O vocalista Nasi pediu a saída de algumas pessoas na plateia de um show do Ira! na cidade de Contagem, em Minas Gerais. Depois de se manifestar contra a anistia dos acusados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, o cantor recebeu vaias — e convidou esta parte do público a se retirar de forma definitiva das apresentações da banda.
O evento ocorreu no rooftop do Shopping do Avião, na última sexta-feira (29). As bandas Cash e M8 fizeram a abertura do evento antes que Nasi (vocal), Edgard Scandurra (guitarra), Evaristo Pádua (bateria) e Johnny Boy (baixo, violão e teclados) subissem ao palco, trazendo seu show “plugado”, com o título de Ira! Elétrico.
Em determinado momento, Nasi deu um grito de “sem anistia!”, frase usada por aqueles que defendem a condenação das pessoas que participaram dos atos de 8 de janeiro, bem como da investigada tentativa de golpe de Estado por oficiais das Forças Armadas e integrantes do governo do presidente Jair Bolsonaro no fim de 2022. Alguns dos presentes vaiaram, levando o vocalista, conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, a proferir o seguinte:
“Pra vocês que estão vaiando, eu vou falar uma coisa pra vocês: tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira! Nunca entendeu o Ira! Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o Ira! e é bolsonarista, isso não tem nada a ver, gente! Por favor, vão embora! Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço.”
Confira um vídeo do momento:
Nasi e os “roqueiros de direita”
Não é a primeira vez que Nasi se manifesta contra pessoas que se identificam com a extrema-direita, especialmente entre os fãs e músicos de rock. Ao Estadão, em 2024, o vocalista afirmou, quando questionado sobre nomes como Lobão e Roger Moreira (Ultraje a Rigor), que se alinharam a Bolsonaro em algum momento:
“Ouvi coisas abomináveis, mas cada um é dono da sua própria biografia. Eles são minoria. Os roqueiros da minha geração são caras de centro-esquerda, no mínimo, e de uma visão humanista.”
Nasi já havia mostrado o mesmo ponto de vista no passado. Conversando com a Central Única dos Trabalhadores em agosto de 2023, ele descreveu o conservadorismo propagado por alguns roqueiros como decepcionante:
“Vejo com muita tristeza, mas não fico julgando biografia alheia. A história já está contando a verdade sobre como foram esses anos terríveis e como estivemos próximos de um rompimento democrático, uma ditadura. Fardada, inclusive. Foi muito triste e espero que o Brasil caminhe na direção oposta, como já está fazendo. Foi por pouco, mas conseguimos realinhar o Brasil com a democracia e a justiça.”
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Bem feito pra quem gastou dinheiro com essa banda meia boca.
Vai no show do inelegivel na papuda
Já estamos vivendo uma ditadura. O problema que o rock do Brasil tá morto. Só aqui que ainda tentam mesclar política na música. Pode ser que até uma época deu certo. Não mais… Foquem em suas músicas e vão pra casa em paz. E sim, a democracia é isso. Abriu a boca, vai ter quem discorde. O problema da esquerda é que ninguém pode contrariá-los, e na maioria das vezes estão errados mesmo. Só ver o que no fundo eles defendem. Não é só pelo social. Não é ser só contra o capitalismo… Democracia é saber que existe os dois lados e todos deveriam aprender a escutar e conviver nas decisões junto com o povo, não ficar de mimimi…