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O grande arrependimento de Noel Gallagher com o Oasis

Em inúmeras ocasiões, guitarrista mostrou descontentamento quanto ao lançamento de um disco em específico da banda

Ao refletir sobre sua trajetória com o Oasis, Noel Gallagher já deixou claro que coleciona poucas lamentações. Olhando em retrospecto, o músico revelou que até teria tido atitudes diferentes — inclusive em relação ao fatídico dia em que a banda acabou em 2009 —, mas sem tanto remorso quanto a isso. Porém, quando o assunto é a discografia, o guitarrista realmente guarda um grande arrependimento. 

Conversando com a revista Spin em 2008, o artista confessou que gostaria de não ter lançado o terceiro álbum de estúdio, Be Here Now (1997). Para ele, a criação do disco acabou impulsionada pelos motivos errados: a sede da juventude e o vício em cocaína.

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Ele explicou:

“Eu queria que tivéssemos deixado (What’s the Story) Morning Glory? se consolidar e que, depois, tivéssemos dado um tempo. Ainda estava em 5º lugar na parada da Billboard quando começamos a criar o ‘Be Here Now’. Eu queria que alguém brilhante e inteligente tivesse nos dito pra parar e viver um pouco. Mas fomos movidos pela juventude e cocaína.”

A influência de outras pessoas da órbita da banda também se provou negativa no fim das contas. O guitarrista completa:

“Pensávamos que tudo ficaria maior e melhor. Estávamos cercados por pessoas nos dizendo que era a melhor coisa que já tinham ouvido. Quando você é a vaca leiteira que põe os ovos de ouro, as pessoas sempre vão torcer para que as coisas deem certo, seja lá o que você estiver fazendo.”

Mesmo após tantos anos, a opinião de Noel a respeito do material não mudou. Para a revista Q em 2017, o compositor contou que só percebeu que o disco “não se sustentava” quando saíram em turnê. Para o site Substack no ano passado, ainda completou que a coletânea de lados B “The Masterplan” (1998) deveria ter saído como o terceiro álbum e não “Be Here Now”:

“‘The Masterplan’ teria sido o terceiro álbum perfeito. Mas o que está feito, está feito. É o maior arrependimento que tenho na minha vida profissional. Eu não estava consciente naquela época, estava drogado.”

Noel Gallagher e Tony Blair

Ainda durante o bate-papo com a Spin, Noel Gallagher também mencionou a ligação com o antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair. Em 1997, o guitarrista marcou presença em uma festa para comemorar a vitória do político nas eleições — protagonizando fotos que se tornaram célebres.

O candidato representava a corrente chamada de “Novo Trabalhismo”, uma espécie de terceira via. Posteriormente, acabou se envolvendo em polêmicas, sobretudo por coordenador a invasão ao Iraque em 2003. Uma investigação concluiu que o Reino Unido entrou no confronto prematuramente — decisão pela qual Blair pediu desculpas anos mais tarde.

Para Noel, não era possível adivinhar que o político teria tais posicionamentos: 

“Não tenho bola de cristal. Não sabia que ele ia virar um babaca. Eu tinha 30 anos, estava chapado de drogas e todo mundo me dizendo que éramos a melhor banda existente em muito tempo. Então o primeiro-ministro te convida para tomar uma taça de vinho. Por que não aceitar? Achei que faria minha mãe rir com isso. Não fui pensando: ‘estou indo e endosso todas as políticas deste governo’. Fui marcar presença.”

Hoje em dia, o guitarrista admite ainda admirar Tony, que deixou o cargo mencionado em 2007. Tanto é que, para a GQ em 2021, disse: 

“Quando Tony Blair apareceu e eu o ouvi falar, pensei — e ainda penso até hoje — que ele era ótimo. Ele foi a última pessoa [na política] que fez algum sentido para mim. A terceira via, ou política centrista, era uma coisa nova. Pensei: ‘isso é muito inteligente’.”

Oasis e “Be Here Now”

“Be Here Now” chegou a público em agosto de 1997. O clima em torno do grupo durante todo o período de criação era de nevasca, sobretudo pelas drogas. Liam havia sido detido em novembro de 1996 por posse de cocaína durante uma premiação.

As citadas sessões nos estúdios Abbey Road tiveram que ser remanejadas para algum lugar onde a banda tivesse mais privacidade, tamanho era o assédio dos tabloides ingleses. O local escolhido foi um estúdio localizado em uma fazenda em Surrey.

