Steer, o outro membro fundador remanescente e também ex-Napalm Death, nada de braçada. Com sua calça boca de sino, blusa colada e uma dancinha muito particular na hora de tocar, ele exala a influência classic rock do Carcass e personifica essa inserção de conceitos vintage (nos solos, visual e até na aparelhagem) que extrapolam o metal.

Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka

No meio do repertório, “Tomorrow Belongs to Nobody” e o medley de “Black Star” e “Keep On Rotting in the Free World”, todas as três oriundas do criticado “Swangong” (1995), reforçam que o Carcass não renega nem mesmo seus momentos mais controversos. “Dá aqui que o filho é nosso”.

Aliás, é durante a passagem instrumental de “Keep On Rotting…” que o exímio baterista Daniel Wilding encaixa seu solo e ouve algumas provocações de Walker, sempre mordaz em tom amigável: “Solo de bateria, pessoal, é a hora de enchermos linguiça. Vocês também querem um solo de baixo? Nós não fazemos essa m*rda”.

Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka

A partir de “316L Grade Surgical Steel”, única a contemplar o disco de retorno da banda, “Surgical Steel” (2013), a chavinha começa a virar. Rumo a um encerramento mais pesado e ortodoxo, emendam “Corporal Jigsore Quandary”, maior “hit” do grupo, “Ruptured in Purulence” e outro single aclamado: “Heartwork”, que apresentou o nome Carcass para inúmeros jovens mundo afora com vídeo marcante nos tempos de MTV.

Se no Summer Breeze tudo estava encerrado ao fim da rascante “Tools of the Trade”, em Brasília os garotos (degenerados) de Liverpool voltaram para o encore com uma trinca nojentona: a instrumental “Genital Grinder” e “Pyosisified (Rotten to the Gore)”, ambas do debut “Reek of Putrefaction” (1988), e o grand finale com “Exhume to Consume”, em que Bill Steer divide o microfone numa bricolagem de vocais doentios e repugnantes com Jeff Walker. Coisa fina!

Foi a quarta passagem do Carcass pelo Brasil (2008, 2013, 2017 e agora), desta vez com três datas (Curitiba abriu o giro em território nacional, na última quinta) e a estreia do guitarrista Nippy Blackford, discreto e eficiente no acompanhamento às estrelas da companhia. Não dá para exigir que ele seja algo além de coadjuvante.

Depois do risco de “insolação” no Summer Breeze, um dos maiores nomes da música extrema em todos os tempos se despediu do país com uma noite de death metal impiedosa, no som, e amena e agradável, no clima, em Brasília.

Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka

Carcass – ao vivo em Brasília

  • Local: Toinha
  • Data: 30 de abril de 2024
  • Turnê: Central and South America 2024
  • Produtora: Outcast Prod

Repertório:

  1. Buried Dreams
  2. Kelly’s Meat Emporium
  3. Incarnated Solvent Abuse
  4. Under the Scalpel Blade
  5. This Mortal Coil
  6. Tomorrow Belongs to Nobody
  7. Death Certificate
  8. Dance of Ixtab (Psychopomp & Circumstance March No. 1 in B)
  9. Black Star + Keep On Rotting in the Free World
  10. The Scythe’s Remorseless Swing
  11. 316L Grade Surgical Steel
  12. Corporal Jigsore Quandary
  13. Ruptured in Purulence + Heartwork
  14. Tools of the Trade

Bis:

  1. Genital Grinder
  2. Pyosisified (Rotten to the Gore)
  3. Exhume to Consume
Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka
Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka
Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka
Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka
Foto: Rodrigo Piruka @rodrigo_piruka
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Suicidal Tendencies anuncia 5 shows no Brasil para julho

Foto: @melhummel

O Suicidal Tendencies anunciou 5 shows no Brasil para julho. A turnê recebeu o nome de “Nós Somos Família” e será exclusiva no país.

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Apenas as cidades e as datas foram reveladas. Os locais e outras informações sobre venda de ingressos não foram confirmados. A promessa é de novidades já na sexta-feira (3).

Confira, abaixo, o itinerário publicado até o momento:

  • 12/07: Rio de Janeiro (RJ);
  • 13/07: São Paulo (SP);
  • 14/07: Curitiba (PR);
  • 16/07: Porto Alegre (RS);
  • 17/07: Belo Horizonte (MG).

A turnê é uma produção da Estelita e Demétrio Produções. A realização é da New Direction Productions.

