Alice Cooper está na ativa desde o fim da década de 1960. Após tanto tempo de carreira, o cantor segue com a voz em plena forma aos 77 anos — e existe um segredo para isso.
Ao programa Trunk Nation With Eddie Trunk, Vincent Damon Furnier, como é batizado, revelou que canta numa extensão média para que não force demais as cordas vocais e se prejudique. Citando Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, como o oposto, ele explicou conforme transcrição do Blabbermouth:
“Nunca perdi a voz porque canto na região média. Eu não canto lá em cima, no mesmo lugar em que Steven [Tyler] canta. Não tento alcançar aquelas notas. Tenho caras na banda que podem cantar assim. Então, se eu mantenho minha voz na faixa média e alcanço um ponto mais alto de vez em quando, onde consigo subir razoavelmente bem, não vou ficar com a voz destruída. Você só se desgasta quando tenta atingir notas realmente, realmente altas.”
Segundo o artista, o colega de profissão nunca fez nada errado quanto ao canto. Porém, é natural que, com o tempo, a voz fique desgastada devido ao esforço:
“O Steven faz isso por duas horas e meia, desde 1970. Então, depois de um tempo, há um desgaste. É só isso. Ele não fez nada de errado, é apenas o jeito dele cantar, e o corpo acaba se desgastando. Eu tive a sorte de manter meus vocais na região média, então nunca realmente perdi a voz, nunca.”
Conversando com a Variety em 2021, Cooper até mesmo citou exemplos das mudanças em seus vocais a depender da performance. Enquanto tende a cantar em tons mais altos com a banda de turnê, a prioridade é outra quando está reunido com a formação original de seu grupo:
“Quando estou tocando com a banda da turnê, que é mais jovem, eles são muito precisos e ‘afiados’ no que tocam. Também tocam um pouco mais rápido, em músicas como ‘Billion Dollar Babies’ e ‘Under My Wheels’. Com eles, eu também canto mais alto. Já quando estou com a formação original, tocamos mais devagar, mais pesado e mais sombrio e eu canto desse jeito. É impressionante como a diferença é grande.”
Além disso, o cantor considera fundamental o cuidado que mantém com a própria voz. À Folha de S. Paulo em 2017, ele citou:
“Minha voz se mantém igual porque eu não bebo nem fumo. Sempre fui muito saudável, eu era corredor nos tempos de colégio.”
Alice Cooper atualmente
Alice Cooper reuniu os membros de sua banda original para um novo disco. Pela primeira vez em 51 anos, o vocalista, Michael Bruce (guitarra), Dennis Dunaway (baixo) e Neal Smith (bateria) lançarão um material de estúdio juntos. “The Revenge of Alice Cooper” chegou a público no dia 25 de julho pela earMUSIC.
Com 14 faixas, o projeto tem produção assinada pelo colaborador de longa data Bob Ezrin e conta com contribuições do saudoso guitarrista Glen Buxton, falecido em 1997, em duas músicas. Intitulada “What Happened To You”, a primeira canção foi criada a partir de um riff originalmente composto pelo músico e pelo baixista em uma demo antiga. Já a segunda, uma faixa bônus, é um remix atualizado de “Return of the Spiders”, presente no segundo disco “Easy Action” (1970).
Até então, o último álbum lançado pela formação era o “Muscle of Love” (1973). Sendo assim, à Billboard, Cooper refletiu sobre a passagem de tempo e destacou:
“Realmente sentidos que era o nosso próximo álbum depois de ‘Muscle of Love’. Engraçado isso, né? Depois de 50 anos, de repente tudo simplesmente se encaixa. […]. Se for pra fazer um disco original do Alice, eu quero que soe como a banda original do Alice. A banda original tem um som mais sombrio, mais pesado. É uma personalidade muito diferente — e eu até canto de forma diferente quando estou com aqueles caras. Neste álbum, foi muito mais uma coisa de banda mesmo, em que cada um de nós tem voz ativa. Em outras palavras, não foi como os meus álbuns solo. Eu não teria a palavra final — tive um quarto da decisão, e é assim que sempre fizemos.”
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