Com uma tracklist final de 12 faixas e 72 minutos de duração, o álbum ficou marcado pelas músicas longas. “D’You Know What I Mean?”, “Stand by Me”, “All Around the World” e “Don’t Go Away” saíram como singles.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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Conversando com a revista Spin em 2008, o artista confessou que gostaria de não ter lançado o terceiro álbum de estúdio, Be Here Now (1997). Para ele, a criação do disco acabou impulsionada pelos motivos errados: a sede da juventude e o vício em cocaína.

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“Eu queria que tivéssemos deixado (What’s the Story) Morning Glory? se consolidar e que, depois, tivéssemos dado um tempo. Ainda estava em 5º lugar na parada da Billboard quando começamos a criar o ‘Be Here Now’. Eu queria que alguém brilhante e inteligente tivesse nos dito pra parar e viver um pouco. Mas fomos movidos pela juventude e cocaína.”

A influência de outras pessoas da órbita da banda também se provou negativa no fim das contas. O guitarrista completa:

“Pensávamos que tudo ficaria maior e melhor. Estávamos cercados por pessoas nos dizendo que era a melhor coisa que já tinham ouvido. Quando você é a vaca leiteira que põe os ovos de ouro, as pessoas sempre vão torcer para que as coisas deem certo, seja lá o que você estiver fazendo.”

Mesmo após tantos anos, a opinião de Noel a respeito do material não mudou. Para a revista Q em 2017, o compositor contou que só percebeu que o disco “não se sustentava” quando saíram em turnê. Para o site Substack no ano passado, ainda completou que a coletânea de lados B “The Masterplan” (1998) deveria ter saído como o terceiro álbum e não “Be Here Now”:

“‘The Masterplan’ teria sido o terceiro álbum perfeito. Mas o que está feito, está feito. É o maior arrependimento que tenho na minha vida profissional. Eu não estava consciente naquela época, estava drogado.”

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Ainda durante o bate-papo com a Spin, Noel Gallagher também mencionou a ligação com o antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair. Em 1997, o guitarrista marcou presença em uma festa para comemorar a vitória do político nas eleições — protagonizando fotos que se tornaram célebres.

O candidato representava a corrente chamada de “Novo Trabalhismo”, uma espécie de terceira via. Posteriormente, acabou se envolvendo em polêmicas, sobretudo por coordenador a invasão ao Iraque em 2003. Uma investigação concluiu que o Reino Unido entrou no confronto prematuramente — decisão pela qual Blair pediu desculpas anos mais tarde.

Para Noel, não era possível adivinhar que o político teria tais posicionamentos: 

“Não tenho bola de cristal. Não sabia que ele ia virar um babaca. Eu tinha 30 anos, estava chapado de drogas e todo mundo me dizendo que éramos a melhor banda existente em muito tempo. Então o primeiro-ministro te convida para tomar uma taça de vinho. Por que não aceitar? Achei que faria minha mãe rir com isso. Não fui pensando: ‘estou indo e endosso todas as políticas deste governo’. Fui marcar presença.”

Hoje em dia, o guitarrista admite ainda admirar Tony, que deixou o cargo mencionado em 2007. Tanto é que, para a GQ em 2021, disse: 

“Quando Tony Blair apareceu e eu o ouvi falar, pensei — e ainda penso até hoje — que ele era ótimo. Ele foi a última pessoa [na política] que fez algum sentido para mim. A terceira via, ou política centrista, era uma coisa nova. Pensei: ‘isso é muito inteligente’.”

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“Be Here Now” chegou a público em agosto de 1997. O clima em torno do grupo durante todo o período de criação era de nevasca, sobretudo pelas drogas. Liam havia sido detido em novembro de 1996 por posse de cocaína durante uma premiação.

As citadas sessões nos estúdios Abbey Road tiveram que ser remanejadas para algum lugar onde a banda tivesse mais privacidade, tamanho era o assédio dos tabloides ingleses. O local escolhido foi um estúdio localizado em uma fazenda em Surrey.

Com uma tracklist final de 12 faixas e 72 minutos de duração, o álbum ficou marcado pelas músicas longas. “D’You Know What I Mean?”, “Stand by Me”, “All Around the World” e “Don’t Go Away” saíram como singles.

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