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O último álbum do Pink Floyd a trazer colaboração real, segundo Roger Waters

Baixista descreveu disco em questão lançado na década de 1970 como o "fim da linha" para a banda por diversos motivos

Ao longo de sua carreira, o Pink Floyd lançou quinze álbuns de estúdio. Roger Waters, porém, não participou dos três últimos discos: A Momentary Lapse of Reason (1987), The Division Bell (1994) e The Endless River (2014). Segundo o eterno baixista da banda, antes mesmo de sua saída, já não havia mais qualquer tipo de colaboração genuína entre os colegas durante o processo de criação dos projetos. 

Conversando com a revista Q em 1992, o músico abordou o assunto. Nas palavras do próprio, depois que o grupo lançou The Dark Side of the Moon (1973), a dinâmica interna mudou totalmente.

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Para exemplificar, ele comparou a situação com um casamento que já não funciona mais. Há situações em que nenhum dos envolvidos tem a coragem de pedir o divórcio por apego ao que construíram. 

Conforme a Far Out Magazine, ele declarou na ocasião:

“Nós tínhamos estourado. Nós tínhamos conseguido dinheiro. O que fazer depois disso? ‘The Dark Side of the Moon’ marcou a nossa última colaboração real. Depois disso, tudo com a banda foi como extrair um dente. Foi como ficar 10 anos apegado ao nome de casado e não ter coragem de se divorciar, de sair disso. 10 anos de um maldito inferno.”

Anteriormente, Roger já havia apresentado o mesmo ponto de vista. Em entrevista realizada em 1975, também relembrada pelo veículo, ele descreveu “The Dark Side of the Moon” como o “fim da linha” para a banda, devido ao dinheiro e à idolatria conquistados com o material:

“Quando ‘Dark Side of the Moon’ fez tanto sucesso, foi o fim. Foi o fim da linha. Nós tínhamos chegado ao ponto que todos nós almejávamos desde que éramos adolescentes e não havia realmente mais nada a fazer em termos de rock’n roll.”

Por mais que o posterior Wish You Were Here (1975) também tenha sido bem-sucedido, o músico afirma que as motivações por trás do projeto já não eram mais as mesmas:

“Acho que um sentimento de tédio nos motivou. Você acha que precisa fazer alguma coisa. Quando você está acostumado a trabalhar muito duro por anos e anos e consegue o que tanto buscou, ainda há a necessidade de continuar, porque você percebe que o lugar onde chegou não é o que pensava.”

O processo de colaboração

David Gilmour e Roger Waters protagonizaram uma série de conflitos nas últimas décadas. É difícil imaginar que os eternos integrantes do Pink Floyd tenham conseguido conviver pacificamente no passado. Surpreendentemente, segundo o produtor Alan Parsons, de fato havia um coleguismo entre ambos na criação do “The Dark Side of the Moon”.

Conversando com o músico Rick Beato para seu canal no YouTube, o profissional, responsável por assinar a engenheira de som do álbum, detalhou os bastidores da obra. Segundo o próprio, os músicos até tinham um certo teor crítico em relação ao desempenho um do outro. Porém, o comportamento não causava grandes problemas.

Conforme transcrição do Rock Celebrities, ele explica:

“Eles eram críticos em relação às performances uns dos outros e não tinham medo de dizer. Se David Gilmour tivesse criado um solo de guitarra incrível, Roger só diria um ‘acho que está bom, David, obrigado’ [Risos]. Era um ‘parabéns’ bem discreto.”

De qualquer forma, Alan descreveu o contexto como “alegre”, mesmo com as discordâncias criativas já existentes. Em suas palavras, todos eram amigáveis, o que tornam as brigas de hoje em dia “terrivelmente tristes”.

“Eles se deram muito bem. Fazer ‘Dark Side’ foi uma alegria. Todo mundo estava interessado no que estavam fazendo. Todo mundo era amigável. É terrivelmente triste que exista uma rixa entre eles agora.”

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo disco do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com mais de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana entre 1973 e 1988.

Foi concebido como uma obra com temática focada nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968. O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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Conversando com a revista Q em 1992, o músico abordou o assunto. Nas palavras do próprio, depois que o grupo lançou The Dark Side of the Moon (1973), a dinâmica interna mudou totalmente.

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Conforme a Far Out Magazine, ele declarou na ocasião:

“Nós tínhamos estourado. Nós tínhamos conseguido dinheiro. O que fazer depois disso? ‘The Dark Side of the Moon’ marcou a nossa última colaboração real. Depois disso, tudo com a banda foi como extrair um dente. Foi como ficar 10 anos apegado ao nome de casado e não ter coragem de se divorciar, de sair disso. 10 anos de um maldito inferno.”

Anteriormente, Roger já havia apresentado o mesmo ponto de vista. Em entrevista realizada em 1975, também relembrada pelo veículo, ele descreveu “The Dark Side of the Moon” como o “fim da linha” para a banda, devido ao dinheiro e à idolatria conquistados com o material:

“Quando ‘Dark Side of the Moon’ fez tanto sucesso, foi o fim. Foi o fim da linha. Nós tínhamos chegado ao ponto que todos nós almejávamos desde que éramos adolescentes e não havia realmente mais nada a fazer em termos de rock’n roll.”

Por mais que o posterior Wish You Were Here (1975) também tenha sido bem-sucedido, o músico afirma que as motivações por trás do projeto já não eram mais as mesmas:

“Acho que um sentimento de tédio nos motivou. Você acha que precisa fazer alguma coisa. Quando você está acostumado a trabalhar muito duro por anos e anos e consegue o que tanto buscou, ainda há a necessidade de continuar, porque você percebe que o lugar onde chegou não é o que pensava.”

O processo de colaboração

David Gilmour e Roger Waters protagonizaram uma série de conflitos nas últimas décadas. É difícil imaginar que os eternos integrantes do Pink Floyd tenham conseguido conviver pacificamente no passado. Surpreendentemente, segundo o produtor Alan Parsons, de fato havia um coleguismo entre ambos na criação do “The Dark Side of the Moon”.

Conversando com o músico Rick Beato para seu canal no YouTube, o profissional, responsável por assinar a engenheira de som do álbum, detalhou os bastidores da obra. Segundo o próprio, os músicos até tinham um certo teor crítico em relação ao desempenho um do outro. Porém, o comportamento não causava grandes problemas.

Conforme transcrição do Rock Celebrities, ele explica:

“Eles eram críticos em relação às performances uns dos outros e não tinham medo de dizer. Se David Gilmour tivesse criado um solo de guitarra incrível, Roger só diria um ‘acho que está bom, David, obrigado’ [Risos]. Era um ‘parabéns’ bem discreto.”

De qualquer forma, Alan descreveu o contexto como “alegre”, mesmo com as discordâncias criativas já existentes. Em suas palavras, todos eram amigáveis, o que tornam as brigas de hoje em dia “terrivelmente tristes”.

“Eles se deram muito bem. Fazer ‘Dark Side’ foi uma alegria. Todo mundo estava interessado no que estavam fazendo. Todo mundo era amigável. É terrivelmente triste que exista uma rixa entre eles agora.”

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Oitavo disco do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com mais de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana entre 1973 e 1988.

Foi concebido como uma obra com temática focada nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968. O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações.

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