Vinnie Vincent causou polêmica ao anunciar o novo disco do Vinnie Vincent Invasion. Chamado “Judgment Day Guitarmageddon”, o trabalho gravado com o vocalista Robert Fleischmann será lançado por meio de singles entre 2026 e 2027 e apenas em edição física.
“Ride the Serpent”, primeira faixa, está em pré-venda no formato de CD autografado pelo valor de US$ 200 (cerca de R$ 1,1 mil), sem considerar custos de entrega. Segundo o site oficial, a meta é comercializar todas as mil cópias disponíveis até o dia 28 de fevereiro de 2026 e, então, realizar os envios.
Não demorou para que o preço elevado gerasse espanto no público. Por consequência, o guitarrista vem recebendo críticas. Conforme publicado pelo site BraveWords, um fã escreveu em desabafo nas redes sociais:
“Vinnie, eu amo a sua música. No entanto, receio que esse preço acabe afastando as pessoas de realmente desfrutar da sua bela arte nesta economia terrível, especialmente se isso acontecer com cada single. Eu esperava que o seu novo trabalho fosse lançado como um álbum completo, por um preço justo dentro do padrão da indústria, algo em torno de US$ 18,99. Não conheço a sua vida pessoal nem as suas necessidades, mas é um pouco demais para nós, fãs dedicados, que estamos lutando para pagar contas de luz e outros serviços essenciais e ainda tentar guardar um mínimo de dinheiro depois de pagar as contas e abastecer o carro. Acompanho você há décadas, mesmo quando você se afastou da vida pública para aproveitar sua vida privada, esperei por um retorno com esperança, e continuarei sendo seu fã. Eu realmente queria comprar um CD completo por um preço justo, mas agora não posso. Com muito respeito, e Feliz Natal.”
Vinnie não gostou do comentário e decidiu rebatê-lo em um longo texto. Logo de início, o músico comparou sua música a “uma Ferrari, caviar ou uma obra de arte refinada” — produtos aos quais nem todos têm acesso por causa do alto custo — e defendeu o direito do artista de cobrar o que considerar justo por sua própria arte:
“Esta é uma resposta direta e, ao mesmo tempo, geral. Antes de tudo, considere a analogia com uma Ferrari, caviar ou uma obra de arte refinada. Nem todo mundo pode pagar. Simples assim. E eu entendo isso. Em segundo lugar, me ofende o seu comentário sobre eu estar passando necessidades. Quem diabos é você para assumir esse tipo de teoria só porque não pode pagar, não quer pagar ou não concorda com o meu preço? […]. Artistas podem e vão estabelecer seus próprios padrões e regras para o valor de compra de sua arte, depois de se cansarem de serem explorados […]. Se você não concorda com o preço, não compre. É simples assim.”
Em seguida, o guitarrista refletiu acerca do cenário atual, no qual, ao seu ver, os artistas não têm qualquer proteção devido à pirataria na internet. Mencionando que o preço de “Ride the Serpent” era ainda maior originalmente diante do problema, explicou:
“Vivemos agora numa época em que artistas não têm nenhuma proteção contra fãs ladrões que baixam música de graça e ainda se vangloriam por terem feito isso. Artistas são vítimas diretas de roubos massivos, reduzidos a implorar e bajular por curtidas e inscritos de pirralhos mimados que se acham no direito de ter tudo e que querem o trabalho alheio de graça ou por quase nada […]. Mas vocês reclamam e choramingam como bebês quando o VV vende algo por um preço que vocês não gostam. Cresçam, p#rr@! Meu preço me protege de pessoas como você, que compram barato de ladrões bootleggers que roubam de mim. Se você não gosta do que eu faço, de como eu pareço, do que eu digo, do que eu vendo, ou de tudo isso junto, não venha aqui. Se gosta do que eu faço, então me apoie. Você reclama porque é só uma música? Essa única música vale mais do que a maioria dos álbuns inteiros por aí. Considere-se sortudo por custar apenas 200 dólares e ainda ser autografada. Originalmente, custaria 300, mas eu reduzi […].”
