Ao longo de mais de 50 anos de carreira, o Kiss lançou 20 álbuns de estúdio — sem contar os quatro discos solo de 1978 — e 13 ao vivo. Paul Stanley já deixou claro que não é particularmente fã dos primeiros trabalhos da banda, mas, em compensação, tem outros projetos posteriores do quarteto como seus verdadeiros favoritos.
Perguntado a respeito do top 5 durante participação no podcast Broken Record, o Starchild revelou quais seriam as suas escolhas. Conforme transcrição do Blabbermouth, para o quinto lugar, o músico elegeu “Kiss Unplugged” (1996), por considerar o material gravado para o programa de televisão MTV Unplugged mais “cru”. Ele explicou:
“Eu adoro o ‘Kiss Unplugged’. Ouvi um pouco desse álbum há alguns dias. A banda, naquela época, estava pegando fogo. Sem efeitos, sem amplificadores, só nós, com guitarras, bateria e cantando pra valer. E também foi uma oportunidade de dar destaque às músicas, porque sempre acreditei na ideia de que uma boa música pode ser tocada só com um violão. […] Adoro a simplicidade e o fato de que não tem como negar a qualidade. São apenas quatro caras com seus instrumentos.”
Já para a quarta posição, optou por “Rock and Roll Over” (1976). No passado, o cantor criticou a produção de Eddie Kramer no disco, mas, hoje em dia, acredita que ele e os colegas deram o seu máximo para alcançar o resultado que queriam:
“Gosto desse álbum. Ele está longe de soar como realmente soávamos na época – e isso já depois do ‘Kiss Alive!’. Foi difícil de gravar, talvez por causa das pessoas com quem estávamos trabalhando. De alguma forma, o resultado simplesmente fugiu do nosso controle. Ainda assim, fizemos algo com foco e clareza sobre o que queríamos, e isso, por si só, já é muito positivo.”
Então, na terceira colocação, o Starchild mencionou “Sonic Boom” (2009), o primeiro álbum oficialmente com o guitarrista Tommy Thayer. Ao seu ver, as faixas não só mostram a sintonia do quarteto, como são, de certa forma, subestimadas:
“‘Sonic Boom’ foi um ótimo álbum de uma banda que reconheceu suas raízes, entendeu de onde vinha, assumiu a responsabilidade e seguiu em frente. Eu adoro esse álbum, e adoro o espírito que o permeou, onde todo mundo sabia o que queria fazer e estava no seu melhor momento […]. O espírito de equipe em ‘Sonic Boom’ era realmente muito perceptível. E é um álbum excelente. Se uma música como ‘Modern Day Delilah’ tivesse feito parte do ‘Rock And Roll Over’, seria um clássico.”
Com a medalha de prata, ficou “Destroyer” (1976). Nas palavras do artista, o disco elevou a banda para outro patamar, sobretudo por causa da colaboração com o produtor Bob Ezrin, responsável por trazer inúmeros aprendizados aos integrantes – principalmente nas composições:
“‘Destroyer’ não soava muito parecido com os álbuns anteriores, mas trabalhar com Bob Ezrin foi uma verdadeira escola – um aprendizado com muita disciplina que elevou o nível da nossa composição. Deixamos de lado, pelo menos por um tempo, aquelas músicas sobre dormir com essa ou aquela pessoa nas festas e isso fez toda a diferença. Muitas dessas músicas ficaram no setlist dos nossos shows até o fim: ‘Detroit Rock City’, ‘God Of Thunder’, ‘Beth’, ‘Shout It Out Loud’.”
Enfim, liderando o ranking, está, como esperado, o registro ao vivo “Alive!” (1975). Segundo Stanley, o primeiro lugar não poderia ser outro. Quase nada do que que se ouve no disco foi, de fato, captado em uma performance no palco, mas, para o vocalista e guitarrista, a banda conseguiu exprimir a sensação real de estar presente em uma apresentação dos mascarados:
“Por diferentes motivos, o primeiro lugar precisa ser o ‘Kiss Alive!’. Porque esse disco realmente capturou a essência da experiência ao vivo. Álbuns ao vivo costumavam ser entediantes. Você nem sabia que estava ouvindo uma música ao vivo até chegar ao final e ouvir os aplausos. Mas, para o Kiss, queríamos um álbum que te mergulhasse na experiência, que te fizesse sentir imerso […]. Puristas ou esnobes podem ter torcido o nariz para essa ideia [de retocar o material em estúdio], mas a verdade é que esse álbum ainda é considerado, se não o melhor, um dos melhores — e, para muitos, o melhor álbum ao vivo de todos os tempos. Não porque tudo fosse realmente ao vivo, mas porque ele capturou a experiência do show.”
Kiss, Paul Stanley e “Alive!”
Não é à segredo que Paul Stanley considera “Alive!” como o melhor álbum que já fizeram. À Classic Rock, em dezembro, explicou o motivo, trazendo um ponto de vista semelhante:
“Nós construímos o melhor álbum do Kiss e o melhor álbum ao vivo no ‘Alive!’. Queríamos imergir o público em um show do Kiss, com o barulho das pessoas ao redor, com as explosões tão altas quanto se você estivesse lá. E assim que esse álbum saiu, ele logo acabou nas lojas.”
Lançado no dia 10 de setembro de 1975, “Alive!” foi gravado durante quatro shows da turnê do disco “Dressed to Kill” e totalmente retocado em estúdio, o que gerou controvérsias juntos aos fãs e detratores. Porém, a performance reproduz fielmente o que a banda fazia nos palcos, como bootlegs da época comprovam.
O título é uma homenagem a “Slade Alive!”, do grupo britânico que foi uma das grandes influências do quarteto. Vendeu mais de 2 milhões de cópias apenas à época do lançamento nos Estados Unidos, salvando a carreira da banda e também da gravadora, Casablanca Records, que apostou as últimas economias no lançamento. Permaneceu na parada nacional por 110 semanas, de longe a performance mais bem-sucedida da carreira do Kiss.
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