Morreu aos 89 anos o multi-instrumentista Hermeto Pascoal. O falecimento do artista, um dos maiores expoentes da música brasileira, foi confirmado neste sábado (13) por meio de suas redes sociais.
Hermeto estava internado no hospital Samaritano Barra, na zona sudoeste do Rio de Janeiro. O óbito ocorreu às 20h22, “em decorrência de falência múltipla dos órgãos”.
A nota afirma:
“Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música. No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música. Como ele sempre nos ensinou, não deixemos a tristeza tomar conta: escutemos o vento, o canto dos pássaros, o copo d’água, a cachoeira, a música universal segue viva.”
Sobre Hermeto Pascoal
O “Velho Bruxo” Hermeto Pascoal conquistou o Brasil e o mundo com sua musicalidade excêntrica e ao mesmo tempo genial. Notório pelo espírito inovador, pela capacidade de improvisação e por contar com o chamado “ouvido absoluto” (capacidade de identificar notas musicais emitidas até mesmo por objetos que não são instrumentos), construiu uma obra que trafega entre o jazz, os ritmos brasileiros e a chamada world music.
O talento do multi-instrumentista se estendeu também a objetos aleatórios: de brinquedos a utensílios de cozinha, tudo virava música em suas mãos. A forte ligação com a natureza também o fez emular musicalmente sons de matas, rios, lagoas e outras paisagens.
Um dos momentos mais conhecidos de sua carreira consistiu no encontro com o lendário Miles Davis. Gravou ao lado do americano e o impressionou bastante. Em seus álbuns próprios, contou com a colaboração de muitos artistas, a exemplo de Zé Ramalho, Fagner, Heraldo do Monte, Robertinho de Recife, Edu Lobo e muitos outros.
As apresentações ao vivo de Hermeto também ficaram marcadas por trazer toda a excentricidade do bruxo. Além dos instrumentos musicais inusitados, a participação da plateia também sempre tinha importância. Especialmente na década de 70, era comum que fãs subissem ao palco durante os shows dentro e fora do Brasil. Os músicos também iam em direção do público, que que também já chegou a ser conduzido para fora da casa de shows junto com a banda.
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