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A opinião de Derek Riggs sobre as capas atuais de discos do Iron Maiden

Ilustrador é creditado como criador do mascote Eddie e ficou conhecido por ter assinado a capa dos oito primeiros álbuns da banda

Derek Riggs exerceu um grande papel no Iron Maiden. Colaborador da banda sobretudo nas décadas de 1980 e 1990, o ilustrador é creditado não apenas como o criador do mascote Eddie, como também pelas capas dos oito primeiros álbuns de estúdio, além de trabalhos ao vivo, EPs, singles e merchandising. 

A parceria, no entanto, acabou rompida em definitivo com o décimo segundo disco “Brave New World” (2000). Após uma briga nos bastidores com o vocalista Bruce Dickinson e com o agente do grupo, o artista deixou a arte inacabada, com os músicos aproveitando o rascunho inicial apenas na parte superior da capa. 

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Nomes como Tim Bradstreet, Melvyn Grant e Mark Wilkinson assumiram o papel criativo nos projetos seguintes. O último deles colaborou com os mais recentes “The Book of Souls” (2015) e “Senjutsu” (2021). 

Riggs confessa que não presta tanta atenção nas artes atuais da Donzela de Ferro. Durante entrevista a Jéssica Marinho para o Wikimetal, o ilustrador revelou que a maior parte das capas que olhou pareciam “cópias meio fracas” do que fez no passado e que os resultados não o agradaram muito. Ele opinou:  

“Mais ou menos. Eu realmente não olho para elas. A maioria das que vi são cópias meio fracas de algo que eu fiz. Ou eles pintam algo e colam o rosto do Eddie, e é como se não combinasse. Por que você não pinta outra coisa? Mas não, eu não sei. Eu realmente não gosto muito da maioria delas. Não gosto muito dos que eu vi.”

Além do Maiden, o ilustrador trabalhou com outras bandas como Budgie, Gamma Ray, Stratovarius, Impellitteri e White Wizzard. Aos 67 anos, porém, Riggs tem outros planos variados para a carreira, que envolvem modelagens 3D e uma história em quadrinhos:

“Eu trabalho com muitas coisas. Pinto quadros, faço desenhos. Às vezes faço música eletrônica. Um dia, faço alguma música que outra pessoa possa querer ouvir. Comecei a mexer com modelagem 3D, não com realidade virtual (VR), mas a física, porque existem mercados onde você pode vender esse tipo de coisa. E eu estava pensando em fazer algo junto com isso. E também estava brincando com a ideia de fazer uma grande história em quadrinhos. Não era sobre o Eddie. Embora eu tenha uma história para o Eddie.”

Iron Maiden e o rompimento com Derek Riggs

Como mencionado, Iron Maiden e Derek Riggs tiveram problemas durante a criação da arte de “Brave New World” (2000). Em depoimento ao livro “Empire of the Clouds – Iron Maiden nos anos 2000” (2023) escrito por Martin Popoff e lançado no Brasil pela Editora Denfire, Derek declarou, conforme transcrição do Whiplash:

“Este rosto estava nas nuvens; estava na fumaça. ‘Wicker Man’, onde eles queimam o sujeito, eu desenhei esta coisa que parece um pouco com uma igreja, com pessoas dentro dela, todas sendo queimadas. Mas a banda não curtiu. O agente gostou; ele sacou. A banda não gostou. Bruce começou a falar mrda. E eu me virei e disse a Bruce que ele estava falando mrda. ‘Não é sobre isso e não é sobre aquilo’, e falei, ‘Com licença, eu sei um pouco mais sobre religião antiga do que você, cara’.

O agente disse que queria ver uma versão todos os dias, e eu não trabalho assim. E então ele começa a dizer, ‘Ah, eu não gosto disso, e não gosto da grama e não gosto do céu’. Eu apenas me virei e disse: ‘Olha, esquece, não vou fazer isso’. Então, eles pagaram pela obra de arte e usaram o Eddie no céu naquela coisa. E essa foi minha contribuição para a capa. Eu simplesmente não trabalho assim. Não está acabada, sabe? É uma imagem inacabada. É uma imagem em processo de acabamento. Que parte disso você não entende? ‘Ah, eu não gosto da grama’. Sim, mas há trezentas figuras para ir por cima da grama. Acorda!”

Uma curiosidade citada por Riggs é que, originalmente, o play levaria o nome de seu primeiro single e faixa de abertura.

“O álbum propriamente ia se chamar ‘Wicker Man’. Aí eles começaram a bagunçar novamente. Eu estava tentando dizer: ‘Será que posso terminar isso?’ Eu estava muito p*to àquela altura. Eles estavam simplesmente sendo estúpidos. Como eu falei, Bruce estava falando besteiras e Steve foi um pouco no embalo, e então decidiram que não gostaram do Eddie, aí eu só disse: ‘Esqueça, não vou terminá-lo’. E eles fizeram um modelo em 3D de uma cidade.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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