Suicidal Tendencies, Brasil e Jay Weinberg

Esta será a décima visita da banda de crossover thrash ao Brasil. Antes, eles vieram em 1994, 1997, 2008, 2012, 2013, 2014, 2016, 2017 e 2019 — nesta última ocasião, inclusive, também para apresentação gratuita, no Parque da Juventude em São Bernardo do Campo (SP).

Trata-se, porém, da primeira oportunidade que os fãs terão de assistir a um show da atual formação. Além do fundador Mike Muir (voz), do veterano Dean Pleasants (guitarra) e de Ben Weinman (guitarra), o grupo conta desde 2021 com o baixista Tye Trujillo, filho de Robert Trujillo (Metallica), e o baterista Jay Weinberg, ex-integrante do Slipknot.

O músico substitui Greyson Nekrutman, que deixou o grupo para tocar na turnê de despedida do Sepultura. Curiosamente, ele ocupa o lugar de Eloy Casagrande, que entrou na vaga de Jay no Slipknot, ao que tudo indica.

Weinberg conquistou a função por conta de sua entrada anterior no Infectious Grooves, projeto paralelo de Mike Muir.

“Still Cyco Punk After All These Years”, álbum mais recente do Suicidal Tendencies, saiu em 2018. O trabalho trazia novas versões para músicas de “Lost My Brain! (Once Again)”, lançado pelo Cyco Miko – projeto de Mike Muir – em 1995.

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Netflix quer fazer de “Senna” uma “Round 6” da América Latina

Foto de divulgação via Netflix

Na véspera dos 30 anos do falecimento de Ayrton Senna, a Netflix divulgou o primeiro teaser de “Senna”, minissérie sobre a vida do tricampeão de Fórmula 1. Por conta do status de lenda que o piloto brasileiro possui e a fama da categoria em alguns países, existe a expectativa de a obra se tornar uma “Round 6” latino-americana, no sentido de popularidade.

À IndieWire, o showrunner de “Senna”, Vicente Amorim, foi questionado sobre essa possibilidade da série se tornar popular em todo o planeta, assim como ocorreu com o seriado sul-coreano.

Sua resposta foi curta e direta. Ele disse:

“Ela será.”

Quem também conversou com o portal foi Francisco “Paco” Ramos, vice-presidente de conteúdo da Netflix para a América Latina. O executivo é um pouco mais comedido e acredita que essa é “uma expectativa difícil”, mas vê a possibilidade de “Senna” se tornar “muito relevante” graças à popularidade alcançada pela Fórmula 1 no mercado europeu e latino-americano”.

Amorim ainda lembrou de outro fator que pode contribuir para o sucesso da minissérie: “Drive to Survive”. A série documental da Netflix aborda cada uma das temporadas da Fórmula 1 desde 2018 e se tornou popular até mesmo nos Estados Unidos, mercado no qual a categoria máxima do automobilismo sempre teve dificuldade de se estabelecer.

Uma das maiores séries latino-americanas da Netflix

Na mesma entrevista, Vicente Amorim afirmou que “Senna” se tornou uma das maiores produções latino-americanas da Netflix e possui um investimento comparado ao de atrações globais presentes no catálogo da plataforma. Além disso, esta é uma oportunidade, segundo o produtor, de mostrar ao mundo o valor das produções da região em diferentes aspectos.

“Não é sempre que você possui os recursos para fazer algo do tipo. A América Latina está pronta para dar um grande salto, não apenas artisticamente, porque acho que isso sempre foi óbvio, mas também tecnicamente e em termos de produção, entregando algo especial. Acho que as pessoas que assistirem ‘Senna’ em qualquer lugar dos Estados Unidos, Europa ou internacionalmente sequer vão pensar: ‘este é um show brasileiro?’.”

Não vai demorar muito para descobrirmos se “Senna” irá mesmo alcançar o sucesso de “Round 6”. A minissérie será lançada em 2024, mas ainda sem uma data exata para chegar na Netflix.

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Por que o Iron Maiden não tocará no Rock in Rio 2024, segundo Bruce Dickinson

Foto: Zé Carlos de Andrade @zecarlosdeandrade

O Iron Maiden veio pela primeira vez ao Brasil na edição inaugural do Rock in Rio, em 1985. Desde então, a banda voltou ao país outras diversas vezes, inclusive no próprio evento. Mais especificamente, a Donzela de Ferro também participou do festival em 2001, 2013 e, em sequência, 2019 e 2022.

