O Iron Maiden subiu de patamar muito rapidamente com a entrada de Bruce Dickinson no fim de 1981. Menos de três anos depois a banda lançou seu terceiro álbum com o vocalista, “Powerslave” (1984), e embarcou em sua maior turnê até aquele momento: a “World Slavery Tour”, que durou quase um ano inteiro e teve pouco menos de 200 shows.
Em entrevista para a Classic Rock (via Music Radar), Dickinson relembrou a extenuante rotina daquela época. Em 1985, ao final da turnê – que contou com a primeira passagem da banda pelo Brasil para tocar no Rock in Rio –, o cantor cogitou seriamente largar tudo.
Tudo mesmo. Não só o Maiden: a carreira musical. E em pleno momento de auge de popularidade, com apenas 27 anos de idade. Nas palavras do próprio:
“Eu genuinamente pensei que deveria parar tudo, completamente. Não ir para uma carreira solo: não fazer nada. Apenas parar de ser parte da música, porque não valia a pena. Ela afundou qualquer relação que eu poderia ter tido ou queria manter.”
Perguntado sobre arrependimentos daquela época, Dickinson respondeu citando a família, da qual ele se distanciou muito durante as longas turnês. O vocalista afirmou:
“Tem um monte de coisas que eu perdi. Meus filhos crescendo. Sim, eu os vi, mas não os vi crescendo da forma que as pessoas normais veem seus filhos crescendo. E todas as relações que fracassaram, porque sua mente está distorcida. Você não tem uma lista de prioridades normal.”
As consequências da “World Slavery Tour” para Bruce Dickinson e o Iron Maiden
A exaustiva “World Slavery Tour” serviu como gota d’água. O Iron Maiden vinha em um ciclo intenso de gravações e turnês desde que Dickinson entrou na banda para fazer “The Number of the Beast” (1982). Como consequência da quase perda do cantor, algumas coisas passaram a ser diferentes a partir de 1985.
Para o próximo disco, que viria a ser “Somewhere in Time” (1986), Dickinson passou a contribuir menos com composições – as poucas ideias que trazia foram rejeitadas. A turnê de divulgação também foi menos intensa.
Bruce acabou deixando o Iron Maiden em 1993, mas não saiu totalmente da música, pois dedicou-se a uma carreira solo que havia sido iniciada três anos antes. Em 1999, retornou para a banda e permanece até hoje.
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