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O apoio de antiga tecladista do Cradle of Filth a casal que deixou a banda

Lindsay Schoolcraft, que fez parte do grupo entre 2013 e 2020, defendeu os colegas e disse ter saído da formação devido ao ambiente antiético

Como noticiado anteriormente, a tecladista e cantora Zoë Marie Federoff e o guitarrista Marek “Ashok” Smerda deixaram o Cradle of Filth no fim de agosto. Casados desde janeiro deste ano, os músicos alegaram abusos por parte da gestão, baixos salários e um ambiente “tóxico e ameaçador” como motivos para a saída.

Segundo a musicista, o líder Dani Filth “não faz nada para parar os empresários e se esconde atrás deles enquanto eles menosprezam e roubam”. Todo o desgaste teria até mesmo gerado um aborto espontâneo na artista. Numa carta aberta, o frontman rebateu as acusações.

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Fato é que, com toda a história, o nome de Lindsay Schoolcraft acabou mencionado. A vocalista e tecladista integrou o Cradle of Filth entre 2013 e 2020, quando afirmou à época que abandonar o grupo era a “melhor escolha para meu bem-estar e minha saúde mental”.

Assim, agora, a ex-integrante não só demonstrou apoio a Zoë e Ashok, como destacou ter passado pelo mesmo enquanto fazia parte do Cradle of Filth. Sem entrar em detalhes por questões legais, a musicista chamou a banda de “antiética” e revelou em pronunciamento que chegou muito perto de perder a própria vida durante o período em que esteve na formação. 

Diz o texto na íntegra (via Lambgoat):

“Me perguntaram muito nesta última semana por que eu ainda não contei toda a história do que aconteceu comigo na minha antiga banda e os detalhes sobre o verdadeiro motivo da minha saída, em vez da declaração superficial de ‘questões de saúde mental’. A razão pela qual ainda não falei abertamente é que, se/quando eu decidir me pronunciar, vou precisar de representação legal e acompanhamento psicológico, e no Canadá isso pode me custar dezenas de milhares de dólares, dependendo do meu caso.

Investi muito das minhas finanças pessoais e profissionais para terminar/divulgar meu próximo álbum neste ano, então não tenho condições financeiras de enfrentar isso agora. Além disso, significaria reviver meu trauma reunindo todas as provas, e no momento não tenho a capacidade mental nem energia para lidar com isso.

Sei e acredito que minha razão também é a mesma pela qual outros integrantes não se pronunciam. As pessoas mais abusivas da nossa indústria se escondem atrás do dinheiro e do poder (advogados) que acumularam durante décadas explorando os outros de todas as formas possíveis. É algo extremamente desgastante enfrentar quando você sai machucado e com pouco dinheiro. Isso torna a opção de seguir em silêncio a escolha mais lógica mesmo quando sua história é verdadeira e você tem as provas.

Tenho muito orgulho da Zoë e do Ashok por falarem sobre o que passaram, assim como de outros ex-integrantes e membros da equipe que se manifestaram sobre o ambiente de trabalho absolutamente antiético daquela banda. Saibam que hoje estou bem melhor e prosperando, longe daquele caos. Na época, cheguei muito perto de perder minha vida, e infelizmente Zoë e Ashok tiveram de perder um futuro filho por causa disso. Ninguém deveria ter que tolerar nada disso ao buscar o sonho de ser músico profissional e querer trabalhar na nossa indústria. Ninguém.

Tenho certeza de que isso abre espaço para muitas outras perguntas. Algumas talvez sejam respondidas um dia. Mas saibam que meu silêncio não é conivência e nunca foi. Ele tem sido algo prático, uma questão de sobrevivência.”

Atualmente, Schoolcraft está focada em sua carreira solo. No último mês de junho, a cantora disponibilizou o single “Lighthouse”.

Desfalques no Cradle of Filth

Inicialmente, apenas Zoë Marie Federoff havia confirmado sua saída, ainda sem grandes explicações, logo após um show do Cradle of Filth em São Paulo no sábado (23). No dia do anúncio (domingo, 24), a banda se apresentou em Buenos Aires, na Argentina, já com a substituta Kelsey Peters na vaga.

Em seguida, Zoë declarou que o marido, Ashok, também deixaria o grupo ao final da turnê. O guitarrista confirmou a informação e fez críticas à banda. Em seu Instagram, o músico afirmou:

“Queridos fãs e amigos, peço a vocês que, por favor, respeitem minha esposa e eu nesse período de transição. Estou, de fato, deixando o Cradle of Filth no final da turnê atual, e as razões por trás disso são conclusões às quais minha esposa e eu chegamos juntos muito antes desta semana. Nós simplesmente não sentimos que o Cradle pode garantir nosso futuro e, na verdade, o atrapalha. Entre outras razões, é muito trabalho por um pagamento relativamente baixo, o stress é muito alto e não temos sentido há algum tempo que essa banda realmente prioriza/se importa com os membros. Têm sido anos de comportamento não profissional de pessoas acima de nós que levaram à nossa decisão.”

O guitarrista declarou ainda que retirou suas composições do próximo álbum do Cradle of Filth, o que inclui a aguardada colaboração com Ed Sheeran. O músico continua:

“Eu também pedi para que todas as minhas composições sejam removidas dos futuros lançamentos, incluindo a colaboração com Ed Sheeran. Essa música parece uma palhaçada idiota para mim a esta altura, de qualquer forma – primeiro era um single para caridade para crianças, depois um single para lucrar, então sairia no próximo álbum, e agora quem sabe, e eu apenas não quero mais estar envolvido, sem desrespeito a Ed Sheeran.”

Em um primeiro momento, o Cradle of Filth apenas comunicou a saída de Zoë e a entrada de Kelsey em seu lugar. No entanto, após os pronunciamentos do casal onde o contrato dos músicos foi exposto, Dani Filth resolveu antecipar a saída de Ashok — que, ao contrário do informado anteriormente, não terminará a turnê “The Screaming of Americas”.

Em nota, o vocalista aproveitou para se defender das acusações:

“É com pesar que o Cradle of Filth anuncia oficialmente a demissão do guitarrista Marek ‘Ashok’ Smerda da banda, com efeito imediato.

Apesar de todas as tentativas de difamar e inviabilizar ilegalmente a banda, o Cradle of Filth NÃO cancelará nenhum de nossos shows na América do Sul, embora os fãs tenham que suportar o fato de sermos uma banda com apenas um guitarrista [Donny Burbage] ao vivo – isso, é claro, até que o substituto temporário de Ashok chegue para se juntar à turnê em alguns dias.

Agradecemos a compreensão de todos neste terrível caso. Estamos todos em estado de choque com os procedimentos e compartilharemos nossa versão desses infelizes eventos no devido tempo. Por favor, respeitem nossa decisão de nos separar de Ashok agora, e não no final da turnê, e evitem especulações, pois mais esclarecimentos sobre a situação serão fornecidos.

O restante da banda está tranquilo, ainda que surpreso, e as acusações contra o empresariamento, que trabalha muito próximo a mim e à banda, são completamente injustas e infundadas. Paciência é uma virtude e a verdade sempre virá à tona.

Obrigado mais uma vez, companheiros Filthlings, e estamos ansiosos pelo resto da turnê ‘The Screaming of the Américas’ aqui no Uruguai e além. Seu amigo, Dani.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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