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Por isso, muitos fãs esperavam que os músicos integrassem o lineup de 2024, responsável por comemorar os 40 anos de história do RiR. Contudo, quando a etapa japonesa da “The Future Past World Tour” foi anunciada em outubro passado, ficou claro que isso não seria possível por conflitos de agenda.

De qualquer forma, o Maiden acabou confirmando dois shows da turnê em São Paulo, para dezembro. São compromissos únicos no país.

Conversando com Juliene Moretti para o G1, Bruce Dickinson explicou por que o grupo não tocará no próximo Rock in Rio. Segundo o vocalista, a ideia era “dar um descanso” do festival e priorizar na mesma época outros locais do mundo. 

Ele declarou:

“A gente tocou lá algumas vezes. Então, vamos dar um descanso este ano. Nós precisamos de um tempo para descer para Austrália, Nova Zelândia, Japão. Nós não passamos por lá já tem algum tempo. Vamos deixar outra banda ser headliner no Rock in Rio. Talvez na próxima edição.”

Iron Maiden e Rock in Rio

Como mencionado, o Iron Maiden participou do Rock in Rio 2019. Mesmo assim, ao receber a proposta, aceitou imediatamente voltar para a edição seguinte – originalmente marcada para 2021 e adiada devido à pandemia. Em comunicado publicado à época pela organização (via Whiplash), Bruce Dickinson justificou a decisão:

“Quando nos ofereceram a chance de voltar ao Rock in Rio e tocar na noite de abertura do ano que vem, é claro que todos concordamos imediatamente. Os fãs do Maiden sabem que este festival é muito especial para nós por causa de nossa longa história juntos. A vibração do Rio é única e a paixão da multidão nunca deixa de ser eletrizante.”

Iron Maiden no Brasil em 2024

O Iron Maiden volta ao Brasil no final de 2024 para dois shows. Ambos acontecem no Allianz Parque, em São Paulo, dias 6 e 7 de dezembro. A banda dinamarquesa Volbeat será responsável pela abertura.

Atualmente, o grupo realiza a turnê “The Future Past”, com repertório concentrado nos álbuns “Somewhere in Time” (1986) e “Senjutsu” (2021).

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Sebastian Bach diz não pensar em aposentadoria: “posso seguir até os 70 ou 80”

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Aos 56 anos, Sebastian Bach não vislumbra a linha de chegada de sua carreira. Considerando a realidade da indústria no momento, nem seria racional suspeitar que com essa idade alguém pense em se aposentar – a não ser em algum caso motivado por força maior. Mas o fato é que o cantor ainda tem objetivo, incluindo um eterno sonho de se reunir com o Skid Row.

Em entrevista ao Misplaced Straws, o vocalista usou seu próximo lançamento, o álbum “Child Within The Man”, como exemplo de que ainda possui muita lenha para queimar. E ainda mencionou outros exemplos de longevidade como inspirações.

Disse o nosso Tião, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Posso ser como Willie Nelson, George Strait, Neil Young ou Sammy Hagar. Acho que conseguirei continuar quando estiver com 70 ou 80 anos, se Deus permitir que eu ainda esteja por aqui. Ainda sei cantar.”

Apesar das claras diferenças na voz em comparação ao passado, Bach garante que nada mudou.

“Eu sei como aquecer minha voz para fazer o que vocês querem que ela faça e o que eu quero que ela faça. Não há diferença para meus vocais. A única diferença é que, como todo mundo está filmando tudo, não posso correr tanto. Mas sempre foi assim, desde o Skid Row. Se eu estiver pulando da plataforma da bateria, não vai soar como o disco, mas há algo a ser dito mesmo assim. Não é ‘um ou outro’. As pessoas se entediariam se eu ficasse ali parado. Então eu tenho que descobrir como fazer as duas coisas. E é fisicamente muito desafiador. Pergunte a qualquer um que tentou me substituir.”

