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Yngwie Malmsteen explica como fez a Fender Stratocaster renascer nos anos 80

"Naquela época, ter uma Fender Strat era tipo ter um carro velho. A menos que você fosse um guitarrista de blues, ninguém usava", afirmou o músico

Desde que alcançou a fama, Yngwie Malmsteen sempre foi fiel às guitarras Stratocaster, da Fender — até mesmo em uma época em que, ao seu ver, o modelo não era tão bem-visto na cena do rock e metal. Por isso, o próprio guitarrista acredita ter contribuído para o renascimento do instrumento nos anos 1980. 

Durante entrevista à Guitar World, o músico afirmou que as Stratocaster convencionais da fabricante eram “fora de moda” durante o período mencionado – quando marcas como Jackson, ESP, Charvel e Ibanez ganhavam mais espaço. Porém, como ressaltado, tudo mudou com o lançamento de seus primeiros discos, “Rising Force” (1984) e “Marching Out” (1985), nos quais até mesmo as capas trazem o modelo. 

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Comparando a Strat com um “carro velho” para exemplificar a questão, ele disse: 

“A Strat era o mais ‘fora de moda’ que você podia imaginar. Isso é uma coisa que as pessoas esquecem. Nos anos 80, ter uma Fender Strat era tipo ter um carro velho e ouvir alguém te dizendo: ‘por que você tá dirigindo essa porcaria velha, cara?’. Se sua guitarra não tivesse uma ponte Floyd Rose, as pessoas estranhavam. A menos que você fosse um guitarrista de blues, ninguém tocava com Strato.”

Conversando com a Guitar Magazine em 2019, conforme compartilhado pela Guitarload, o sueco alegou ter salvado a Fender tamanho o impacto do seu disco de estreia. Nas palavras do artista, a empresa enfrentava muitas dificuldades e baixas vendas, quando o cenário mudou com a chegada do material no mercado: 

“No final dos anos 1970, duas coisas aconteceram. A Fender quase saiu do mercado e, em 1981, foi comprada por outros dois caras. Eles basicamente começaram de novo e estavam tendo um pouco de dificuldades, então meu álbum ‘Rising Force’ saiu… O disco mudou todo o cenário, e o que estava na capa? Uma Fender Stratocaster. Aquele maldito álbum salvou a companhia deles! Eles disseram que, quando o trabalho saiu, eles não conseguiam construir guitarras rápido o suficiente. Sendo que, antes disso, eles não estavam vendendo nada.”

Yngwie Malmsteen e a Fender Stratocaster

Em entrevista de 2021 à Guitar World, Yngwie Malmsteen explicou que, desde muito jovem, sempre foi apaixonado pelas guitarras Fender Stratocaster. Como o modelo era — e ainda é — caro para se adquirir, ele se contentava com modelos que copiavam a original. Ele contou:

“A primeira guitarra que quis ter foi uma Fender Stratocaster. Até onde me lembro, eu sequer considerava outra. Mas eu não tinha dinheiro para comprar uma, então, eu tive cópias quando era garoto.”

Aos 12 anos, o suceco se ofereceu para fazer um trabalho para a própria mãe em troca de uma Fender Stratocaster.

“Minha mãe queria mudar a pintura da casa. Perguntei a ela quanto os pintores iriam cobrar e ela disse: ‘dois mil’. Falei: ‘mande os pintores para o inferno, você pode me pagar no lugar deles’. Então, consegui o dinheiro para comprar uma Strato.”

Por volta dos 20 anos de idade, o guitarrista já morava nos Estados Unidos e começava a se tornar um dos nomes mais famosos da nova geração do instrumento. Foi aí que outras fabricantes, incluindo a Gibson, começaram a abordá-lo. Contudo, ele nunca abriu mão da Fender.

“Quando fiquei conhecido, toda empresa do mundo, incluindo a Gibson, disse: ‘qualquer guitarra que você quiser, faremos para você’. Eu dizia: ‘não, obrigado, prefiro pagar por uma Fender Stratocaster’.”

Sobre o músico

Nascido Lars Johan Yngve Lannerbäck na Suécia em 30 de junho de 1963, Yngwie Malmsteen pegou um violão pela primeira vez aos 7 anos de idade, no dia em que Jimi Hendrix morreu, e ganhou sua primeira guitarra aos 9, de presente do irmão.

Largou a escola aos 15 e conseguiu um emprego consertando guitarras em uma loja de música em Estocolmo. Enquanto trabalhava lá, ele teve a ideia de escalopar braços de guitarra — modificação que torna as técnicas de vibrato e bending mais fáceis e que se tornaria marca registrada de seus instrumentos.

No final da adolescência, cada vez mais frustrado com a cena musical sueca, Malmsteen se viu num beco sem saída: suas composições, por melhores que fossem, não despertavam o interesse de nenhuma gravadora local por não serem “comerciais” o suficiente.

Sabe-se lá como, uma demo atravessou o oceano. Mike Varney, chefe da Shrapnel Records na Califórnia, ouviu e ficou impressionado com o estilo de tocar do jovem. Ele entrou em contato e pediu que Yngwie fosse aos Estados Unidos para gravar um álbum pela sua gravadora.

Malmsteen foi de mala e cuia para Los Angeles, onde se juntou ao Steeler. Ele gravou um álbum homônimo (1983) com a banda antes de unir forças com o veterano ex-vocalista do Rainbow Graham Bonnet no Alcatrazz, registrando “No Parole from Rock ‘n’ Roll” (1983) e o ao vivo “Live Sentence” (1984).

Cansado do expediente de compor em parceria com terceiros, ele saiu do Alcatrazz e pôs na rua o Yngwie J. Malmsteen’s Rising Force, nome sob o qual começou a gravar uma série de álbuns, alguns dos quais obteriam status de clássico não apenas no reino da guitarra, mas no hard e metal como um todo, como “Rising Force” (1984), “Trilogy” (1986) e “Odyssey” (1988).

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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