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Alice in Chains recebeu US$ 4,1 milhões de auxílio federal na pandemia, segundo site

Business Insider publicou que três membros da banda teriam ficado com maior parte do valor, destinado a apoiar despesas “comuns” e “necessárias”

Uma reportagem do site Business Insider aponta que vários artistas e bandas consolidados receberam valores indevidos do governo americano em meio à pandemia de covid-19. Nomes como Alice in Chains, Chris Brown, Lil Wayne e Marshmello são mencionados pelo texto dos jornalistas Jack Newsham e Katherine Long como tendo recebido milhões de dólares em benefício próprio, mesmo não precisando do auxílio. Os citados ainda não se manifestaram.

Em 2020, o presidente americano Donald Trump sancionou um subsídio para empresários de casas fechadas (Shuttered Venue Operators Grant, ou SVOG), que visava apoiar empresas da indústria da música e do entretenimento ao vivo. O apoio — gerado a partir do dinheiro do contribuinte — era destinado, em especial, a casas de eventos indoor, cujos funcionamentos foram diretamente afetados pelo coronavírus. Músicos também poderiam ser beneficiados, visto que também tiveram boa parte de sua renda comprometida.

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Idealmente, o subsídio deveria ser utilizado para cobrir despesas “comuns” e “necessárias”. Porém, os nomes citados pela reportagem solicitaram verdadeiras fortunas sem cumprir tais requisitos.

No caso do Alice in Chains, houve a reivindicação de US$ 4,1 milhões por meio da empresa da banda, AIC Entertainment. A reportagem do Business Insider afirma que a banda realmente utilizou uma parte do dinheiro — “centenas de milhares de dólares” não especificados pelos jornalistas — para pagar funcionários e outros profissionais e companhias relacionados às suas atividades, todavia, também retirou para si uma quantia considerável.

Os registros apontam que Jerry Cantrell, guitarrista e covocalista da banda, teria arrecadado US$ 1,4 milhão como “distribuição do subsídio”. O mesmo valor teria sido destinado ao baterista Sean Kinney. Aproximadamente metade, US$ 682 mil, iria para o baixista Mike Inez. Ou seja: dos US$ 4,1 milhões recebidos via SVOG, US$ 3,4 milhões teriam seguido para as folhas de pagamento dos três principais músicos. Não foi revelado o que eles fizeram com tais valores.

No mês anterior ao recebimento desses valores, os integrantes do Alice in Chains teriam registrado a entrada de aproximadamente US$ 48 milhões. O valor seria correspondente à venda dos direitos do catálogo do grupo. Ao longo de 2022, há registros de que eles também teriam lucrado centenas de milhares de dólares com merchandise e outras iniciativas.

Sem auxílio a funcionário

A reportagem destaca ainda um caso envolvendo um dos funcionários do Alice in Chains. Scott Dachroeden, técnico de guitarra e fotógrafo que trabalhava com a banda havia mais de 15 anos, foi diagnosticado com câncer no fim de 2022. Ele não tinha plano de saúde — algo que, conforme indicado pelo texto, poderia ter sido fornecido pelo grupo.

Em vez de destinar parte do subsídio para auxiliar o tratamento de Dachroeden, o Alice in Chains teria apenas ajudado a divulgar uma campanha de financiamento coletivo no GoFundMe em seu perfil oficial no X/Twitter. O profissional faleceu pouco tempo após o diagnóstico.

À época, a banda recebeu críticas por compartilhar a campanha no lugar de ajudar o profissional. Eles também não se posicionaram sobre os comentários feitos nas redes em 2022.

Uma fonte não identificada declarou ao Business Insider que a banda não destinou qualquer valor a Scott durante a pandemia. A ajuda, segundo essa pessoa, teria sido oferecida apenas com a divulgação da “vaquinha” e uma indicação de uma instituição de caridade que auxilia com despesas médicas. Por sua vez, o vocalista William DuVall declarou via Facebook que o Alice in Chains prestou ajuda nos bastidores.

Outros citados

A reportagem também cita que Chris Brown teria solicitado US$ 10 milhões desse subsídio através de sua empresa, mas destinado metade do valor para si próprio. Lil Wayne, por sua vez, teria pedido US$ 8,9 milhões, mas gasto boa parte em luxos como jatos particulares e roupas de grife. Já Marshmello teria embolsado US$ 9,9 milhões por meio de sua companhia, mas, segundo seu empresário, Steven Macaulay, ficado com o dinheiro.

O senador Gary Peters, presidente do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais, disse que esses músicos cometeram “abuso de recursos federais”. Tecnicamente, não é ilegal. Porém, o ex-controlador geral David Walker disse: “Se é legal ou não, cabe em última análise a um tribunal, mas certamente cheira mal”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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