O show especial do Angra no Bangers Open Air 2026 com participação de três ex-integrantes — o vocalista Edu Falaschi, o baterista Aquiles Priester e o guitarrista Kiko Loureiro — foi possibilitado pela ação de um elemento específico da formação. O baixista Felipe Andreoli é citado como o responsável por estabelecer a conexão do também guitarrista Rafael Bittencourt com Falaschi e Priester, já que os dois últimos não conversavam mais com o membro fundador.
A revelação foi feita em um vídeo do programa Assino Embaixo, apresentado por Paulo Baron, empresário do Angra, e o próprio Andreoli. A filmagem conta com participação de Bittencourt, que, conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, comenta:
“Teve muita da sua [Felipe] participação, dessa ponte humana de amizade, respeito, confiança, que você construiu com todos os envolvidos. Acho que você é um pilar aí nessa história. Estou feliz e empolgado, sobretudo pelo que somos juntos. Eu, com você, com Baron e com Kiko [nota: Kiko segue como sócio do grupo, mesmo fora da formação desde 2015]. E a banda: Marcelo [Barbosa, guitarrista da formação atual], Fabio [Lione, vocalista], Bruno [Valverde, baterista]: o que somos hoje. É uma força grande e é isso que possibilita a gente poder, por exemplo, abrir as portas.”
Por sua vez, Felipe ofereceu uma perspectiva própria a respeito do tema. Inicialmente, ele refletiu:
“A gente vem construindo há algum tempo essa reaproximação: ajeitando uma série de arestas que precisavam ser aparadas e uma série de assuntos que precisavam ser conversados; até, às vezes, papos meio difíceis que precisavam ser tidos. Claro, ainda tem trabalho a ser feito nesse campo também, mas chegou num momento em que isso foi possível. Se fosse seis meses ou um ano atrás, talvez não seria possível. Seria uma ideia que você falaria: ‘olha, agradeço, mas não tem como acontecer’.”
No caso pessoal do baixista, a única reaproximação necessária ocorreu com Aquiles Priester, visto que os dois passaram algum tempo sem se falar. Curiosamente, era o único daquela formação com o qual Andreoli havia trabalhado junto antes de entrar para o Angra — os dois integraram o grupo Di’Anno, do vocalista Paul Di’Anno (ex-Iron Maiden), entre 1998 e 2001.
“Nunca deixei de falar com o Edu. Fiquei um tempão sem falar com o Aquiles, mas já tem alguns anos que procurei o Aquiles pra conversar, tentar colocar pra trás todos esses maus sentimentos. Quis procurá-lo pra dizer a ele que, independente do que tivesse passado, sido dito e acontecido, que eu desejava o melhor pra ele, que ele estivesse bem. Eu me desculpei por alguma coisa que o tenha ofendido. E foi muito bom pra mim, porque a partir daí eu senti as coisas ficando mais leves também do lado dele. Acho que ele não esperava meu contato. Talvez na cabeça dele a gente tivesse realmente alguma coisa contra: uma guerra, uma vontade de sabotar, ou sei lá o quê. Nesse dia ele percebeu que não. E as coisas foram se desamarrando aos poucos. O mesmo aconteceu com o Edu.”
Por fim, Andreoli destaca:
“É claro que a gente precisou ter algumas conversas difíceis no meio do caminho pra chegar nesse ponto, porque uma banda é cheia de complexidades. E quando você tem um legado de álbum junto, etc, é como se você tivesse um filho junto com aquela pessoa, que precisa ser cuidado, com clareza nas responsabilidades e os direitos de cada um. Conseguimos ajeitar tudo ao longo dos anos e isso pavimentou o caminho para poder chegar até esse momento de celebrar. O que eu mais quero é subir naquele palco com esse sentimento de celebração, de vitória.”
Edu Falaschi confirma
Em entrevista de 2024 ao Nordecast, o próprio Edu Falaschi havia confirmado que sua reaproximação com o Angra ocorreu por intermédio de Felipe Andreoli. O artista disse:
“Quero agradecer ao Felipe Andreoli, ele foi o grande, vamos dizer, ‘maestro’, que conduziu uma aproximação para a questão da liberação dos direitos e tal, que está rolando. Mas o Felipe foi o cara que falou ‘cara, vem aqui e vem aqui’, entendeu?”