Sebastian Bach no Brasil

Recentemente, Sebastian Bach realizou uma turnê pelo Brasil. O cantor se apresentou no Summer Breeze, em São Paulo, além de Curitiba e Rio de Janeiro. Em resenha sobre a performance no festival paulista, que pode ser lida na íntegra clicando aqui, Thiago Zuma destacou:

“Bach, porém, lembrou aquele ídolo veterano que perdeu a hora de, pelo menos, rever suas práticas. Sua voz, aguda, parecia falsete em rotação acelerada. O cantor não tinha fôlego para aguentar cantar vários dos versos inteiros e ficava por isso mesmo. Algumas vezes, claramente se segurava para tentar um grito nos tons altos. O público vibrava quando ele os atingia — nunca os sustentava por muito tempo, mas era alguma coisa.”

“Child Within the Man”

Sebastian Bach confirmou o lançamento do seu novo álbum de estúdio para o dia 10 de maio via Reigning Phoenix Music. “Child Within the Man” conta com 11 faixas e é o quarto disco de material inédito da carreira solo do ex-vocalista do Skid Row.

As gravações aconteceram em Orlando, Flórida, Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Michael “Elvis” Baskette, conhecido por trabalhos com Slash, Alter Bridge e Mammoth WVH, entre outros. A banda de apoio é formada por Devin Bronson (guitarra), Todd Kerns (baixo) e Jeremy Colson (bateria).

Três guitarristas participam como convidados especiais e escreveram as composições que gravaram: John 5 (Mötley Crüe), Orianthi e Steve Stevens (Billy Idol). Também há a colaboração de Myles Kennedy na composição de duas faixas – o primeiro single, “What Do I Got to Lose?” e “To Live Again”.

A capa foi desenha por David Bierk, pai de Sebastian e artista plástico, que já havia criado artes para trabalhos anteriores, incluindo da antiga banda do filho. De acordo com Bach, ela foi iniciada em 1978 e finalizada este ano.

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“Rock é atitude”, diz Roberta Medina ao explicar sertanejos no Rock in Rio

Foto: @diegopadilha / Rock in Rio

O Rock in Rio trouxe uma novidade em relação ao seu lineup deste ano. A edição, que celebra os 40 anos de história do festival, contará com um dia somente dedicado à música brasileira. 72 artistas de vários gêneros musicais subirão ao palco na data, em prol de uma causa beneficente. 

A programação englobará o sertanejo — representado por Chitãozinho & Xororó, Luan Santana, Ana Castela, entre outros —, até então ausente em todos os anos anteriores. Na verdade, em setembro de 2022, Roberto Medina, fundador do RiR, já havia deixado subentendida a inclusão do estilo em entrevista ao jornal Extra. À época, declarou que “música tem que ser boa, não importa de onde vem”. 

Em contrapartida, a filha Roberta Medina, vice-presidente da Rock World, responsável pela realização do evento, sustentava até o ano passado o discurso de que a organização não tinha nada contra o sertanejo, mas que o “The Town [festival irmão em São Paulo] e o Rock in Rio seguem uma linha pop rock”, como pontuou ao Gshow. Contudo, as coisas mudaram. 

Agora, em entrevista coletiva (via Uol), ela tornou a falar sobre o assunto. De cara, ressaltou que o Rock in Rio, apesar do nome, nunca trouxe apenas artistas do rock – mesmo que já tenham sido o carro-chefe. Segundo a própria, o rock é questão de “atitude” e não de orientação musical. 

“Rock in Rio nunca foi sobre rock. É só olhar o cartaz da primeira edição O lineup da primeira edição, em 1985, tinha James Taylor, George Benson, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, AC/DC. Rock é atitude.”

Rock in Rio não é feito para roqueiros

Em seguida, explicou que, desde o surgimento em 1985, a ideia não era priorizar apenas o público roqueiro. O intuito sempre foi alcançar o máximo de pessoas possível.

“Se a gente tivesse feito para roqueiros, para agradar um estilo musical, não seria um movimento e nunca chegaria a um milhão e meio de pessoas. Nasce para mostrar que é tudo isso junto. A expectativa era [de que fosse] caótica, mas foi maravilhoso, no final das contas, são pessoas se conectando através da música.”

Assim, ao longo dos anos, inúmeras vertentes foram aparecendo no lineup, como pop, funk, pagode, soul e rap. Diante da diversidade explorada, Roberta reconhece que o sertanejo é parte importante da música brasileira e que, como conversa diretamente com a demanda de certa parcela do público, devia ser incorporado às atrações. 

“Não sei dizer se [o sertanejo] é o único estilo que falta, mas é uma conversa antiga. Realmente, chegou a hora. Temos um momento muito bacana: a própria música brasileira está se entrelaçando. Sai desse lugar, ‘mas é rock, ‘o que o sertanejo está fazendo aí?’ Não, são todos estilos. As pessoas pediram [sertanejo].”

