O Angra anunciou uma pausa nas atividades. Após encerrar, em agosto, a turnê “Temple of Shadows 20th Anniversary Tour – Interlude”, a banda entrará agora em um hiato que deve durar de dois a três anos, segundo o guitarrista Rafael Bittencourt. Com isso, o álbum “Cycles of Pain” (2023) permanecerá como o mais recente lançamento inédito do grupo por um bom tempo.
Ao mencionar o disco durante participação no Ibagenscast, Fabio Lione admitiu que as vendas não foram como o esperado. Embora o vocalista ressalte que ele e os colegas ficaram satisfeitos com o projeto, também acreditavam que a repercussão seria maior — não apenas no Brasil, mas em outros países.
O italiano “culpa” a falta de adesão geral ao formato físico, sobretudo de CDs. Conforme transcrição do Whiplash, o cantor justificou:
“Eu percebi que a banda estava feliz para caramba, mas ao mesmo tempo, esperava mais, esperava mais da reação geral do mundo. As reviews foram ótimas na Europa, na Alemanha, no Japão, no Brasil, mas hoje o CD físico praticamente não vende quase nada, né? A banda provavelmente esperava uma venda que fosse um pouco melhor. Não é que vendeu mal, vendeu como o mercado infelizmente está funcionando hoje. Uma banda que um dia vendia 300 mil cópias físicas, hoje vende 15 mil, 30 mil. É um assunto delicado porque você põe ideias, coração, alma para escrever algo.”
Fabio ainda revelou que o Angra estava com a ideia de voltar ao estúdio no futuro. Ao que parece, porém, não para gravar um álbum completo:
“A ideia era de gravar algo novo. Não sei exatamente se a banda queria gravar um CD novo em breve. É mais fácil um EP ou algo especial, sabe? Também gravamos um CD [ao vivo] no cruzeiro 70000 Tons of Metal. O único problema é que saiu [no material] o barulho do vento no navio, precisamos ver se é possível tirar isso.”
Pressão por vendas
Anteriormente, Rafael mencionou a pressão para que a banda venda uma quantidade considerável de discos. Também ao Ibagenscast em 2023, como compartilhado novamente pelo Whiplash, o músico atribuiu a expectativa ao valor gasto na produção de um álbum do Angra:
“O Angra, apesar de ser uma banda de heavy metal, possui um foco comercial. Quando lançamos um disco, gastamos cerca de 50 mil dólares, e é claro que precisamos recuperar esse valor. Ninguém joga 50 mil dólares no lixo.”
Angra e “Cycles of Pain”
“Cycles of Pain” conta com 12 faixas em seu tracklist convencional. É o primeiro trabalho de inéditas a repetir uma formação desde “Aurora Consurgens” (2006). O grupo conta hoje com Fabio Lione (voz), Rafael Bittencourt (guitarra), Marcelo Barbosa (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), a mesma configuração responsável pelo antecessor, “Ømni” (2018).
Dennis Ward (Helloween, Magnum, Firewind) ficou a cargo da mixagem e masterização. A capa foi feita por Erick Pasqua com layout de Jonathan Canuto. Entre os convidados do trabalho, também estão a cantora americana Amanda Somerville (em “Tears of Blood”) e os brasileiros Lenine (cantando em “Vida Seca”), Vanessa Moreno (com vocais em “Tide of Changes – Part II” e “Here in the Now”), e Juliana D’Agostini (no piano também em “Tears of Blood”). Há ainda as colaborações do guitarrista Kiko Loureiro e de Fernanda Lira (Crypta) no que se descreve como uma faixa bônus japonesa e versão alternativa de uma das músicas do disco.
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