Por fim, Vinnie ironizou a qualidade do trabalho do Kiss, banda da qual fez parte entre 1982 e 1984, e pontuou que sua música “é intensamente desejada” e “alvo de bootlegs”, o que justificaria o dinheiro exigido. Além disso, destacou que o valor é uma forma de “compensação” pelo seu talento:
“Francamente, não tenho o menor interesse em saber se você compra ou não minhas obras pelo preço que eu estipulei. Na verdade, recomendo que você fique com seus discos do Kiss. Dá pra comprar barato. Mas aí você recebe exatamente o que paga. Minha música não é para você. Aliás, eu controlo para quem vendo. Artistas independentes são como cervos na floresta que nunca veem um centavo pelo seu trabalho. Artistas contratados são explorados, roubados em seus royalties e geralmente acabam nos tribunais. As gravadoras são donas dos artistas e de suas obras. Eu já passei por isso. Não tenho interesse. Se os artistas tivessem um mínimo de coragem, se uniriam, formariam uma aliança e acabariam com toda essa distribuição gratuita, parariam de bajular fãs mimados das redes sociais e trariam tudo de volta à origem: nada de acesso gratuito, nada de downloads grátis, e voltariam a ser pagos pelo seu trabalho. Artistas não têm proteção […]. E terceiro: minha música é intensamente desejada. Sou um alvo prioritário de bootleggers […]. Meu preço é minha compensação justa pelo meu talento, pelo meu trabalho duro e pela música que os fãs querem e aguardam. E, por fim, vale cada maldito centavo. É a melhor droga de grife do mercado.”
Sobre “Judgment Day Guitarmageddon”
Passadas quase quatro décadas desde o lançamento de “All Systems Go” (1988), o Vinnie Vincent Invasion não voltou a lançar um álbum de inéditas. Prometido há anos pelo guitarrista Vinnie Vincent, o sucessor do disco deve finalmente chegar a público em breve.
Como mencionado, em comunicado, o músico revelou que concluiu o projeto chamado “Judgment Day Guitarmageddon”. A ideia é que o trabalho, gravado com o vocalista Robert Fleischmann, saia por meio de singles entre 2026 e 2027 — e apenas em edição física.
Diz o texto:
“‘Judgment Day Guitarmageddon’ está finalizado. Foi um trabalho que levou muito tempo para ser concluído. Tenho muito orgulho desse material e espero que vocês gostem tanto quanto eu. Se houver apoio dos fãs, entre 2026 e 2027 todo o catálogo do Vinnie Vincent Invasion e as músicas do Vinnie Vincent serão lançados. O álbum será oferecido apenas no formato de ‘singles de colecionador’, ou seja, com uma única música por disco, com tiragens de mil CDs cada – 500 unidades para os EUA e 500 para o mercado internacional (por faixa).”
Vinnie divulgou não só a pré-venda de “Ride the Serpent”, como também o nome de outras das músicas contidas no material. São elas:
- Invincible
- Heavy Metal Poontang
- Cockteazer
- Rocks on Fire
- Youngblood
- Shocker
- Brainsaw
- Euphoria
- Full Shredd
- Get the Led Out
- Wild Child
- The Resurrection
- Truth
- Nuke It
Vale destacar que uma audição de “Judgment Day Guitarmageddon” aconteceu em maio de 2023. À época, o guitarrista escreveu nas redes sociais (via Ultimate Classic Rock):
“[A festa de audição] foi um momento feliz e de muito orgulho para mim. Três anos de trabalho, com performances incendiárias minhas e do meu amigo Rob Fleishman. Foi como voltar ao primeiro álbum novamente. Não é um disco para o público de 50 anos… a menos que você tenha 25 no coração. Falta apenas mais uma sessão de ajustes em estúdio para elevar um pouco o volume dos vocais em todas as músicas e, depois disso, o material segue para a fábrica para a prensagem. Esperem pelo menos seis meses para a produção dos vinis.”
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