Sobre o “Dia Brasil”

A organização do Rock in Rio 2024 anunciou o lineup de 21 de setembro, seu penúltimo dia. Trata-se do chamado Dia Brasil, que promete unir diversos artistas brasileiros em prol de uma causa beneficente.

Da MPB ao Sertanejo, do Trap ao Samba, do Rock ao Funk, passando por outros ritmos, a data terá apresentações de Capital Inicial, Pitty, Luan Santana, Ana Castela, Daniela Mercury, Ney Matogrosso, Filipe Ret, MC Ryan SP, Chitãozinho & Xororó, Junior, Gloria Groove, Jão, Alcione, Zeca Pagodinho, Criolo, Djonga, Leila Pinheiro, Wanda Sá, Claudio Zoli, Hyldon, Jonathan Ferr, Antônio Adolpho, MC Dricka, MC Livinho, Nathan Amaral, Orquestra Jovem Da Sinfônica Brasileira, Kevin O Chris, MC Carol, Mochakk, entre outros.

No total, 72 cantores farão parte do evento neste dia, que também terá iniciativa beneficente. O festival promete atuar para chamar a atenção para duas das maiores causas urgentes no país hoje: o combate à fome e a superação da pobreza, em parceria com as ONGs Ação da Cidadania, desde já recebendo a doação de 1,5 milhão de pratos de comida, e Gerando Falcões, que por meio do projeto Favela 3D vai transformar a vida de 250 famílias nas regiões do Buraco e Sessenta do Morro da Providência.

Sobre o Rock in Rio 2024

O Rock in Rio 2024 acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. A edição marca os 40 anos de história do festival, terá sua venda geral pelo site da Ticketmaster no dia 23 de maio.

Pela primeira vez, o Palco Sunset terá a mesma boca de cena que o Palco Mundo. Este, por sua vez, contará com megaestrutura de 104m de frente e 30m de altura.

A Cidade do Rock também contará com uma nova área: o Global Village. Esse novo espaço de entretenimento deve ocupar 7.500 m² da Cidade do Rock e, além de shows do Clube do Samba + convidados, contará com cenografia inspirada em ícones arquitetônicos de todo o mundo — onde as pessoas poderão andar por uma longa via, entrar em lojas e experimentar pratos de diversos países.  

Confira o lineup oficial até o momento.

13/09:

  • Palco Mundo: Travis Scott | 21 Savage | Matuê com part. Wiu e Teto | Ludmilla
  • Palco Sunset: MC Cabelinho + Coral das Favelas | Orochi + Chefin + convidado a ser anunciado | Veigh + Kayblack | Funk Orquestra convida MC Daniel, Rebecca e MC Soffia.
  • New Dance Order: Deadmau5

14/09:

  • Palco Mundo: Imagine Dragons | OneRepublic | Zara Larsson | Lulu Santos
  • Palco Sunset: NX Zero | James | Christone “Kingfish” Ingram” | Penélope + Pato Fu
  • New Dance Order: DJ Snake
  • Espaço Favela: Dennis DJ

15/09:

  • Palco Mundo: Avenged Sevenfold | Evanescence | Journey | Os Paralamas do Sucesso
  • Palco Sunset: Deep Purple | Incubus | Planet Hemp + Pitty | Barão Vermelho

19/09:

  • Palco Mundo: Ed Sheeran | Charlie Puth | Joss Stone | Jão
  • Palco Sunset: Gloria Groove
  • Espaço Favela: Xande de Pilares

20/09:

  • Palco Mundo: Katy Perry | Karol G | Cyndi Lauper | Ivete Sangalo
  • Palco Sunset: Iza | Gloria Gaynor | Tyla | Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França
  • New Dance Order: Alison Wonderland
  • Espaço Favela: Pocah
  • Global Village: Angélique Kidjo

21/09:

