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O músico que Ozzy não quis no Black Sabbath

Apesar da boa convivência, Madman não quis que artista em questão fizesse parte da banda na década de 1970 por medo da reação do público

Enquanto trabalhava no disco “Sabbath Bloody Sabbath” (1973), o Black Sabbath colaborou com Rick Wakeman — com quem a banda já tinha amizade à época. De maneira não planejada, o tecladista do Yes acabou creditado na quarta faixa do tracklist, “Sabbra Cadabra”

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Na ocasião, a conexão entre os artistas foi tão grande que o Sabbath até mesmo cogitou chamar o músico para fazer parte do grupo. Ozzy Osbourne, porém, não gostou da ideia. 

Conversando com a Classic Rock em 2010, Wakeman relembrou a situação. Segundo o relato, o Sabbath queria convidá-lo não só porque tinham uma ótima convivência, mas também para expandir o próprio som. No entanto, o Madman acreditava que acrescentar um tecladista à formação causaria uma reação negativa do público. 

Conforme resgatado pela Far Out Magazine, ele explicou: 

Tony Iommi, que continuou sendo um grande amigo ao longo dos anos, uma vez me disse que a banda estava considerando seriamente me convidar para me juntar a eles em determinado ponto, porque nos dávamos muito bem e eles estavam procurando expandir seu som. Mas Ozzy estava preocupado, provavelmente com razão, sobre como os fãs de metal reagiriam.”

Em 2016, durante o Classic Rock Awards (via Eon Music), Wakeman deixou claro que não culpa o Príncipe das Trevas pela parceria não ter se concretizado. Na verdade, ele até concorda com o raciocínio, já que, ao seu ver, o heavy metal era muito associado às guitarras e um tecladista “quebraria” tal característica: 

“O Yes abriu para o Black Sabbath durante uma turnê inteira em 1972 e nos tornamos grandes, grandes amigos, ainda somos até hoje. Eu sei que na época houve uma conversa [sobre eu entrar na banda] porque Ozzy e Tony me disseram. Houve uma conversa depois do ‘Sabbath Bloody Sabbath’ de talvez me pedir para entrar, para adicionar teclados na banda. Naquela época foi decidido — e eu tenho que dizer muito corretamente — que o metal era totalmente sobre as guitarras, ninguém nunca adicionou um teclado. E eu acho, pelo menos para mim, que naquela época teria sido errado.”

A colaboração entre Black Sabbath e Rick Wakeman

Em 1973, na mesma semana em que o Yes estava gravando “Tales from Topographic Oceans” em uma sala do Morgan Studios, o Black Sabbath estava trabalhando em “Sabbath Bloody Sabbath” na outra.

Para o biógrafo Martin Popoff, Geezer Butler descreveu o momento como “fantástico”. O baixista explicou: 

“Estávamos tentando fazer uma parte de teclado já há um tempo. Todos nós estávamos tentando tocá-la; Tony estava tentando tocá-la, e simplesmente não encaixava. Estávamos no bar do Morgan Studios quando Rick Wakeman chegou (…) Então o chamamos, pedimos algumas dicas, e ele perguntou: ‘Certo, o que exatamente vocês têm em mente?’ E ele entrou no estúdio e saiu tocando. ‘Algo assim?’. E nós dissemos: ‘Sim! É exatamente isso!’ Então o pedimos para tocar no disco.”

Rick Wakeman, por sua vez, observa que só tocou mini-Moog em duas faixas. Ele completa: “‘Sabbra Cadabra’ foi uma delas. Toquei o mini-Moog nessa numa sessão de madrugada”. Segundo Iommi, a remuneração do tecladista foi em cerveja.

Embora diga que tocou em duas faixas, oficialmente, Wakeman é creditado apenas em “Sabbra Cadabra”, com Iommi e o vocalista Ozzy Osbourne sendo creditados pelos teclados em “Killing Yourself to Live” e Butler e Osbourne em “Who Are You”.

Nos anos 1990, Wakeman tocaria em “Ozzmosis”, sétimo álbum solo de Ozzy. E em 2004, seu filho Adam se tornaria tecladista em tempo integral do Black Sabbath.

Sobre o tecladista 

Músico influente que ajudou a trazer os teclados para o centro das atenções no rock, Rick Wakeman nasceu Richard Christopher Wakeman em 18 de maio de 1949, em Londres, Inglaterra.

Vindo de uma família musical — seu pai era pianista profissional —, Wakeman começou a ter aulas de piano aos 4 anos de idade. Ao se formar no ensino médio, frequentou o Royal College of Music, e começou a receber convites para freelas em estúdios de gravação. A certa altura, abandonou os estudos em prol de construir seu nome na indústria fonográfica.

Durante o final dos anos 1960 e início dos anos 1970 — antes e enquanto era membro do Yes —, Wakeman ofereceu sua expertise em teclados para muitos pesos-pesados. Além do Black Sabbath, a lista inclui David Bowie e Yusuf / Cat Stevens.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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