É comum que os trabalhos de Randy Rhoads e Jake E. Lee recebam comparações. Ambos os guitarristas não só estabeleceram uma parceria bem-sucedida com Ozzy Osbourne e ganharam reconhecimento por isso, mas também passaram a ocupar um lugar entre as figuras mais importantes do instrumento.
O primeiro e saudoso músico colaborou com o Madman no início dos anos 1980, o que rendeu os álbuns “Blizzard of Ozz” (1980) e “Diary of a Madman” (1981). Já o segundo o substituiu após sua morte precoce em 1982, gravando os discos “Bark at the Moon” (1983) e “The Ultimate Sin” (1986).
Para Jake, não faz qualquer sentido colocá-los em uma competição de “qual é o melhor”. Ao seu ver, os dois são “diferentes”. Isso não significa, porém, que acredite que quem prefira seu estilo esteja errado. Apesar do status de lenda do falecido colega de profissão, o músico reconhece o próprio valor.
Em entrevista ao canal Tone-Talk (via Guitar World), concedida antes de ter sido baleado no último mês de outubro, ele disse:
“Até hoje há pessoas que gostam mais do meu jeito de tocar do que do Randy. E então sempre tem alguém que, quando vê isso, diz: ‘Isso é ridículo’. Como se estivesse escrito em algum lugar que, ‘Não, o Randy é simplesmente melhor. Qualquer um que pense diferente é um idiota’. Somos diferentes. Não estou dizendo que sou melhor que o Randy, mas também não acho que o Randy seja melhor do que eu. E não acho errado que algumas pessoas prefiram meu estilo de tocar.”
Em seguida, continuou argumentando a respeito. Desta vez, opinou que as suas músicas são mais difíceis de tocar do que as de Randy:
“Se for para dizer algo, diria que as músicas que toco são um pouco mais difíceis de tocar do que as do Randy. Então, esse papo de ‘o Randy é melhor, ponto final’ está simplesmente errado. Você tem uma preferência. Quando se chega a um certo nível, não é mais sobre ‘esse cara é melhor’. É sobre quem se conecta mais com você.”
Por fim, fez questão de elogiar o outro guitarrista. Em suas palavras, ninguém conseguiu incorporar estilos clássicos ao rock como o instrumentista:
“Como ele incorporou estilos clássicos ao rock em seu trabalho foi algo incomparável. Não acho que ninguém tenha feito isso de maneira melhor desde então. Tenho que tirar o chapéu para ele. O que ele fez foi incrível.”
Sobre Randy Rhoads
Randall William Rhoads começou a tocar guitarra clássica aos 7 anos, na escola de música da mãe, Delores. Sua primeira banda foi a Violet Fox, que tocava covers. Seu irmão, Kelle, era o baterista.
Junto do baixista Kelly Garni, formou o Little Women. O grupo mudaria o nome para Quiet Riot e lançaria dois discos com Randy na guitarra. Inicialmente, eles saíram apenas no Japão.
A seguir, foi convidado a se juntar à banda de Ozzy Osbourne. Gravou os dois primeiros discos solo do Madman e se destacou como guitarrista revelação. Seu trabalho influenciou todas as gerações seguintes. Morreu no dia 19 de março de 1982, em um desastre aéreo.
Sobre Jake E. Lee
Nascido em Norfolk, Virginia, Estados Unidos, Jakey Lou Williams começou a tocar piano aos 6 anos, passando para a guitarra aos 13, influenciado pelos discos de rock da irmã.
Sua primeira banda foi o Teaser, nome em homenagem a um dos discos solo de Tommy Bolin (Deep Purple, James Gang), de quem é ávido fã. A seguir, tocou no Mickey Ratt (futuro Ratt), Rough Cutt e se juntou brevemente ao Dio.
Entrou para a banda de Ozzy Osbourne em 1983, gravando os álbuns “Bark at the Moon” e “The Ultimate Sin”. Entre as turnês, se apresentou com o Madman na primeira edição do Rock in Rio.
No final dos anos 1980 formou o supergrupo Badlands, com o vocalista Ray Gillen, o baixista Greg Chaisson e o baterista Eric Singer – este último substituído por Jeff Martin após o primeiro disco. Após anos afastado dos holofotes, ressurgiu com o Red Dragon Cartel.
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