Dentre os convidados da despedida do Black Sabbath e de Ozzy Osbourne, esteve Jake E. Lee. Atualmente longe dos holofotes e enfrentando problemas de saúde, o guitarrista que acompanhou o saudoso Madman entre 1982 e 1987 marcou presença no Back to the Beginning, festival idealizado para a ocasião e realizado no Villa Park, em Birmingham, na Inglaterra, no último dia 5 de julho.
O músico integrou um supergrupo completado por Lzzy Hale (Halestorm, vocais), David Draiman (Disturbed, vocais), Nuno Bettencourt (Extreme, guitarra), David Ellefson (ex-Megadeth, baixo), Mike Bordin (Faith no More, ex-Ozzy Osbourne, bateria) e Adam Wakeman (músico de apoio de Ozzy e do Black Sabbath, teclados). Com certas variações na formação, tocaram “The Ultimate Sin” (com Lzzy cantando) e “Shot in the Dark” (com Draiman no vocal).
Apesar dos elogios quanto à sua performance, Jake E. Lee lidou com contratempos ao subir ao palco. Durante uma entrevista à Guitar World (via Ultimate Guitar), o artista explicou que a confusão começou enquanto ainda estava no backstage e percebeu que a guitarra estava desafinada.
Contudo, o músico não só estava meio perdido quanto à própria entrada, como também não conseguiu resolver a questão a tempo. Ele declarou:
“Eu estava no camarim e sabia que minha guitarra precisava ser afinada. Fiquei perguntando sobre o resto da banda, mas me disseram que eles ainda não estavam prontos. Então, me levaram para o lado direito do palco e eu tinha que entrar pelo lado esquerdo, mesmo assim insistiram. Entrei e o Nuno tinha colocado a plateia para gritar meu nome. Eu subi no palco e a Lzzy e o Nuno começaram a fazer reverências para mim e o Nuno me abraçou e me deu um beijo na bochecha. A plateia estava gritando meu nome. Foi avassalador. Estou surpreso de não ter tropeçado e caído.”
Com a reação calorosa do público, Jake acabou deixando a afinação em segundo plano. Além disso, destacou que uma das músicas não saiu exatamente como ensaiado. Ainda assim, o guitarrista considera que a apresentação foi “fantástica e incrível”:
“Por causa de tudo isso, fiquei um pouco desafinado. Mas valeu a pena. Ter aquela introdução e reação fez bem para a minha alma. E depois, com ‘Shot in the Dark’, nós tínhamos ensaiado de um jeito, mas acho que o David ficou um pouco empolgado e se adiantou. Então não consegui fazer minha harmonia no começo, mas tudo bem. Toquei o meu melhor? Talvez não. Estava afinada? Talvez não. Foi fantástico e incrível? Com certeza.”
Jake E. Lee recentemente
Antes de ter sido baleado em outubro último, o guitarrista Jake E. Lee já estava afastado da mídia há alguns anos. Alguns rumores indicavam que o músico passava por alguns problemas de saúde que impediram o prosseguimento da carreira. Recentemente, o próprio se manifestou, corrigindo algumas informações e confirmando outras.
Em entrevista ao Tone-Talk, o artista revelou ter sido vítima de um erro médico. Inicialmente, havia sido diagnosticado com síndrome do túnel do carpo – o que bate com os rumores que vieram a público através de Greg Chaisson. No entanto, após alguns exames, se constatou que o problema era outro.
Ele contou, conforme transcrição do Blabbermouth:
“Pensei que tinha síndrome do túnel do carpo. Fui a um neurologista, enfiaram agulhas em mim e depois me eletrocutaram. Disseram que eu tinha síndrome do túnel do carpo. Então marquei uma consulta com uma cirurgiã de pulso, o que demorou um pouco. Ela pediu alguns raios X, o que ninguém tinha feito até então. Quando chegaram os resultados, ela disse: ‘Você não tem síndrome do túnel do carpo. Se alguém tivesse tirado um raio X do seu pulso, teria visto’.”
O diagnóstico definitivo indicava outra situação, proveniente do desgaste e avanço do tempo.
“Aparentemente não tenho mais cartilagem na mão direita e muito pouco na esquerda, embora a segunda não me incomode. É osso com osso, esfregando um no outro. Agora estou tomando injeções de cortisona no pulso — muito divertido — e fazendo fisioterapia para fortalecer os músculos ao redor, faço muitos alongamentos. É sobre controle da dor agora. É isso ou fundir os ossos, o que eu acho que Steve Morse fez. E isso mudará seu estilo de tocar. Se você fundir isso, agora é tudo cotovelo — talvez dedos, eu acho. Então eu vou ter cotovelo de tenista. Então ela disse que recomenda controle da dor. ‘Vamos ver se conseguimos fazer você tocar sem fundir os ossos’, o que parece bem radical.”
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