Após a morte do vocalista Chester Bennington em 2017, muitas bandas covers do Linkin Park passaram a surgir ou a chamar atenção. Por exemplo, o Hybrid Theory, intitulado como o “tributo definitivo” ao grupo, até mesmo tocou no Rock in Rio Lisboa 2024 tamanho destaque recebido nas redes sociais – sobretudo pela similaridade da voz de Yves Alezandro com a do saudoso membro.
Apesar de achar interessantes tais trabalhos, Mike Shinoda também tem uma opinião crítica a respeito. Durante entrevista à rádio Alt 98.7, o vocalista e multi-instrumentista revelou a sensação estranha que sentiu ao assistir a um vídeo de uma banda cover “parecida demais” com o LP. Nenhum nome foi citado.
Sem citar nomes, o músico primeiramente contou conforme transcrição da Consequence:
“Houve uma época, tipo em 2020, 2019, ou algo assim, que o vídeo de uma banda cover do Linkin Park apareceu no meu feed. Os fãs estavam adorando. Todos comentavam: ‘Meu Deus, essa pessoa que está cantando é tão boa. Soa muito como o Chester’. Seu cérebro tende a gostar muito de uma coisa que se aproxima do real. Mas, antes de parecer exatamente real, seu cérebro faz o oposto. Faz com que pense ‘eu odeio isso’, porque percebe que está tentando ser enganado. E o cérebro de ninguém gosta disso.”
Em seguida, o artista descreveu como “muito legal”, mas “meio assustadora”, a ideia de bandas tentarem replicar exatamente o que Bennington fazia. Diante do desconforto, Shinoda sabia exatamente qual caminho não queria seguir na nova fase do Linkin Park, como deixou claro:
“Quando estava assistindo a esse vídeo no YouTube ou Instagram, dessa banda cover, pensei: ‘Isso é muito legal, mas também é meio assustador que soe tanto como o Chester.’ Não gosto disso, me deixa desconfortável. Isso me fez imediatamente perceber que não era o caminho para nós. Não gosto. Acho legal para [as bandas cover], só não gosto para a gente. Essas bandas fazem um ótimo trabalho, mas eu não colocaria uma pessoa assim na nossa banda.”
Anteriormente, Mike já havia demonstrado pensamento parecido. Durante antiga transmissão replicada pelo fã-clube Portal Linkin Park, em abril último, o músico emitiu a seguinte opinião a respeito dos “Chester de segunda mão”:
“Uma coisa que costuma acontecer bastante é alguém dizendo: ‘meu amigo soa exatamente como o Chester, você gostaria de ouvir?’. Provavelmente não. Isso seria estranho. E a propósito, eu não acho que seu amigo seja tão bom quanto o Chester. Por que eu iria querer trabalhar com alguém que é um Chester de segunda mão? Se eles são bons, então são, mas se tentam forçadamente soar como o Chester, então não.”
A nova fase do Linkin Park
Desde que o Linkin Park retomou as atividades no início de setembro, Mike Shinoda destacou a intenção com a nova formação da banda. Nas palavras do vocalista e multi-instrumentista durante apresentação na Califórnia, nos Estados Unidos, “não é sobre apagar o passado” e, sim, “começar um novo capítulo no futuro”.
Posteriormente, o músico voltou a apresentar o argumento em entrevista ao programa Radio 1’s New Music Show. Segundo o próprio, a ideia da reunião com Emily Armstrong nos vocais e Colin Brittain na bateria “não foi pensada para ser uma imitação do Linkin Park” clássico.
Conforme transcrição da BBC, ele declarou:
“É para ser um novo capítulo do Linkin Park. O capítulo anterior foi ótimo e nós o amamos. Seguimos nosso caminho e agora nos deparamos com o desafio de: ‘e se começarmos do zero com outra voz, o que faríamos?’.”
De acordo com o multi-instrumentista, em nenhum momento Emily tenta efetivamente substituir o saudoso Chester Bennington. Para ele, tal postura atua como um diferencial:
“Quando ela canta, é com paixão, ela está sendo 100% ela e essa é a melhor parte. Ela não está tentando ser Chester, ela não está tentando ser outra pessoa. Ela mostra quem é e é por isso que funciona.”
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Mais que certo. Subsistir alguém por outro parecido, é nada mais que descartar todo valor individual.