Tom Morello não esconde a admiração pelo Kneecap. Durante entrevista recente, o guitarrista chegou a descrever o grupo de hip hop como “o Rage Against the Machine da atualidade”, devido aos posicionamentos políticos da banda formada em 2017 – entre eles, a defesa da causa palestina.
Já David Draiman segue na direção oposta. Neto de imigrantes israelenses, o vocalista do Disturbed é um defensor ferrenho do Estado de Israel e o discurso do grupo vai contra o que ele acredita.
Sendo assim, o cantor repreendeu Morello, com quem provavelmente se encontrou na despedida do Black Sabbath no último dia 5 de julho, pelo apoio público ao Kneecap. Compartilhando uma matéria a respeito dos elogios do guitarrista ao grupo, Draiman escreveu no X/Twitter:
“Vergonhoso. De verdade. Gostaria de dizer que estou surpreso, mas não estou. Pelo visto, minha família simplesmente não importa quando se trata das demonstrações de virtude do meu ‘amigo’ em favor de quem apoia o terror e incita o ódio aos judeus.”
Até o momento, o guitarrista do Rage Against the Machine não respondeu ao comentário. Mas o próprio Kneecap tomou partido pelo músico.
Também no X/Twitter, os membros publicaram uma imagem de David autografando mísseis do exército ao visitar as Forças de Defesa de Israel no ano passado com a legenda:
“A gente não se importa com a religião de ninguém… ou se a pessoa tem uma. Amamos todo mundo que seja gente boa. Sorrir e assinar bombas que são lançadas pra matar crianças e as famílias dos outros te torna, simplesmente, um grandíssimo filho da p#t@. Simples assim. Palestina livre.”
Vale lembrar que, anteriormente, o integrante do Disturbed já havia manifestado uma opinião contrária ao Kneecap. Após o festival americano Coachella em abril, onde o grupo exibiu uma mensagem dizendo “F#d@-se Israel, Palestina livre” nos telões, o cantor endossou o discurso de Sharon Osbourne, esposa de Ozzy, que criticou o grupo pela atitude.
Sobre o Kneecap
Surgido em 2017, o Kneecap é um grupo de hip hop oriundo de Belfast, capital da Irlanda do Norte. Em suas canções, os artistas abordam temas como a realidade da classe trabalhadora local e o republicanismo irlandês, ideologia que se opõe ao domínio britânico na Irlanda do Norte.
Além disso, militam em defesa da Palestina. Como mencionado, durante o festival americano Coachella em abril, o Kneecap gerou polêmica ao exibir nos telões a seguinte mensagem:
“Israel está cometendo genocídio contra o povo da Palestina. Isso está sendo possível por meio do governo dos Estados Unidos, que arma e financia Israel, apesar de seus crimes de guerra. F#d@-se Israel. Palestina livre.”
Diante das declarações e posicionamentos, o Kneecap passou a ser investigado pela polícia do Reino Unido — mais especificamente, após o integrante Mo Chara mostrar numa apresentação uma bandeira do Hezbollah, grupo islâmico xiita considerado terrorista que atua no Líbano.
À época, em maio, inúmeros artistas saíram em defesa do grupo, que, segundo o primeiro-ministro Keir Starmer, não devia tocar no festival britânico Glastonbury 2025. Assinada por mais de 100 nomes, incluindo Tom Morello, uma carta aberta alegou que “em uma democracia, nenhuma figura política ou partido político deve ter o direito de ditar quem toca ou não em festivais de música ou shows que serão apreciados por milhares de pessoas”.
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