Formada em 2023, a Dogma tem conquistado cada vez mais espaço na cena musical. Conhecidas por se apresentarem com figurinos ousados — inspirados em vestes de freiras — combinados com maquiagem no estilo corpse paint, as misteriosas integrantes do quinteto hard-gótico ganharam elogios até mesmo da tradicional revista especializada Metal Hammer, do Reino Unido.
A editora Eleanor Goodman teve a oportunidade de assistir ao show do grupo no pub The Black Heart, com capacidade para cerca de 150 pessoas, em Londres, Inglaterra, no último dia 12 de agosto. Avaliando a performance com 4 de 5 estrelas, a jornalista destacou que o grande diferencial da banda de suposta origem latina é utilizar da estética religiosa, já explorada por outros grandes nomes, para exaltar o feminino.
Na opinião de Goodman, apesar da vocalista Lilith ganhar o maior destaque em cima do palco, as integrantes Lamia (guitarra), Rusalka (guitarra), Nixe (baixo) e Abrahel (bateria) são “igualmente cativantes”. Enquanto tocam “suas músicas explícitas, inspiradas no metal europeu dos anos 80 sobre se libertar da pureza religiosa e viver a vida nos seus próprios termos”, as musicistas não querem apenas parecer sensuais, mas sim, passar uma mensagem.
O texto afirma:
“A Dogma parece mais uma gangue. Como vocalista, Lilith é o foco, mas as outras integrantes são igualmente cativantes, rebolando e sorrindo de maneira provocativa. Essas freiras são sexuais, com certeza, mas não estão buscando ser apenas sensuais. Trata-se de uma rebelião religiosa filtrada pelo olhar feminino, em que o prazer delas tem prioridade sobre o de qualquer homem que esteja assistindo.”
Diante da temática semelhante, Eleanor entende que as comparações com o Ghost “são inevitáveis”. Porém, encara a relação no melhor dos sentidos: o fato da banda de Tobias Forge ter alcançado um novo patamar e tocar em arenas também parece uma realidade possível para a Dogma, como escreveu:
“Considerando que ninguém sabe de onde elas vieram ou quem elas são, e que estão apresentando um show teatral de rock ocultista com elementos do catolicismo, comparações com o Ghost são inevitáveis. Pelo que se viu hoje à noite, elas podem, um dia, levar a criação de Tobias Forge para arenas.”

Por fim, a jornalista encerrou a apresentação mencionando uma interação curiosa e até frustrante entre o Dogma e um fã. Para ela, o momento só deixou ainda mais clara a personalidade da banda:
“Após o show, um fã pede que assinem algumas fotos. Elas recusam. Dá até para sentir um pouco de pena do rapaz enquanto ele se afasta envergonhado. Mas a Dogma não é um grupo de meras figuras decorativas: elas são grandes heroínas, que exaltam as virtudes do sexo sem culpa da maneira mais exagerada possível. Venha se juntar à seita sexual delas.”
Sobre a Dogma
Embora existam suspeitas de que a banda tenha origem latina — possivelmente mexicana —, pouco se sabe sobre a Dogma. Até o momento, elas lançaram apenas um único álbum homônimo em seu ano de surgimento, além de singles. Sobretudo, as letras pregam a libertação em diferentes âmbitos, incluindo sexual, como explicitado no site oficial.
No último dia 2 de maio, as artistas tocaram no Brasil como parte do “esquenta” do festival Bangers Open Air, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Em resenha para o site IgorMiranda.com.br, Marcelo Vieira escreveu a respeito da performance:
“Táticas de choque visual não são novidade no rock e no metal. Entretanto, ainda é curioso ver como algumas pessoas continuam se surpreendendo. Foi o caso dos painéis que flanqueavam a bateria de Abrahel, da Dogma, primeira atração do palco Hot Stage e segunda como um todo da sexta-feira de aquecimento do Bangers Open Air 2025, no Memorial da América Latina.
As imagens remetiam a cenas de orgias envolvendo bispos, cardeais e até um monge budista, todos em deleite com a freira mais voluptuosa já vista nos domínios do heavy metal. Um verdadeiro desfile iconoclasta de erotismo sacrilégico. […] O som da Dogma flerta diretamente com o hard rock europeu de pegada clássica, temperado com elementos do heavy metal e algumas pinceladas góticas. A força da performance reside tanto na música quanto na presença cênica das integrantes.”
Posteriormente, o grupo continuou excursionando pelo país como atração de abertura de Fabio Lione, vocalista do Angra. No último dia 14 de agosto, as musicistas encerraram uma agenda pela Europa, incluindo passagens pelos tradicionais festivais Bloodstock e Wacken. Até o momento, não há nenhuma outra apresentação marcada.
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