O Living Colour anunciou uma turnê pela América do Sul para o início de 2026. Quatro shows estão marcados no Brasil para o fim de fevereiro e início de março.
A excursão foi confirmada com o título “The Best of 40 Years Tour”. O grupo foi fundado em 1984 e conta com Corey Glover (voz), Vernon Reid (guitarra), Doug Wimbish (baixo) e Will Calhoun (bateria).
A venda de ingressos será iniciada em breve. Confira abaixo a agenda no continente.
- 22/02: Mendoza, Argentina (23 Rios Craftbeer)
- 24/02: Buenos Aires, Argentina (C Art Media)
- 26/02: Porto Alegre, Brasil (Opinião)
- 27/02: São Paulo, Brasil (Tokio Marine Hall)
- 28/02: Rio de Janeiro, Brasil (Sacadura 154)
- 01/03: Curitiba, Brasil (Live Curitiba)
- 03/03: Santiago, Chile (Teleton)
Living Colour no Brasil
Até então, a passagem do Living Colour mais recente pelo país havia ocorrido em outubro de 2024, com performances no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília. Em resenha para o site IgorMiranda.com.br, o jornalista Igor Miranda declarou sobre a performance na capital paulista:
“Por incrível que pareça, o Living Colour encerrará sua 11ª passagem pelo Brasil deixando gostinho de ‘quero mais’. Mesmo sem novidades trazidas, a impressão deixada é de que o grupo poderia retornar todo ano que seguiria despertando interesse do público — pelo não tão simples fato de oferecer um dos melhores shows do rock mundial, com atemporalidade pulsante tanto na performance ainda de extrema qualidade quanto pelas mensagem das letras cuja relevância é mantida.”
Trecho de entrevista com Vernon Reid
Em entrevista ao colaborador Marcelo Vieira para o site IgorMiranda.com.br, Vernon Reid refletiu sobre o caráter político do Living Colour. Para ele, fundamental que artistas usem suas plataformas para defender causas justas. Enfatizando sua longa desconfiança em relação ao então candidato e agora presidente americano Donald Trump, o guitarrista rememora:
“Somos pessoas, estamos sujeitos às mesmas coisas que qualquer um. Alguns artistas serão conservadores, outros não. Eu, pessoalmente, nunca fui fã de Donald Trump. Lembro quando ele negava moradia para pessoas negras no Queens [bairro de Nova York].”
Apesar de sua posição clara, Reid reconhece que a música é uma força universal que conecta pessoas de diversas ideologias. O fato de que o Living Colour tem fãs conservadores é algo que considera “bizarro”, mas, para ele, esse fenômeno reflete a beleza da música, que pode falar de maneiras diferentes para pessoas distintas.
No entanto, o guitarrista não hesita em deixar claro por que se opõe tão fortemente a Trump:
“Trump sempre acreditou que as pessoas são tolas, que podem ser enganadas. Ele investiu em cassinos, o que só reforça essa visão de mundo. Eu não apoio isso, e é por isso que farei parte do evento.”
Apesar dos desafios e das crises internas enfrentadas ao longo das décadas, o Living Colour continua relevante. Para o guitarrista, essa longevidade se deve, em parte, à pertinência dos temas abordados pela banda.
“Escrevemos ‘Time’s Up’ [do álbum ‘Time’s Up’ (1990)] como uma homenagem ao Bad Brains, e então Corey surgiu com essa letra sobre o meio ambiente. Na época, o debate sobre mudanças climáticas ainda não era tão intenso quanto hoje, mas agora essa música é mais relevante do que nunca. O planeta está ficando mais quente, e as pessoas ainda negam o que está acontecendo (…) Os verões estão cada vez mais insuportáveis, com Los Angeles chegando a 48ºC. Mesmo assim, ainda tem gente que nega a realidade.”
Reid e seus colegas de banda continuam comprometidos com a música e com a mensagem, acreditando que o poder da arte está em inspirar e desafiar. Para o guitarrista, o Living Colour é mais do que apenas uma banda: é um reflexo das tensões e lutas de uma sociedade em constante transformação.
“Nosso papel é esse, levar essas questões para o público e, de alguma forma, provocar uma reflexão. Ainda há muito trabalho a ser feito.”
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