Raimundos se manifesta sobre acusação de viúva de Canisso envolvendo falta de pagamentos

Adriana Toscano alega que banda suspendeu repasse de valores previamente acordados em contrato; grupo nega e lamenta situação

O Raimundos divulgou um comunicado a respeito da acusação da viúva de Canisso, baixista original, contra a formação atual, capitaneada por Digão. Adriana Toscano havia dito que o grupo desrespeita um contrato previamente firmado para repassar parte dos cachês de shows realizados após a morte de seu marido, em 2023.

Leia a nota a seguir.

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“A Banda Raimundos lamenta as alegações e acusações recentemente formuladas pela Sra. Adriana, viúva do Canisso.

Todos os reflexos financeiros de direitos autorais de Canisso foram, são e serão respeitados, como é de conhecimento da própria família, atendendo aos contratos, estatutos de empresas e legislação aplicável.

Cumpre destacar que, para além das obrigações determinadas em lei, a Banda Raimundos prestou apoio e auxílio à família do Sr. Canisso por mera liberalidade e consideração pessoal, jamais se furtando a colaborar de maneira ética, respeitosa e humana.

Qualquer afirmação que extrapole esses fatos carece de fundamento e configura mera especulação, cujos objetivos a Banda lamenta profundamente.

A Banda Raimundos sempre manteve postura íntegra, solidária e responsável em relação à família do Sr. Canisso, repudiando qualquer imputação de conduta leviana.

A Banda informa, por fim, que as medidas Legais já estão sendo providenciadas e reitera os votos de respeito, saúde e serenidade a todos.”

A acusação da viúva de Canisso

Em declaração ao S.O.M., projeto da Mídia Ninja sobre música, Adriana Toscano contou que existia um contrato estabelecendo o repasse de parte dos cachês de shows realizados após a morte de seu marido, em 2023 — e destacou que o acordo foi respeitado de início. No entanto, ela afirma que os pagamentos foram interrompidos sem aviso e o grupo mudou o seu CNPJ.

Segundo seu relato, Digão solicitou seu apoio logo após a morte de Canisso para que a banda mantivesse suas atividades, com o roadie Jean Moura ocupando a vaga do músico. Adriana aceitou e manifestou isso de forma pública.

Durante o velório, o vocalista e guitarrista prometeu, segundo ela, repassar uma parte dos cachês de shows como forma de ajudar a família do baixista, que deixou quatro filhos. O acordo foi formalizado em contrato. A partir deste período, o grupo teve um aumento na agenda de apresentações e passou a incluir eventos em homenagem ao falecido colega. Em dado momento, porém, os valores combinados deixaram de ser transferidos.

Adriana esclareceu, ainda, que o acordo formal envolve somente os cachês de shows, principal fonte de renda do grupo, e que advogados a representam no caso. Os direitos autorais das composições gravadas seguem pagos aos filhos por meio do inventário.

Canisso e Raimundos

José Henrique Campos Pereira, o Canisso, nasceu em 9 de dezembro de 1965, na cidade de São Paulo. Sua família se mudou para o Rio de Janeiro quando ele tinha 9 meses de idade, indo para Brasília em seguida quando o então garoto tinha 3 anos. Ele residiu na capital federal até a adolescência.

Após um período em São Paulo, retornou a Brasília, cidade onde o Raimundos foi criado em 1987. Com influências do punk rock e da música nordestina, o grupo se consolidou com Rodolfo Abrantes nos vocais, Digão na guitarra e Fred na bateria, além de Canisso no baixo.

Ao longo da década de 1990, o Raimundos se tornou uma das maiores bandas de rock do Brasil. Discos como a estreia homônima de 1994, “Lavô Tá Novo” (1995) e “Só no Forévis” (1999) venderam milhões de cópias, rendendo hits como “Mulher de Fases”, “A Mais Pedida”, “Me Lambe”, “Eu Quero Ver o Oco”, “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, “Selim” e “Puteiro em João Pessoa”.

Canisso fez parte da banda até 2002, quando saiu pouco tempo após o vocalista Rodolfo Abrantes ter deixado a formação. O músico, que chegou a integrar o Rodox com Abrantes no período em sequência, retornou ao grupo que o consagrou em 2007, sendo um dos integrantes com maior tempo de permanência além do vocalista e guitarrista Digão.

Nos últimos anos, o Raimundos tem sido alvo de críticas após posicionamentos políticos manifestados por Digão, que chegou a comparar a situação de pandemia no Brasil com “amostra grátis de comunismo”. Canisso chegou a dizer em entrevistas que a banda estava suspensa por toda a confusão, que também se desencadeou em provocações do frontman a outros músicos brasileiros como Tico Santa Cruz (Detonautas Roque Clube) e João Gordo (Ratos de Porão), mas também saiu em defesa do colega ao dizer que, apesar do erro, uma retratação foi publicada.

Canisso morreu em 13 de março de 2023, aos 57 anos. O músico sofreu um infarto.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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