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Os diferenciais do Black Sabbath em “Vol. 4”, segundo Ozzy

Apesar do uso exagerado de cocaína no processo de gravação, banda levou a sério o aspecto musical do disco lançado em 1972 e quis sair da zona de conforto

Enquanto o Black Sabbath gravava o seu quarto álbum de estúdio, “Vol. 4” (1972), o clima nos bastidores era de excessos. À época, o vocalista Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward viviam o auge de seus vícios em drogas — mais especificamente, cocaína.

Até mesmo por isso, o álbum quase ganhou o título da faixa “Snowblind”, um trocadilho com a aparência da substância. Isso não significa, porém, que a banda não levasse a sério o aspecto musical do projeto.

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Durante uma entrevista concedida ao jornal The San Diego Door para divulgar o trabalho à época, o Madman listou uma série de diferenciais do disco. Ao seu ver, “Vol. 4” era “muito mais pessoal” e “mais verdadeiro” do que os antecessores.

Como relembrado pelo site Far Out Magazine, o cantor disse na ocasião: 

“Sei que parece que estou me gabando, mas… para nós, esse álbum é como se fosse o primeiro. É o álbum mais verdadeiro que já fizemos. Muitos dos nossos discos anteriores já traziam bastante verdade nas letras, mas esse é uma representação mais autêntica do Black Sabbath musicalmente. Também é muito mais pessoal nas letras. No passado, nossas músicas expressavam o que outras pessoas sentiam, mas as letras desse disco dizem o que nós sentimos. Passamos por muitas mudanças.”

Em sua autobiografia “Eu sou Ozzy” (2010), o Príncipe das Trevas foi além e descreveu “Vol. 4” como um dos melhores discos da banda. Segundo o vocalista, ele e os colegas queriam criar um material do qual tivessem orgulho e, para isso, tentaram sair da zona de conforto – o que ficou claro em canções como “Changes”:

“Pra mim, ‘Snowblind’ foi um dos melhores álbuns que o Black Sabbath já fez, embora a gravadora não tenha deixado a gente manter esse título, porque naquela época a cocaína era um assunto delicado e eles não queriam lidar com uma possível polêmica […]. Mas a gente ainda se importava muito com a música. Queríamos impressionar a nós mesmos antes de impressionar qualquer outra pessoa. Se os outros gostassem do que estávamos fazendo, ótimo, era um bônus. Foi assim que acabamos criando músicas como ‘Changes’, que não soava como nada que já tivéssemos feito antes […]. Eu achei essa música brilhante desde o primeiro momento em que a gravamos. Tive que ouvi-la várias e várias vezes. E continuo assim até hoje: se coloco no meu iPod, acabo enlouquecendo todo mundo cantando junto o resto do dia.”

Black Sabbath e “Vol. 4”

O Black Sabbath ousou ao gravar seu quarto álbum de estúdio, “Vol. 4”. Além de ser um trabalho criativo e experimental, que expandiu os limites do heavy metal que a própria banda ajudou a criar, o disco ficou marcado por seu processo de gravação regado à cocaína.

À Rolling Stone em 2021, Geezer Butler relembrou da clássica “conta do traficante”, destacando que “o álbum custou aproximadamente US$ 65 mil e conta da cocaína custou US$ 75 mil”. Por sua vez, Ozzy Osbourne mencionou como a música “Snowblind”, um dos maiores clássicos do projeto, é uma verdadeira declaração de amor à substância.

“Fizemos ‘Snowblind’ porque aquela era a descoberta mais incrível de nossas vidas. Achávamos que o sucesso era aquilo, mas acabou se tornando nosso maior inimigo. Entramos de cabeça e foi horrível. Agora penso: ‘o que diabos eu estava pensando au achar que aquela havia sido uma noite das boas?’. A noite nunca acabava. Você ainda estava naquela noite já na manhã seguinte.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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