O Iron Maiden viveu um ritmo intenso na década de 1980. Com a fama conquistada, a banda, segundo Bruce Dickinson, “trabalhou duro”, passando a realizar muitas vezes “oito shows num período de dez dias” por meses a cada ano.
De acordo com o vocalista, toda essa atenção recebida e rotina puxada trouxeram consequências nada saudáveis aos integrantes. Como explicado à Classic Rock, os membros acabaram apelando para o álcool, mulheres e até mesmo isolamento, numa tentativa de lidar com a sua nova realidade.
Conforme compartilhado pela Music Radar, o cantor mencionou a respeito:
“Você não é parte da sociedade normal. Transtorno de estresse pós-traumático, deslocamento – é efetivamente isso que você tem. E dependendo do seu tipo de personalidade, você lida com isso de maneiras diferentes. Steve (Harris, baixista) se tornou um recluso. Adrian (Smith, guitarrista) estava bebendo rumo a uma morte precoce. Eu estava ocupado transando com qualquer coisa que se movia. E nada disso era saudável.”
Adrian Smith já revelou ter sofrido de depressão no auge da Donzela de Ferro. À Metal Hammer em 2022, o guitarrista destacou que a rápida ascensão do grupo trouxe, ao mesmo tempo, muitas pressões e situações que consumiam sua saúde mental.
“Não quero parecer tipo ‘pobre de mim’, mas a depressão foi uma característica dos anos 80 para mim. O último show que fiz antes de entrar para o Iron Maiden foi em um pub, em Londres. Lembro de entrar no ônibus com meu pedal wah-wah em uma sacola Tesco. Então, o próximo show foi enorme com o Iron Maiden. Grande salto.”
O músico comentou que conseguiu “com muita bravura” passar pela primeira turnê com os colegas. Até que a depressão lhe pegou.
“A depressão começou a me atingir um pouco. As pessoas pagam uma grana para nos ver e há muitos músicos excelentes por aí, o que significa que tudo é muito competitivo. Isso me dominou algumas vezes e quando chegamos à América, as coisas realmente começaram a mudar com as drogas e a bebida, que eram usadas como muleta.”
Iron Maiden atualmente
O Iron Maiden já tem muitos compromissos agendados para 2025. Celebrando 50 anos de história, a banda embarcará na turnê “Run for Your Lives” pela Europa entre maio e agosto.
Será a primeira série de shows desde a saída do baterista Nicko McBrain, que deu adeus aos palcos nas apresentações realizadas em São Paulo, no Allianz Parque, nos últimos dias 6 e 7 de dezembro. Simon Dawson, companheiro de Steve Harris no British Lion, ocupará a função.
Outros continentes ainda não fazem parte da agenda, mas há expectativas para mais datas. No anúncio, o grupo sinalizou a continuação do giro em 2026 — e durante os shows no Brasil, o vocalista Bruce Dickinson disse que eles retornariam em até dois anos.
A turnê “Run for Your Lives” apresentará um repertório focado nos nove primeiros álbuns. Ou seja: do trabalho de estreia homônimo, de 1980, até “Fear of the Dark”, de 1992.
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