Quando Bruce Kulick entrou para o Kiss em 1984, o guitarrista precisou aprender o vasto catálogo da banda. Isso, naturalmente, incluía composições e partes do saudoso Ace Frehley, que, em suas próprias palavras, “era único e verdadeiramente icônico”.
Dentre as músicas tocadas pelo Spaceman original, reproduzir uma em específico trouxe mais desafios: “100,000 Years”, do álbum de estreia homônimo de 1974.
Conversando com a Guitar World, Kulick explicou que a canção rtaz riffs que quebram o ritmo esperado, além de grandes mudanças de notas. São fatores que tornam sua execução particularmente complexa.
Membro do grupo até 1996, o músico disse:
“Ele amava Jimi Hendrix e Jimmy Page, mas o timbre, a técnica de palheta e a escolha de notas vinham exclusivamente dele. Para mim, ele não era um guitarrista fácil de imitar. Seus solos e a forma de tocar em ‘100,000 Years’ eram difíceis. A música traz riffs extremamente sincopados, com saltos de intervalo muito característicos. Na minha visão, isso realmente definiu a abordagem do Ace. Na minha fase no Kiss, eu queria tocá-la. Ficava balançando a cabeça, impressionado, enquanto recriava os riffs.”
Essa não foi a primeira vez que Kulick apontou a dificuldade em executar “100,000 Years”. Numa sessão de perguntas e respostas no X/Twitter em 2020, o guitarrista já havia citado a canção como a mais complicada de aprender, destacando que “os riffs de Ace são únicos e desafiadores”.
Bruce Kulick e as músicas de “Animalize”
À Ultimate Classic Rock em 2024, ainda mencionou as faixas do “Animalize” (1984), com o guitarrista Mark St. John, e então acrescentou:
“Uma música desafiadora? Obviamente, algumas coisas da fase ‘Animalize’ eram um pouco difíceis. Eu tive que dar uma adaptada em músicas como ‘Thrills in the Night’ […]. Mas uma música do catálogo posterior que realmente me deixou empolgado foi ‘100,000 Years’ […].‘100,000 Years’ e ‘Makin’ Love’ têm riffs incríveis.”
Ace Frehley, o guitarrista original do Kiss
Nascido no Bronx, em Nova York, Paul Daniel Frehley começou a tocar guitarra ainda na infância, incentivado pela família. Participou de uma série de bandas amadoras entre o final dos anos 1960 e início dos 1970s.
A consagração veio quando se juntou ao Kiss. Esteve presente em dois momentos, entre 1972 e 1982, regressando em 1996 e ficando até 2002. Criou o personagem Space Ace, além de ter desenhado o logotipo da banda. É até hoje o membro preferido de uma parte considerável dos fãs.
Na segunda metade dos anos 1980 comandou o Frehley’s Comet, que lançou dois discos de estúdio e teve repercussão mediana junto ao público. Deixou oito álbuns solo, incluindo o lançado em 1978, quando ainda estava na banda que o tornou famoso. O mais recente, “10,000 Volts”, saiu no início de 2024.
Faleceu no dia 16 de outubro, aos 74 anos, semanas após ter sofrido uma queda em casa.
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