Além do Soundgarden, Chris Cornell conseguiu grande sucesso ao lado do Audioslave. Fundado em 2001, o supergrupo trazia em sua formação o saudoso vocalista e três membros do Rage Against the Machine: Tom Morello (guitarra), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria).
Apesar da repercussão do projeto, o cantor não era um grande fã de supergrupos em geral. Ao seu ver, apenas três bandas do tipo realmente fizeram um trabalho digno de atenção.
Conversando com a Classic Rock em 2015 justamente sobre o Audioslave, o artista mencionou quais eram os únicos destaques da categoria em sua opinião: Blind Faith, The Yardbirds e Faces. Conforme resgatado pela Far Out Magazine, Cornell afirmou:
“A questão sobre supergrupos é a seguinte: a maioria deles era uma completa m#rda. Tirando o Blind Faith – que, de qualquer forma, só durou cerca de um ano –, Yardbirds e Faces, o nível realmente não era muito alto. Mas eu tinha certeza de que queria voltar a compor música de uma maneira orgânica. E não havia nada mais orgânico do que escrever em um quartinho escuro em North Hollywood.”
De qualquer forma, o vocalista viu-se na posição de defender o Audioslave, mesmo em meio ao pensamento e ao caos de sua vida pessoal. À época do início das atividades, ele lidava com problemas no casamento e com o vício em álcool, como explicou:
“Eu tinha certeza de que as pessoas gostariam de ouvir o que estávamos fazendo, mas, claro, na época havia muitas reclamações. E ouvir toda essa negatividade meio que me fez ser um defensor da banda, mesmo que, naquele momento, minha vida estivesse um caos. Meu casamento com Susan Silver, ex-empresária do Soundgarden, estava desmoronando há muito tempo, e eu me encontrava no meio desse colapso. Ao mesmo tempo, comecei a mergulhar no alcoolismo, usando isso como uma forma de lidar com o fim da relação.”
Em entrevista antiga, resgatada pelo perfil Joel King e disponível no Getty Images, Cornell mencionou sua própria e abrangente definição de supergrupo. Na ocasião, ao promover o Audioslave, ele disse:
“A história dos supergrupos, o que isso realmente significa e como as pessoas os enxergam dão uma conversa longa, então vou resumir: Led Zeppelin, Bad Company e Crosby, Stills & Nash foram supergrupos. Há vários exemplos de grandes bandas formadas por músicos de outras bandas de sucesso – e nós somos uma delas.”
Outro supergrupo com Chris Cornell
Vale destacar que o Audioslave não foi o único supergrupo com Cornell. O vocalista também idealizou o Temple of the Dog em 1990, após a morte de Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone.
Para a banda, trouxe o baterista de seu Soundgarden, Matt Cameron, além dos seguintes membros do Pearl Jam: o também cantor Eddie Vedder, os guitarristas Mike McCready e Stone Gossard e o baixista Jeff Ament (os dois últimos, também integrantes do Mother Love Bone).
Blind Faith, Yardbirds e Faces
Surgido em 1968, o Blind Faith reuniu músicos do Cream, Traffic e Family que já eram consagrados à época: Steve Winwood no vocal e teclados, Eric Clapton na guitarra, Ginger Baker na bateria e Ric Grech no baixo. O quarteto durou apenas um disco e uma turnê de três meses, com direito a apresentação de estreia diante de 100 mil pessoas no Hyde Park, em Londres, Inglaterra.
Já o Yardbirds, não necessariamente considerado um supergrupo, iniciou as atividades em 1963 e teve três dos maiores guitarristas da história em sua formação: Eric Clapton (1963–1965), Jeff Beck (1965–1966) e Jimmy Page (1966–1968), todos eles consagrados após a passagem pelo projeto em questão.
Por fim, o Faces foi a primeira grande banda propriamente dita da carreira do cantor Rod Stewart. O grupo foi formado em 1969 e incluía Ronnie Wood, futuramente guitarrista dos Rolling Stones, além de Kenney Jones na bateria, Ian McLagan nos teclados e Ronnie Lane no baixo – os três, egressos do Small Faces.
Sobre o Audioslave
O Audioslave existiu entre 2001 e 2007, período no qual lançou seus três álbuns de estúdio, além de dois EPs ao vivo. Somados, os trabalhos venderam mais de 8 milhões de cópias em todo o planeta. No período, o grupo se tornou o primeiro dos Estados Unidos a se apresentar em Havana, Cuba, no formato open air.
Uma breve reunião aconteceu em janeiro de 2017, durante um show do Prophets of Rage em protesto à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Quatro meses mais tarde, Chris Cornell tiraria a própria vida aos 52 anos.
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