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Andreas Kisser explica por que se chateou com Eloy Casagrande saindo do Sepultura

Baterista tem dito que aceitou convite do Slipknot porque banda brasileira iria acabar, mas guitarrista diz que o colega não se opôs a isso

A saída de Eloy Casagrande ainda parece ser um assunto sensível no Sepultura. Andreas Kisser voltou a comentar sobre o tema e explicou o que exatamente o deixou incomodado em relação ao agora baterista do Slipknot. O guitarrista também revelou que o substituto do brasileiro, o americano Greyson Nekrutman, já estava em seu radar.

O assunto foi abordado em entrevista a Zé Luiz e Bebé Salvego para o Uol No Tom. Inicialmente, Kisser explicou que a turnê de despedida do grupo, “Celebrating Life Through Death”, foi muito bem planejado — ao ponto de até Patricia Kisser, sua esposa falecida em 2022, saber da decisão.

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Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, ele disse:

“Foi uma surpresa. Começamos a preparar a turnê de despedida dois anos antes do anúncio, que fizemos em 8 de dezembro de 2023. Dois anos antes desse anúncio eu comecei a conversar com todo mundo. A Patrícia, inclusive, sabia desse planejamento de parar, de fazer a despedida. Conversei individualmente com todo mundo. Fui na casa do Eloy, conversei com o Paulo (Jr., baixista do Sepultura), conversei com os empresários, todo mundo, para ver se era isso mesmo ou se eu estava viajando. E todo mundo concordou. Fizemos o anúncio. […] Dia 6 de fevereiro, três semanas antes do primeiro show, ele pediu uma reunião e saiu da banda. Assim, avisou do nada. Dois dias antes eu estava organizando setlist com ele, e ele respondendo naturalmente.”

De acordo com Andreas, a saída repentina causou estranheza. Todos foram consultados previamente a respeito do fim. O músico dá a entender tudo teria sido muito diferente se Casagrande revelasse discordar do encerramento das atividades enquanto a ideia ainda estava sendo discutida. Kisser prosseguiu:

“Esquisito, para falar o mínimo, né? Justamente pelo planejamento, de ele estar dentro do negócio e concordar. Se ele não tivesse concordado, poderia ter falado antes, tipo: ‘P#ta, vocês estão loucos, vamos parar? Vocês são loucos, eu não vou fazer parte disso, tô fora’. Mas não foi o caminho que ele escolheu.”

O que diz Eloy Casagrande

Em conversa com Tomás Novaes, da Veja SP, em 2024, Eloy Casagrande contou a história de sua saída do Sepultura a partir de sua visão. O baterista explicou que fez o teste para o Slipknot depois do anúncio do fim do grupo brasileiro, mas havia um contrato de confidencialidade que o impediu de informar os colegas de sua saída com antecedência.

Também declarou algo que foi refutado nesta entrevista de Andreas Kisser ao Uol: o baterista garantiu ter aceito o convite dos americanos porque o grupo brasileiro encerraria atividades. Casagrande disse:

“Eu recebi o convite para fazer o teste depois do anúncio da turnê [de despedida do Sepultura]. O grande lance, da razão de eu ter aceitado fazer a audição, foi o final do Sepultura. A banda iria acabar, e eu não queria parar de tocar bateria aos 33 anos de idade. Rolou um papo com o Slipknot, perguntei sobre a agenda deles, se daria para conciliar as duas bandas, mas eles falaram que não, não teria como, eu seria exclusivo. Então foi uma decisão minha, pelo término do Sepultura. Foi complicado, eu comuniquei eles quando tinha fechado o acordo, no dia 5 ou 6 de fevereiro. Logo nesse dia eu convoquei uma reunião e expliquei a situação. Foi isso, uma decisão individual.”

Eloy foi confirmado no Slipknot em abril de 2024, quando fez seu primeiro show com a banda, ainda como forma de aquecimento. Em seguida foi iniciada a turnê que celebra os 25 anos do álbum de estreia dos mascarados.

O baterista tocou com eles no Brasil, em dois shows no Knotfest, festival próprio dos americanos que aconteceu em São Paulo no último mês de outubro.

Greyson Nekrutman no radar

Ainda ao Uol, Andreas Kisser contou que a contratação de Greyson Nekrutman pra o lugar de Eloy Casagrande ocorreu cerca de 48 horas após a saída do brasileiro. O baterista americano estava tocando com os veteranos do Suicidal Tendencies e o vocalista do Sepultura, Derrick Green, já o tinha visto ao vivo. Yohan Kisser também já conhecia seu trabalho.

“Pegamos a notícia e em 48 horas fechamos com o Greyson, que já estava no meu radar. Sigo muitos músicos e o Yohan, meu filho, mostrou o Greyson para mim um ano antes disso também. O Derrick já o conhecia de ter visto no Suicidal Tendencies. [..] Fez um trabalho maravilhoso. Trouxe algumas músicas que estava mais confortável e montamos o setlist de acordo com o que estava mais confortável para ele.”

Bom para todo mundo

No fim das contas, apesar da mágoa, Andreas reconhece que as coisas terminaram bem para todos os envolvidos. O artista ainda citou o que chamou de “dança das cadeiras” de bateristas: Eloy Casagrande foi para o Slipknot no lugar de Jay Weinberg, que foi para o Suicidal Tendencies na vaga de Greyson Nekrutman, que passou a integrar o Sepultura na turnê de despedida.

“Fechamos o primeiro ano de uma forma maravilhosa. Fizemos um dos maiores shows da história do Sepultura nos Estados Unidos, além da Europa. O sentimento é de celebração. Acho que quem queria ou quer estar lá, está. O clima está maravilhoso. E acho que foi bom para todo mundo. Foi bom para o Eloy, foi bom para a gente. Foi boa a dança das cadeiras dos bateristas dos 3S ali, né? Suicidal Tendencies, Slipknot e Sepultura. Foi uma coincidência muito boa para todos os envolvidos.”

Andreas Kisser também não descarta a presença de Eloy – bem como de outros ex-integrantes – na turnê “Celebrating Life Through Death”. No fim das contas, o guitarrista parece disposto a deixar o desentendimento de lado – ao menos com o baterista. O líder do Sepultura declarou:

“Eloy vai ser convidado. É aquela história: não quero ficar resolvendo quem está certo e quem está errado. Isso é para o fã, entendeu? Temos dois anos aí (até 2026) para organizar. Espero que possamos fazer uma festa para eles sem ter que envolver esse tipo de coisa no palco.”

Turnê de despedida do Sepultura

Anunciada em 2023 e iniciada no ano seguinte, a turnê “Celebrating Life Through Death” será a última do Sepultura, com previsão de encerramento para 2026. Foram mais de 70 shows em 2024, e em 2025, a excursão será retomada a partir de março até a metade do ano, com passagens pela América Central, América do Sul – incluindo 4 shows no Brasil, um deles no festival Lollapalooza – e Europa.

Antes disso, a banda se apresenta no cruzeiro 70,000 Tons of Metal, no dia 30 de janeiro. Planos para a despedida oficial, no próximo ano, ainda não foram divulgados oficialmente.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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