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Slipknot festeja como se fosse 1999 — ou não — no 2º dia do Knotfest

Banda encerra edição brasileira de seu próprio festival com set especial recheado de músicas obscuras e em tom bem mais sombrio

O público do Knotfest Brasil 2024 já havia berrado, no domingo (20), o refrão mais melódico de “Wait and Bleed”, na mesma sequência inicial de três canções (completa por “(sic)” e “Eyeless”) executada pelo Slipknot na noite anterior de sábado (19), agora sem atrasos. Corey Taylor, então, explicou a proposta daquele segundo show da banda como headliner de seu próprio festival.

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O vocalista declarou que o repertório não conteria músicas escritas após 1999, ano em que saiu seu álbum homônimo de estreia — desconsiderando-se “Mate. Feed. Kill. Repeat.” (1996), hoje considerada uma demo oficial.

Em seguida, a banda executou “Get This”, faixa-bônus de reedições do disco homônimo desencavada do repertório do grupo, e “Eyeore”, inicialmente uma música escondida na tracklist do trabalho inicial e estreante em repertórios brasileiros.

Para quem acompanhava o Slipknot desde o primeiro dia, foi um show especial, como disse Taylor, ao explicar ser essa a forma da banda de agradecer seus primeiros “maggots”, como seus fãs são conhecidos. Em um dia de Knotfest com elenco dedicado atrativo a uma geração mais nova da música pesada (Bad Omens, Babymetal, Poppy, entre outros), talvez a estratégia pudesse dar errado com as faixas menos conhecidas. Apesar dos pesares, não foi o caso.

Prós e contras

Apesar de músicas como “Me Inside” ou “Liberate” ainda não terem o refinamento melódico — ou comercial, como queiram — que o Slipknot desenvolveria em discos seguintes, seus fãs cantaram e pularam junto da mesma forma.

A frenesi no estádio, porém, esteve abaixo da demonstrada pelo maior público presente no sábado (19). Alguns interlúdios, como o remix ruidoso de Sid Wilson para “Tattered & Torn” ou mesmo a curta introdução “Frail Limb Nursery” — cortada de edições seguintes do primeiro álbum por problemas com direitos autorais —, de certa forma quebravam a fluência do show. Músicas mais introspectivas como “Purity” ou “Prosthetics” também não despertam tanta loucura como alguns dos hits da banda executados na véspera.

“No Life” e “Only One”, faixas tocadas pela primeira vez no Brasil, despertaram reações mais animadas entre os fanáticos. Há um motivo, porém, para serem “deep cuts” no catálogo do Slipknot: só ganharam o público geral mesmo quando Eloy Casagrande teve um pequeno solo no meio da última música antes do intervalo pré-bis.

Fim sombrio, com luz ao baterista

A curta espera ocorreu com a vinheta “Mudslide”, uma conversa entre os músicos registrada de forma sorrateira na edição inicial do primeiro disco, discretamente executada no sistema de som do Allianz Parque.

A volta com “Spit it Out” e “Surfacing” teve os contornos de loucura da noite anterior. Porém, diferentemente do que vaticinou um canastrão ao comentar o primeiro show, não veio acompanhada do tradicional momento do pula-pula após agachamento coletivo.

Nesta etapa, o caos promovido pelos músicos do Slipknot no palco no domingo (20) foi o mesmo da noite anterior. Todavia, o segundo show se encerrou com a longa, obscura e sinistra “Scissors”.

Após a arrastada primeira parte da música, Corey Taylor se sentou na escadaria que dava acesso à plataforma onde ficava a bateria. A banda, por alguns minutos, segurou um riffs ruidoso e repetitivo, enquanto Eloy Casagrande destroçava sua bateria.

O músico brasileiro passou a ter seu nome gritado pelo público, despertado de certa forma da tensão que a música proporcionou entre os fãs interessados — boa parte já havia se desligado do palco mesmo.

Com o seu encerramento, o Slipknot deixou o palco do Allianz Parque dessa vez num tom muito mais sombrio. Mas com Eloy Casagrande ovacionado por seus compatriotas da mesma forma que na noite anterior.

*Este é um texto somente sobre o primeiro dos dois shows do Slipknot no Knotfest Brasil. A cobertura completa do festival será publicada em breve. Fique de olho no site IgorMiranda.com.br e nas redes, especialmente Instagram.

Slipknot — ao vivo no Knotfest Brasil — São Paulo

  • Local: Allianz Parque
  • Data: 20 de outubro de 2024
  • Turnê: Here Comes the Pain
  • Produção: 30e / 5B Artists Management

Repertório:

Intro: Dream Weaver (música de Gary Wright)
Intro: 742617000027
1. (sic)
2. Eyeless
3. Wait and Bleed
4. Get This
5. Eeyore
(Tattered & Torn  / Sid Wilson remix)
6. Me Inside
7. Liberate
(Intro: Frail Limb Nursery)
8. Purity
9. Prosthetics
10. No Life
11. Only One

Bis:

(Intro: Mudslide)
12. Spit It Out
13. Surfacing
14. Scissors

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Thiago Zuma
Thiago Zuma
Formado em Direito na PUC-SP e Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, Thiago Zuma, 43, abandonou a vida de profissional liberal e a faculdade de História na USP para entrar no serviço público, mas nunca largou o heavy metal desde 1991, viajando o mundo para ver suas bandas favoritas, novas ou velhas, e ocasionalmente colaborando com sites de música.