  • Palco Mundo: Para Sempre: Rock (Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino e Toni Garrido) | Para Sempre: Sertanejo (Chitãozinho & Xororó e Orquestra Heliópolis convidam Ana Castela, Junior, Luan Santana e Simone Mendes) | Para Sempre: MPB (Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Majur, BaianaSystem, Ney Matogrosso e Margareth Menezes) | Para Sempre: Trap (MC Cabelinho, Kayblack, Matuê, Orochi, Filipe Ret, MC Ryan SP e Veigh)
  • Palco Sunset: Para Sempre: POP (Duda Beat, Gloria Groove, Jão, Ludmilla, Lulu Santos e Luísa Sonza) | Para Sempre: Samba (Zeca Pagodinho convidam Alcione, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande De Pilares) | Para Sempre: Rap (Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2 e Rael)
  • Global Village: Para Sempre: Bossa Nova (Bossacucanova com participação de Cris Delanno, Leila Pinheiro, Roberto Menescal e Wanda Sá) | Para Sempre: Soul (Banda Black Rio, Claudio Zoli e Hyldon) | Para Sempre: Jazz (Leo Gandelman, Jonathan Ferr, Antônio Adolpho e Joabe Reis)
  • Espaço Favela: Para Sempre: Funk (MC Don Juan, MC Hariel, MC IG, MC Livinho, MC Dricka, MC Ph) | Para Sempre: Música Clássica (Nathan Amaral e Orquestra Jovem Da Sinfônica Brasileira) | Para Sempre: Baile Funk (Buchecha, Funk Orquestra, MC Carol, Tati Quebra Barraco, Cidinho E Doca e Kevin O Chris)
  • New Dance Order: Para Sempre: Eletrônica (DJs Mochakk, Beltran X Classmatic, Eli Iwasa X Ratier e Maz X Antdot).

22/09:

  • Palco Mundo: Shawn Mendes | Akon | Ne-Yo
  • Palco Sunset: Mariah Carey
  • Espaço Favela: Belo

Sem data:
Luísa Sonza

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Yungblud regrava hit do Kiss para trilha do filme “O Dublê”; ouça

Yungblud está lançando um cover de um hit do Kiss. A música fará parte da trilha sonora do filme “O Dublê”, que estreia nesta quinta-feira (2).

O hit em questão é a grudenta “I Was Made For Lovin’ You”, lançada pelos mascarados originalmente no álbum “Dynasty”, de 1979. Na versão do artista de 26 anos, o começo é de uma balada, mas logo ganha força com guitarras bem próximas do grupo de hard rock e um interlúdio mais melódico, destacando os vocais do cantor.

Confira.

O jovem artista já é um dos grandes nomes de sua geração, com direito a um festival próprio. Recentemente, ele também foi citado por Mick Jagger como uma das grandes estrelas da atualidade.

Em 2022, enquanto falava à rádio P4, da Suécia (via The Independent), Jagger foi perguntado sobre o futuro do rock and roll. O lendário vocalista dos Rolling Stones citou dois nomes que retomaram sua esperança no estilo: Machine Gun Kelly e Yungblud, mostrando o tamanho do impacto que o artista já causou.

Jagger disse:

“Nos últimos tempos não tínhamos grandes atrações renovando o estilo, mas recentemente surgiram algumas, como Yungblud e Machine Gun Kelly. Eles me fazem acreditar que ainda há vida no rock and roll.”

Sobre “O Dublê”

Baseado na série “Duro na Queda”, dos anos 80, “O Dublê” é um filme que conta a história de Colt Seavers, um dublê de cinema que se aposentou após sofrer uma lesão. Um longa dirigido por sua ex-mulher o coloca de volta na ativa, mas o desaparecimento de uma grande estrela do cinema faz com que suas acrobacias sejam cada vez mais reais e necessárias para solucionar o mistério.

O elenco conta com Ryan Gosling, Emily Blunt, Aaron Taylor-Johnson, Winston Duke, Hannah Waddingham, Stephanie Hsu, Lee Majors, Heather Thomas. A direção é de David Leitch, responsável por “John Wick” (2014, com Chad Stahelski), “Deadpool 2” (2018) e “Hobbs & Shaw” (2019).

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Dr. Sin mostra no Summer Breeze por que deveria estar mais ativo

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Embora seja um dos grandes nomes da música pesada brasileira, o Dr. Sin não está em plena atividade há algum tempo. Sabemos, não é fácil viver desse tipo de som por aqui. Mesmo assim, o virtuoso trio hard rock — que lançou recentemente um álbum/DVD acústico celebrando seus 30 anos — tem se reunido para shows mais esporádicos e se dedicado a outros projetos, com destaque ao vocalista e baixista Andria Busic na vaga de Mingau no Ultraje a Rigor e aos variados projetos de seu irmão, o baterista Ivan Busic.

