Surgido em novembro de 2024 com músicos de diferentes fases do Shaman, o Ready to Be Hated passa por um momento de incerteza. Após o lançamento do disco de estreia “The Game of Us” em maio e de apresentações nos festivais Bangers Open Air e The Town, três dos quatro integrantes resolveram deixar a banda.
Conversando com o Ibagenscast, o baterista Rodrigo Oliveira revelou que não faz mais parte do grupo, assim como o vocalista Thiago Bianchi e o guitarrista Fernando Quesada. De acordo com o músico, apenas o baixista Luis Mariutti permanece envolvido — e cabe a ele decidir os rumos futuros do projeto.
Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, Rodrigo disse:
“Depois do The Town [em setembro], a gente não se falou mais. Não sei se alguém vai continuar com a banda. A gente chegou a ter uma conversa sobre continuação ou não, antes do The Town. Tivemos essa conversa e eu não vou continuar, e acredito que o Quesada também não, assim como o Bianchi. Então, basicamente, está nas mãos do Luis. Não sei se ele pretende seguir com outra formação ou não, mas nós três não fazemos mais parte da Ready to Be Hated. Isso nunca foi divulgado, nunca foi falado em lugar nenhum, porque a gente não achou que fosse algo de extrema importância de sair falando.”
A questão para Rodrigo é que o Ready to Be Hated não saiu como o imaginado. Segundo o baterista, a ideia inicial “era trazer um som mais moderno, com guitarra de sete, oito cordas”, mas, no fim das contas, o grupo seguiu uma linha power metal com a qual não se identifica.
Além disso, a composição e gravação do álbum aconteceram de maneira “muito corrida”. Os músicos ainda enfrentaram uma série de problemas técnicos no primeiro show realizado no Bangers Open Air — descrito como “péssimo para a gente que estava em cima do palco”. Ele explicou:
“Na verdade, o que eu queria montar ali com o Quesada não era isso. Eu nunca fui um ‘filho de Angra’, sabe? Eu nunca fui do Angra, Shaman, dessa galera do metal melódico. Sou muito amigo do Angraverso. Adoro todo mundo ali. Não tenho briga com ninguém, não tenho problema com ninguém […]. Mas eu acho que não tenho a linguagem do Angraverso, essa linguagem do power metal. Na primeira composição, já saiu um pouco… saiu completamente do que eu tinha imaginado […]. Pensei: ‘beleza, vamos lutar pelo grupo. Se o grupo quer fazer esse tipo de som, vamos lá, vamos fazer’. [Não fiquei frustrado], porque eu já não estava esperando muita coisa. Não é que eu não esperasse sucesso, eu esperava que sim, pelos nomes que estavam ao meu lado, as músicas eram boas, por mais que o processo de composição, de produção, de mixagem não fosse o que eu faria. Eu faria diferente, mas, como disse, não é que fosse ruim. É diferente do que eu faria.”
Sobre o Ready to Be Hated
Em atividade desde novembro do ano passado, o Ready to Be Hated era, até então, composto pelo baixista Luis Mariutti, vocalista Thiago Bianchi, guitarrista Fernando Quesada e baterista Rodrigo Oliveira, com co-produção de Hugo Mariutti. Foi a primeira vez em que ex-integrantes de duas fases distintas do Shaman se unem em um projeto autoral.
Luis também se notabilizou pelo trabalho com o Angra na década de 1990 e projetos como Sinistra, About2Crash, entre outros. Assim como o irmão Hugo, integrou o Shaman da fundação até 2006, participando também da reunião entre 2018 e 2023.
Thiago Bianchi e Fernando Quesada, como baixista, estiveram envolvidos com a segunda formação do último grupo mencionado, entre 2007 e 2013. Ambos conceberam o Noturnall na sequência, com Bianchi permanecendo no grupo enquanto Quesada saiu em 2019.
Por sua vez, Rodrigo Oliveira é conhecido em especial pelo trabalho com o Korzus, mas até ele esteve relacionado ao Shaman: o baterista substituiu Ricardo Confessori durante o show final da banda, como atração do antigo Summer Breeze Brasil em 2023.
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