Ainda na ocasião, Falaschi abordou o fim da troca de farpas na imprensa, que ocorreu durante um período, especialmente nos primeiros da carreira solo do artista — iniciada em 2017. Para o cantor, a idade de todos os envolvidos e a consolidação tanto do Angra com Fabio Lione nos vocais quanto de sua própria carreira solo são elementos importantes para o encerramento da rixa.
Ele afirmou:
“Faz tempo (que começamos a nos entender). Nunca mais tivemos nenhum tipo de rusga midiática, aliás, da minha parte faz bastante tempo, desde o começo da carreira solo. Não tem muito o que fazer mais, né? Cada um se consolidou com sua história. Não tem como apagar a minha história no Angra, é impossível. A minha carreira solo consolidou de vez, cada um fazendo o seu, então não tem por que ficar brigando. Também está todo mundo já mais velho, eu tenho 52 anos, tenho um pouco de preguiça dessa coisa de briga, de mal estar. Tenho o maior carinho por eles, todos eles.”
Angra no Bangers Open Air 2026
O organização do Bangers Open Air 2026 divulgou seu headliner final, fechando o lineup em definitivo. Apresentando-se no segundo dia, o Angra, até então em hiato, se reunirá para um show especial.
Além do grupo atual, teremos o reencontro da formação chamada de “Nova Era”, que gravou “Rebirth” (2001), “Temple of Shadows” (2004) e “Aurora Consurgens” (2006), com os ex-integrantes Edu Falaschi (voz), Kiko Loureiro (guitarra) e Aquiles Priester (bateria). Completam a ocasião o guitarrista Rafael Bittencourt e o baixista Felipe Andreoli, remanescentes do período.
Segundo os organizadores do festival, a apresentação reunirá no mesmo palco a formação “Nova Era” — com Edu, Rafael, Kiko, Felipe e Aquiles — dividindo o palco com os atuais integrantes: Fabio Lione (voz), Marcelo Barbosa (guitarra) e Bruno Valverde (bateria). Descrita como “única no Brasil”, a performance será dividida em duas partes distintas, cada uma representando um período marcante na trajetória do Angra, com destaque para a “Nova Era”.
Além disso, o objetivo é celebrar o 25º aniversário de “Rebirth” (2001). Trata-se do primeiro álbum gravado com esta formação. Estima-se que tenha vendido quase um milhão e meio de cópias em todo o planeta até hoje, com direito a ganhar discos de ouro no Brasil e Japão.
Em nota oficial, o Angra comenta:
“Ser headliner de um grande festival no Brasil, como banda brasileira, tem um significado enorme para nós, especialmente no ano em que o Angra completa 35 anos de existência. É a prova de que o metal feito aqui tem força, história e relevância.”
Os responsáveis pelo Bangers Open Air complementam:
“Ter o Angra, e justamente a lendária formação do ‘Rebirth’, como headliner do Bangers Open Air é um marco histórico para o metal brasileiro. No ano em que um festival nacional de metal alcança sua quarta edição, feito inédito no país, esse encontro consagra a força, a trajetória e a relevância da música produzido aqui.”
O recém-reunido Twisted Sister ficará a cargo de encerrar os trabalhos do primeiro dia. O festival está marcado para os dias 25 e 26 de abril, novamente no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Confira o lineup completo do Bangers Open Air a seguir.
Sábado, 25 de abril de 2026
Twisted Sister
In Flames
Black Label Society
Killswitch Engage
Jinjer
Fear Factory
Evergrey
Tankard
AMH
Onslaught
Feuerschwanz
Crypta
Violator
Lucifer
Korzus
Overdose
Hangar
Seven Spires
Marenna
Ozzy Tribute
School Of Rock
Domingo, 26 de abril de 2026
Angra (com Edu Falaschi, Kiko Loureiro e Aquiles Priester)
Within Temptation
Smith/Kotzen
Winger
Amaranthe
Nevermore
Primal Fear
Eluveitie
Dirkschneider
Crazy Lixx
Roy Khan
Project46
Visions Of Atlantis
Noturnall
Cobra Spell
Silver Dust
Trovão
Malvada
Paradise In Flames
Chaos Synopsis
Clash Bulldog’s
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