Mas quando a dupla se junta com o guitarrista Thiago Melo, ocupante desde 2018 da vaga deixada por Edu Ardanuy, não há decepção. O público que os assistiu na segunda apresentação do Sun Stage no Summer Breeze Brasil 2024, na última sexta-feira (26), entre 13h e 14h, pode confirmar.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Público massivo, diga-se de passagem. Apesar do calor tantas vezes mencionado em boa parte das mais de 30 resenhas que publicamos sobre o festival até agora, a fatia da plateia que preferiu buscar uma alternativa ao power metal angreiro de Edu Falaschi — rolando no Ice Stage no mesmo horário — encontrou, no Sun, uma das opções nacionais mais alinhadas com os headliners do dia, bastante dedicado ao hard rock, com Gene Simmons, Mr. Big e Sebastian Bach entre os principais nomes.

O Dr. Sin tirou proveito de uma pista que enchia a cada música tocada e também de seus 60 minutos de palco, encurtando alguns diálogos a ponto de não dizer nada aos presentes até o fim da segunda música. É importante ressaltar, diga-se, que o show não engrenou tanto de primeira, com a sabbathica “Lady Lust” e a parte 1 de “Down in the Trenches” não funcionando tão bem na abertura.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

A partir de “Only the Strong Survive”, engrenou. A canção inédita atraiu curiosidade após Ivan ter anunciado que seu videoclipe seria gravado ali mesmo. Estruturalmente, a faixa soa bem… Dr. Sin, como não poderia deixar de ser: bastante peso nos versos — com direito a uso surpreendente de pedal duplo — e ganchos melódicos fortes no refrão, além de solos caprichados de Thiago Melo. Quem ainda critica o guitarrista simplesmente por não ser Edu Ardanuy precisa rever seus conceitos: o acreano, fã inveterado da banda, é a melhor opção disponível para a sequência das atividades.

A partir daqui, o setlist transitou por escolhas mais condizentes com um show de festival, com as canções mais conhecidas surgindo quase que enfileiradas. “Time After Time” fez geral colocar as mãos para o alto e cantar seu grudento coro, enquanto “Sometimes” e “Fly Away”, juntas, voltaram a expor as características sonoras mais notórias do trio: alternância entre momentos pesados e melódicos e instrumental virtuoso tocado de um jeito descomplicado para os ouvidos. Não foi o suficiente para alçar o grupo ao mainstream nos anos 1990, mas bastou para construir um séquito de fãs que, ao menos em São Paulo, perdura mesmo com as atividades reduzidas nos últimos tempos.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Com o perdão do trocadilho, “Fire”, uma das mais aguardadas — e celebradas — esquentou ainda mais um público que já estava com os cocurutos superaquecidos. Havia tanta gente escorada nas sombras do Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro, mais ao fundo naquela área do Memorial da América Latina, que era inevitável pensar em como a plateia estaria menos espalhada se não fosse o clima.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Andria pareceu ter percebido isso ao questionar se os presentes estavam “cansados” antes de emendar “Isolated”, canção admirada em especial, mas não exclusivamente, pelo solo incrível composto por Ardanuy e executado fielmente por Melo. “Miracles” antecedeu aquele que muitos não esperavam que seria o número final: a jazzy-hard-rocker “Emotional Catastrophe”, introduzida pelo frontman como a canção em que o “modo Mickey Mouse” seria ativado, tamanho o uso de vocais agudos em sua execução. No alto de seus 58 anos, o frontman cumpriu a tarefa como se estivesse em seus 28.

Quando digo que ninguém esperava esta música como a conclusão do set, afirmo porque quando o trio se despediu e deixou o palco, vários fãs gritaram pela chata — para dizer o mínimo — “Futebol, Mulher e Rock ‘n’ Roll”, tantas vezes tocada para encerrar as apresentações do grupo. Mas se os músicos não acertaram tanto no início do repertório, certamente foram exitosos nas escolhas do final. Mais um gol do Dr. Sin.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

**Este conteúdo faz parte da cobertura Summer Breeze Brasil 2024 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Dr. Sin — ao vivo no Summer Breeze Brasil 2024

Repertório:

  1. Lady Lust
  2. Down in the Trenches
  3. Only the Strong Survive
  4. Time After Time
  5. Sometimes
  6. Fly Away
  7. Fire
  8. Isolated
  9. Miracles
  10. Emotional Catastrophe

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