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A entrevista rude que fez Paul Stanley querer tirar as máscaras do Kiss

"Havia tanta hostilidade que parecia que sentiam prazer em te deixar desconfortável", relembrou músico a respeito da imprensa no início dos anos 1980

Na tentativa de “salvar” o futuro da banda, o Kiss fez uma mudança drástica no início da década de 1980. Para o lançamento do disco “Lick it Up” (1983), os artistas deixaram de lado as maquiagens e fantasias e apareceram pela primeira vez de “cara limpa” na mídia.

Basicamente, a alteração chocante no visual foi a solução encontrada para uma série de problemas internos que quase ocasionaram o fim das atividades. Isso porque a popularidade do grupo já não era a mesma dos anos 1970, com shows cada vez menores, além de uma inconsistência na formação e nas vendas de discos com a trinca Unmasked (1980), Music from ‘The Elder’ (1981) e Creatures of the Night (1982). 

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Paul Stanley reconhece a urgência da medida. Durante entrevista ao podcast The Magnificent Others, apresentado por Billy Corgan, líder do Smashing Pumpkins, o vocalista e guitarrista disse que a motivação para continuar de uma maneira não convencional aos músicos veio após uma rude entrevista. 

Com o Kiss em baixa, o Starchild afirmou que, ao conversar com jornalistas, era geralmente caçoado pelos profissionais. Uma pergunta em específico veio como um “golpe fatal”, em suas palavras, como transcrito pela Ultimate Guitar:  

“Dei entrevistas a jornalistas no final do período das maquiagens em que havia tanta hostilidade que parecia que sentiam prazer em te deixar desconfortável. Provavelmente estavam irritados por termos durado tanto tempo. O golpe fatal veio quando me perguntaram: ‘como é estar no Titanic?’ Respondi: ‘eu sou um ser humano, como… como você pode dizer isso?’ E tudo em que eu conseguia pensar era: ‘ninguém vai me dizer quando isso a banda vai acabar’. Você precisa ter um motivo para continuar e o meu era que ninguém tinha o direito de me dizer quando era o fim.”

O cantor contou a mesma história na autobiografia “Uma Vida Sem Máscaras” (2014). Na obra, o músico ainda relembrou outra pergunta insensível recebida à época: 

“A imprensa parecia sentir prazer em ver a queda do Kiss. Depois que me arrastei para fora da cama para dar uma entrevista certo dia, o repórter me perguntou: ‘como é a sensação de estar no Titanic?’. Os jornalistas nos viam como uma commodity e se esqueceram de que éramos pessoas. Outro entrevistador perguntou: ‘como é a sensação de estar morrendo?’. Eram detestáveis. Ainda assim, aprendi uma coisa ao lidar com perguntas como essas dia após dia: ninguém vai me avisar quando isso termina. Era claro que tudo ao meu redor tinha dado errado. Mas e quanto a mim? E quanto à minha sobrevivência? Isso dependia de mim. Aqueles idiotas no telefone não decidiriam se eu seria bem aceito ou não nas arenas de shows. O Kiss era tudo para mim. E bem ali, jurei que faria todo o necessário para manter meu bote salva vidas boiando.”

A era do Kiss sem maquiagem

Apesar das discordância do baixista e também vocalista Gene Simmons, o Kiss seguiu em frente sem as típicas caracterizações. Durante o período, os artistas disponibilizaram também os discos “Animalize” (1984), “Asylum” (1985), “Crazy Nights” (1987), “Hot in the Shade” (1989), “Revenge” (1992) e, fechando o ciclo, “Carnival of Souls: The Final Sessions” (1997) – até que a formação original retornasse com as maquiagens.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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