Não é raro ver Ace Frehley tecer críticas e negar declarações de Paul Stanley e Gene Simmons, seus ex-colegas no Kiss. Dessa vez o guitarrista apontou a mentira contada pela dupla que mais o irrita até os dias atuais — e tem relação com as duas vezes em que deixou a banda, em 1982 e em 2002.
À Guitarist, Frehley disse que muitas informações a respeito dele foram, na verdade, fabricadas Stanley e Simmons ao longo dos anos. A principal? Que o músico teria sido demitido nos dois anos citados anteriormente.
Ele diz:
“Vários equívocos foram criados por Paul e Gene. Eles ainda dizem em entrevistas que eles me demitiram, mas eu nunca fui demitido do Kiss. Eu odeio quando ouço isso. E eles dizem que nas duas vezes eu fui demitido, eu saí em ambas.”
Na primeira vez, em 1982, Ace afirma que Paul Stanley tentou até mesmo convencê-lo a ficar na banda, sem sucesso. O guitarrista relembrou:
“Eles não queriam que eu saísse. Da primeira vez que saí, Paul apareceu na minha porta, me levou para almoçar e estava tentando me fazer mudar de ideia, mas eu já tinha me decidido.”
Questionado sobre os motivos de sua primeira saída do Kiss, Frehley citou seu álbum solo de 1978 como um ponto de virada. De forma sutil, sobrou até mesmo para o baterista Peter Criss, com quem sempre manteve amizade. Os dois chegaram a se autointitular os “bad boys do Kiss”, pelas dores de cabeça que renderam aos parceiros:
“O sucesso do meu álbum solo me fez perceber que eu era mais criativo longe de Paul, Gene e Peter do que quando estava perto deles.”
Mentira, mas com fundo de verdade
Na mesma entrevista, porém, Ace Frehley admite que Paul Stanley e Gene Simmons também compartilharam verdades. Ambos já criticaram o guitarrista pela falta de disciplina e até mesmo de prática durante os trabalhos em estúdio e ao vivo, o que causava desentendimentos. Ele não nega.
“Então o tempo passou, mas sim, eles disseram m#rdas como eu chego atrasado, sou preguiçoso e sim, talvez não tanto quanto eles disseram, mas é verdade. Enquanto eu estou trabalhando, tenho uma ideia e estou animado com ela, eu tenho foco.”
O racha no Kiss
A situação entre os membros do Kiss começou a ficar complicada logo quando a banda estourou, no meio da década de 1970. Do lado de Paul e Gene, os dois tentavam controlar o grupo do jeito que desejavam. Na parte de Ace e Peter, ambos exigiam mais destaque, mas estavam mergulhados em drogas e álcool.
Em 1978, todos lançaram álbuns solo de forma combinada mantendo a maquiagem e o logo do Kiss, como forma de equilibrar a popularidade. O disco de Ace ganhou destaque.
A partir daí, a relação já não era a mesma, seja pelas desavenças sobre o projeto criativo do Kiss, seja pelos vícios. Peter Criss saiu em 1980 e deu lugar a Eric Carr. Ace ainda participaria de “Music From ‘The Elder’” (1981), mas não voltou para o álbum seguinte, “Creatures of the Night” (1982), que contou com vários guitarristas em estúdio. A vaga acabou ficando com Vinnie Vincent. Criss e Frehley retornaram em 1996, mas permaneceram apenas até o início dos anos 2000.
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