Desde o início de setembro, o Garbage está excursionando pela América do Norte. Com a turnê “Happy Endings”, a banda tem apresentações agendadas pelo continente até o início de novembro.
Ao todo, são quase 40 shows anunciados. Ao que tudo indica, podem ser os últimos da banda em um giro pela região.
Nas redes sociais ainda no mês passado, o grupo surpreendeu ao publicar que essa seria a última turnê como atração principal em território norte-americano. Segundo nota, os músicos não faziam “uma turnê extensa como esta nos Estados Unidos há quase uma década e, sendo sinceros, é improvável que toquemos em muitas das cidades desta turnê novamente”.
Agora, durante performance em Washington DC, na última quarta-feira (17), Shirley Manson explicou por que ela e os colegas resolveram tomar tal decisão. A transcrição é da NME.
De acordo com a vocalista de 59 anos, o motivo é o funcionamento da indústria musical no campo econômico. Nas palavras da cantora, fazer turnês, muitas vezes, envolve estar em condições arriscadas, sobretudo relacionadas à hospedagem e viagem, devido aos custos elevados – o que ela considera “difícil” e “inaceitável”:
“Como banda, decidimos que, basicamente por causa do funcionamento econômico da indústria musical, precisamos reduzir nossas turnês como headliners. Graças à exploração da indústria fonográfica, fazer turnês se tornou muito, muito difícil. Não estamos reclamando, tivemos uma carreira incrível. Falo isso apenas porque minha preocupação é, claro, com os músicos jovens que saem em turnê. Às vezes eles dormem na van, às vezes ficam em motéis extremamente duvidosos, e isso é perigoso, realmente inaceitável, e precisa parar. O que quer que esteja acontecendo, precisa parar. É inseguro e inaceitável.”
Sendo assim, pensando num contexto geral, o Garbage resolveu parar com as grandes excursões. Já despedindo-se dos fãs, a frontwoman discursou para a plateia:
“Decidimos que a situação econômica ficou insustentável, então esta é meio que a última vez que resolvemos pegar um ônibus e fazer uma turnê por toda a América do Norte […]. Todos sentimos que tivemos privilégios imensos e recebemos um apoio inacreditável dos nossos fãs, de vocês. Em certos momentos na indústria musical, nos disseram que éramos velhos, que tínhamos acabado, que ninguém se interessava, que ninguém dava a mínima, que ninguém queria tocar nossas músicas no rádio, que ninguém queria nos entrevistar. […] Não sabemos se algum dia os veremos novamente, talvez sim, talvez não. Mas todos nós queremos que vocês sejam saudáveis e felizes.”
Garbage atualmente
Recentemente, o Garbage disponibilizou o seu oitavo álbum de estúdio. Com 10 faixas, “Let All That We Imagine Be the Light” chegou a público no dia 30 de maio por meio da BMG.
A produção ficou a cargo da própria banda e do engenheiro e colaborador de longa data Billy Bush. Por sua vez, as gravações aconteceram no estúdio Red Razor Sounds, em Los Angeles, assim como no estúdio do baterista Butch Vig, Grunge is Dead, e no quarto da vocalista Shirley Manson.
Em declaração para a imprensa, a cantora explicou que a temática do trabalho difere do antecessor “No Gods No Masters” (2021). “Let All That We Imagine Be the Light” apresenta uma perspectiva mais esperançosa e positiva a respeito da vida, como mencionado:
“Ao começar a trabalhar neste álbum, eu estava determinada a encontrar um mundo mais esperançoso e inspirador para me imergir. O título, ‘Let All That We Imagine Be the Light’, representa perfeitamente o espírito desse novo disco. Quando tudo parece escuro, é essencial buscar forças que tragam luz, positividade e beleza — quase como uma questão de vida ou morte, uma estratégia de sobrevivência. Nosso álbum anterior nasceu da frustração e da indignação, carregando uma energia intensa, quase destrutiva. Mas, desta vez, senti uma necessidade urgente de canalizar uma energia diferente, mais construtiva. […]. Essa foi a ideia central durante a criação deste disco: quando a escuridão predomina, devemos procurar a luz, tudo aquilo que é amoroso e positivo.”
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