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O produtor que deu bastante trabalho para George Harrison

"Acabei tendo mais trabalho do que se estivesse fazendo tudo sozinho", relembrou o saudoso Beatle ao mencionar o período em que trabalharam juntos

George Harrison colaborou com diferentes produtores ao longo de sua carreira solo. Além do próprio guitarrista dos Beatles ocupar a função na discografia, nomes como Tom Scott, Russ Titelman, Ray Cooper e Phil McDonald trabalharam ao lado do músico nesse sentido. 

Todavia, um profissional em específico acabou dando muita dor de cabeça para o artista. Chegou ao ponto de ele achar que trabalhar sozinho teria sido muito mais simples. 

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Harrison abordou os problemas tidos com Phil Spector publicamente. De início, o músico já tinha estado ao lado do produtor na polêmica criação de “Let It Be” (1970), do Fab Four. Então, resolveu encarregá-lo do cargo em “All Things Must Pass” (1970), seu terceiro álbum solo. 

Logo ali, o guitarrista percebeu que, por causa do vício de Spector em álcool, seria complicado depender de sua cooperação. À revista Musician em 1987, como relembrado pela Far Out Magazine, ele afirmou:

“Trabalhei por um tempo com Phil Spector. Isso acabou dando mais trabalho do que valia a pena, e no fim, acabei fazendo a maior parte do trabalho sozinho. No ‘All Things Must Pass’, fizemos juntos metade das faixas base. Depois, por conta do estado em que ele se encontrava, ele teve que sair, e eu finalizei o restante das bases sem ele. Também fiz cerca de 50% das sobreposições, todos os vocais de apoio e partes de guitarra. Tudo isso dentro de uns quatro ou cinco meses. Mas ele ainda precisava ir ao hospital e consultar médicos. Ele estava passando por um momento difícil com a bebida e isso o deixou doente.”

A situação ficou ainda pior durante a gravação do sucessor “Living in the Material World” (1973), tanto que o produtor recebeu os créditos somente na faixa “Try Some, Buy Some”. Segundo George, Phil mal aparecia nas sessões e era até mesmo difícil entrar em contato.

“[Phil] vivia caindo e quebrando os tornozelos, os pulsos. O cara que era seu ajudante teve ataques cardíacos. Phil nunca estava por perto. Eu literalmente tinha que invadir o hotel para tirá-lo de lá. Depois, ele tomava 18 cherry brandies antes de conseguir ir até o estúdio. Fiquei tão cansado disso porque precisava de alguém para ajudar. Acabei tendo mais trabalho do que se estivesse fazendo tudo sozinho.”

Bons e maus momentos, segundo George Harrison

Já em outra entrevista compartilhada pela Rolling Stone, Harrison chegou a dizer que passou bons momentos junto de Spector. Ainda assim, não deixou de mencionar os tempos difíceis: 

“Ele era como uma pessoa gigante dentro de um corpo frágil e pequeno. Dei muitas risadas com Phil e tive muitos momentos bons. Mas também tive muitos momentos ruins. A maior parte das coisas que fiz com Phil, acabei fazendo cerca de 80% do trabalho sozinho. O resto do tempo, eu passava tentando levá-lo para o hospital ou tirá-lo de lá. Ele vivia quebrando o braço e outras coisas do tipo.”

Sobre Phil Spector

Nascido em 26 de dezembro de 1939, Phil Spector se tornou famoso por seu trabalho como produtor na década de 1960, após cofundar a Philles Records e se tornar o proprietário de gravadora mais jovem dos Estados Unidos. Na época, em que sua empresa foi criada, ele tinha apenas 21 anos.

Antes disso, em 1958, Spector emplacou um hit com sua banda, Teddy Bears: “To Know Him Is to Love Him”. Com a fundação de sua gravadora, ele passou a trabalhar com artistas como Ike & Tina Turner, Righteous Brothers, The Crystals e The Ronettes, emplacando uma série de hits.

O profissional morreu em janeiro de 2021, aos 81 anos. À época, estava preso, após ter sido condenado, em 2009, pelo assassinato a tiros da atriz Lana Clarkson.

Sobre George Harrison

Nascido em Liverpool, Inglaterra, entrou no The Quarrymen aos 15 anos. Permaneceu por toda a evolução do grupo, até chegar aos Beatles, ficando na banda até seu final.

Logo a seguir, deu início a uma carreira solo que não foi tão constante, mas se destacou por seguir caminhos diferentes em comparação aos colegas, integrando aspectos filosóficos e idealistas ao conteúdo.

Também foi o responsável pela formação do Traveling Wilburys, supergrupo que contava com Bob Dylan, Tom Petty, Jeff Lynne e Roy Orbison. Ainda participou de álbuns de Cream, Eric Clapton, James Taylor, Gary Moore, Paul Simon, Badfinger, Jim Capaldi e trabalhos solo de seus antigos colegas de banda, entre vários outros.

Morreu de câncer aos 58 anos, no dia 29 de novembro de 2001.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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