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O vocalista declarou que o repertório não conteria músicas escritas após 1999, ano em que saiu seu álbum homônimo de estreia — desconsiderando-se “Mate. Feed. Kill. Repeat.” (1996), hoje considerada uma demo oficial.

Em seguida, a banda executou “Get This”, faixa-bônus de reedições do disco homônimo desencavada do repertório do grupo, e “Eyeore”, inicialmente uma música escondida na tracklist do trabalho inicial e estreante em repertórios brasileiros.

Para quem acompanhava o Slipknot desde o primeiro dia, foi um show especial, como disse Taylor, ao explicar ser essa a forma da banda de agradecer seus primeiros “maggots”, como seus fãs são conhecidos. Em um dia de Knotfest com elenco dedicado atrativo a uma geração mais nova da música pesada (Bad Omens, Babymetal, Poppy, entre outros), talvez a estratégia pudesse dar errado com as faixas menos conhecidas. Apesar dos pesares, não foi o caso.

Prós e contras

Apesar de músicas como “Me Inside” ou “Liberate” ainda não terem o refinamento melódico — ou comercial, como queiram — que o Slipknot desenvolveria em discos seguintes, seus fãs cantaram e pularam junto da mesma forma.

A frenesi no estádio, porém, esteve abaixo da demonstrada pelo maior público presente no sábado (19). Alguns interlúdios, como o remix ruidoso de Sid Wilson para “Tattered & Torn” ou mesmo a curta introdução “Frail Limb Nursery” — cortada de edições seguintes do primeiro álbum por problemas com direitos autorais —, de certa forma quebravam a fluência do show. Músicas mais introspectivas como “Purity” ou “Prosthetics” também não despertam tanta loucura como alguns dos hits da banda executados na véspera.

“No Life” e “Only One”, faixas tocadas pela primeira vez no Brasil, despertaram reações mais animadas entre os fanáticos. Há um motivo, porém, para serem “deep cuts” no catálogo do Slipknot: só ganharam o público geral mesmo quando Eloy Casagrande teve um pequeno solo no meio da última música antes do intervalo pré-bis.

Fim sombrio, com luz ao baterista

A curta espera ocorreu com a vinheta “Mudslide”, uma conversa entre os músicos registrada de forma sorrateira na edição inicial do primeiro disco, discretamente executada no sistema de som do Allianz Parque.

A volta com “Spit it Out” e “Surfacing” teve os contornos de loucura da noite anterior. Porém, diferentemente do que vaticinou um canastrão ao comentar o primeiro show, não veio acompanhada do tradicional momento do pula-pula após agachamento coletivo.

Nesta etapa, o caos promovido pelos músicos do Slipknot no palco no domingo (20) foi o mesmo da noite anterior. Todavia, o segundo show se encerrou com a longa, obscura e sinistra “Scissors”.

Após a arrastada primeira parte da música, Corey Taylor se sentou na escadaria que dava acesso à plataforma onde ficava a bateria. A banda, por alguns minutos, segurou um riffs ruidoso e repetitivo, enquanto Eloy Casagrande destroçava sua bateria.

O músico brasileiro passou a ter seu nome gritado pelo público, despertado de certa forma da tensão que a música proporcionou entre os fãs interessados — boa parte já havia se desligado do palco mesmo.

Com o seu encerramento, o Slipknot deixou o palco do Allianz Parque dessa vez num tom muito mais sombrio. Mas com Eloy Casagrande ovacionado por seus compatriotas da mesma forma que na noite anterior.

*Este é um texto somente sobre o primeiro dos dois shows do Slipknot no Knotfest Brasil. A cobertura completa do festival será publicada em breve. Fique de olho no site IgorMiranda.com.br e nas redes, especialmente Instagram.

Slipknot — ao vivo no Knotfest Brasil — São Paulo

  • Local: Allianz Parque
  • Data: 20 de outubro de 2024
  • Turnê: Here Comes the Pain
  • Produção: 30e / 5B Artists Management

Repertório:

Intro: Dream Weaver (música de Gary Wright)
Intro: 742617000027
1. (sic)
2. Eyeless
3. Wait and Bleed
4. Get This
5. Eeyore
(Tattered & Torn  / Sid Wilson remix)
6. Me Inside
7. Liberate
(Intro: Frail Limb Nursery)
8. Purity
9. Prosthetics
10. No Life
11. Only One

Bis:

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Formado em Direito na PUC-SP e Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, Thiago Zuma, 43, abandonou a vida de profissional liberal e a faculdade de História na USP para entrar no serviço público, mas nunca largou o heavy metal desde 1991, viajando o mundo para ver suas bandas favoritas, novas ou velhas, e ocasionalmente colaborando com sites de música.

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