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A orientação de Ozzy que levou Jake E. Lee a criar o solo de “Bark at the Moon”

Príncipe das Trevas não gostou da ideia inicial para a faixa-título do disco de 1983 e pediu que guitarrista seguisse direção totalmente diferente

Jake E. Lee tocou com Ozzy Osbourne entre 1982 e 1987. A estreia junto ao Madman aconteceu no disco Bark at the Moon (1983), cuja faixa-título virou um grande sucesso e uma das “assinaturas” do guitarrista.

Também responsável pela composição ainda que não oficialmente creditado, o músico revelou recentemente que a ideia original para o icônico solo da canção era completamente diferente — e só mudou graças a uma orientação bem direta do Príncipe das Trevas ao colega.

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Em entrevista à Guitarist (Ultimate Guitar), Jake explicou que, num primeiro momento, o solo seria “mais melódico”, no estilo do guitarrista do Journey, Neal Schon. Ao seu ver, tal abordagem fazia sentido dentro da música e por isso decidiu seguir esse caminho:

“Eu já tinha toda a segunda parte do solo resolvida e a primeira parte era completamente diferente na minha cabeça. Era mais melódica, mais no estilo Neal Schon. Eu tinha certeza de que ia funcionar. Ainda consigo ouvir na minha cabeça e continuo achando que funcionaria.”

O único problema é que o músico não conseguia reproduzir o solo exatamente do jeito que idealizou. Quando Ozzy entrou no estúdio, percebeu a situação e sugeriu que o guitarrista optasse pela direção oposta: deixar de lado a insistência e simplesmente improvisar.

“Passei a noite inteira tentando tocar do jeito que estava na minha mente e sei que o [produtor] Max Norman estava ficando frustrado. E eu também estava frustrado. Então Ozzy entrou no estúdio e disse: ‘que p#rr@ é essa?’. Eu disse em resposta: ‘o solo não está exatamente como eu quero, mas está perto’. E ele respondeu: ‘não, não, isso não está funcionando, vai lá e só improvisa’.”

Assim, o Madman adorou o resultado, por mais que Jake ainda continuasse inseguro:

“O solo que acabou no disco foi minha segunda tentativa, só improvisando. Ozzy ouviu disse: ‘é isso’ e Max concordou. Pensei: ‘É sério? Eu nem pensei em nada enquanto tocava, só estava ali tirando um som. Como é que isso pode ser o solo?’.” 

Por ser o integrante “novato” à época, Jake evitava conflitos. Por isso, quando o patrão opinava, geralmente acatava o que era dito, como mencionou à Guitar World em 1986:

“No álbum ‘Bark at the Moon’, eu me aproximei de Ozzy com muito cuidado, porque eu era o novato e poderia ser dispensado a qualquer momento. Eu simplesmente tocava alguns riffs para ele, e se ele gostasse, a banda inteira trabalhava em cima. Mas quando eu componho um riff, eu também faço o verso, o refrão e tudo ao redor. Bob Daisley [baixista] costumava mudar alguma parte aqui ou ali e Ozzy também alterava alguma coisa, mas era basicamente isso. Eu não discutia muito quando não gostava de como algo estava ficando.”

Jake E. Lee recentemente

Antes de ter sido baleado em outubro último, o guitarrista Jake E. Lee já estava afastado da mídia há alguns anos. Alguns rumores indicavam que o músico passava por alguns problemas de saúde que impediram o prosseguimento da carreira. Recentemente, o próprio se manifestou, corrigindo algumas informações e confirmando outras.

Em entrevista ao Tone-Talk, o artista revelou ter sido vítima de um erro médico. Inicialmente, havia sido diagnosticado com síndrome do túnel do carpo – o que bate com os rumores que vieram a público através de Greg Chaisson. No entanto, após alguns exames, se constatou que o problema era outro.

Ele contou, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Pensei que tinha síndrome do túnel do carpo. Fui a um neurologista, enfiaram agulhas em mim e depois me eletrocutaram. Disseram que eu tinha síndrome do túnel do carpo. Então marquei uma consulta com uma cirurgiã de pulso, o que demorou um pouco. Ela pediu alguns raios X, o que ninguém tinha feito até então. Quando chegaram os resultados, ela disse: ‘Você não tem síndrome do túnel do carpo. Se alguém tivesse tirado um raio X do seu pulso, teria visto’.”

O diagnóstico definitivo indicava outra situação, proveniente do desgaste e avanço do tempo.

“Aparentemente não tenho mais cartilagem na mão direita e muito pouco na esquerda, embora a segunda não me incomode. É osso com osso, esfregando um no outro. Agora estou tomando injeções de cortisona no pulso — muito divertido — e fazendo fisioterapia para fortalecer os músculos ao redor, faço muitos alongamentos. É sobre controle da dor agora. É isso ou fundir os ossos, o que eu acho que Steve Morse fez. E isso mudará seu estilo de tocar. Se você fundir isso, agora é tudo cotovelo — talvez dedos, eu acho. Então eu vou ter cotovelo de tenista. Então ela disse que recomenda controle da dor. ‘Vamos ver se conseguimos fazer você tocar sem fundir os ossos’, o que parece bem radical.”

De qualquer forma, no festival de despedida de Ozzy e do Black Sabbath no último dia 5 de julho, Jake foi um dos ilustres convidados. O guitarrista integrou um supergrupo completado por Lzzy Hale (Halestorm, vocais), Nuno Bettencourt (Extreme, guitarra), David Ellefson (ex-Megadeth, baixo), Mike Bordin (Faith no More, ex-Ozzy Osbourne, bateria) e Adam Wakeman (músico de apoio de Ozzy e do Black Sabbath, teclados).

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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