Quando Jim Morrison morreu, em julho de 1971, The Doors decidiu seguir em frente. Mesmo com o falecimento de seu vocalista e um dos maiores ícones da história do rock, a banda manteve as atividades e lançou dois álbuns de estúdio: “Other Voices” (1971) e “Full Circle” (1972), com Robby Krieger (guitarra) e Ray Manzarek (teclados) dividindo vocais. O baterista John Densmore completava a formação.
Diante da perda expressiva, a decisão de continuar foi polêmica. Para Krieger, tudo aconteceu muito rápido e os colegas mal tiveram tempo de pensar e compreender a situação.
À época, Morrison havia se mudado para Paris com sua namorada, Pamela, enquanto o grupo continuava em estúdio. Naturalmente, os músicos criaram um álbum inteiro longe do cantor, que a gravadora manifestou interesse em lançar — o que contribuiu para o prosseguimento da banda.
Conversando com Billy Corgan, líder do Smashing Pumpkins, Robby explicou, conforme transcrição da Ultimate Guitar:
“Bem, quando ouvimos que Jim havia morrido, não acreditamos, ainda mais porque sempre existiam esses boatos. […] Com o tempo, a ficha caiu. Enquanto Jim estava em Paris, a gente continuou ensaiando e tocando quase todos os dias. E acabamos criando várias músicas novas que entrariam no próximo álbum caso ele gostasse delas. Jack Holzman [fundador da Elektra Records] foi muito tranquilo com tudo. Ele deu a ideia de lançarmos mais um disco. E no nosso contrato ainda faltavam dois álbuns. Então ele falou: ‘vamos continuar com a banda’.”
Segundo o guitarrista, “talvez tenha sido uma ideia estúpida”. Apesar de gostar de algumas das faixas presentes nos materiais mencionados, ele compara a decisão de continuar com a banda à ideia de os Rolling Stones seguirem nos palcos sem seu lendário frontman, Mick Jagger.
“A gente teve nossas dúvidas. Quer dizer, é como se os Stones continuassem sem o Mick Jagger, algo assim. E talvez tenha sido uma ideia estúpida. Não sei. Mas eu realmente amo algumas daquelas músicas que estão nesses álbuns.”
Em entrevista ao Stereogum, Krieger considerou que ele e os colegas erraram em lançar algo tão rápido. Sem um desempenho comercial semelhante aos antecessores, “Other Voices” saiu apenas três meses depois da morte de Morrison, como pontuado:
“Nós não devíamos ter lançado o disco tão rápido após a morte de Jim. A gente sentia apenas que era tudo que podíamos fazer. Podíamos ter jogado tudo pro alto e ficado lambendo nossas feridas, deprimidos — o que estávamos. Mas eu não sei. A gravadora, Elektra, eles queriam que a gente continuasse. Não foi uma decisão tão difícil.”
Reuniões do The Doors
Os integrantes do The Doors se reuniram uma última vez em 1978, no álbum “An American Prayer”, que homenageia Jim Morrison ao trazer acompanhamento musical para performances de spoken-word gravadas pelo vocalista. O álbum foi um sucesso, mas serviu de ponto final para o grupo.
Ray Manzarek e Robby Krieger se reuniram nos anos 2000 com o objetivo de apresentar canções do grupo ao vivo. Porém, foram impedidos de usar o nome da banda por John Densmore.
O projeto, renomeado então para The Doors of the 21st Century e depois Riders on the Storm, contou com a participação de Ian Astbury, vocalista do The Cult.
A morte de Jim Morrison
James Douglas Morrison faleceu em 3 de julho de 1971, aos 27 anos de idade, na banheira de seu apartamento em Paris, França. A causa oficial foi determinada como problemas cardíacos, embora uma autópsia não tenha sido realizada. John Densmore foi o último membro do The Doors a conversar com o cantor, um dia antes via telefone.
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