O ano era 1969 e Elvis Presley realizava mais um de suas temporadas em Las Vegas, onde passou boa parte dos últimos anos de vida. Em determinado momento, o Jethro Tull de Ian Anderson passou pela cidade do estado americano de Nevada. À época, o grupo divulgava seu segundo álbum, “Stand Up”, recém-lançado.
A possibilidade de um encontro foi oferecida à banda. Porém, motivado por sua habitual discrição, Anderson recusou – também mencionando a situação em que o rei do rock se encontrava. O vocalista e multi-instrumentista relembrou o ocorrido à revista Prog, em publicação de 2022.
Ele contou, conforme repercussão do American Songwriter:
“Eu nunca fui realmente um grande fã de Elvis, mas suponho que as primeiras canções que ele gravou foram parte do meu fascínio infantil pela música. Fiquei simplesmente chocado com a comercialidade e a banalidade de tudo isso. Ele estava claramente fora de si, arrastando as palavras. Não sabia onde estava, parava a banda no meio da música. Simplesmente não era a maneira de se ver Elvis.”
Jethro Tull e Elvis Presley
Foi quando alguém que trabalhava para Elvis notou a presença da banda na plateia. O passo seguinte foi convidá-los para uma troca de gentilezas.
“Eu respondi: ‘Diga ao Sr. Elvis que é uma grande honra estar aqui esta noite. Mas temos um show amanhã. Estamos um pouco cansados e precisamos dormir cedo’.”
Obviamente, o representante do astro não estava preparado para uma reposta do tipo, o que o fez insistir. Mas a resposta se manteve.
“Eles disseram: ‘Não, você não está entendendo. Elvis vai te ver nos bastidores, no camarim’. Eu pensei: ‘Isso não é um convite. É uma p**** de uma instrução’. Acho que alguns membros da banda ficaram irritados. Mas eu me senti tão envergonhado por Elvis e não queria piorar as coisas. Obviamente, ele não teria a mínima ideia de quem éramos — não importa o que eles dissessem.”
Ian Anderson não queria mentir
Em outra entrevista, resgatada pelo canal Rocket 88, Anderson reconheceu que não desejava mentir para Presley em relação à performance que assistiu.
“Elvis era claramente um cara tão inseguro que precisava estar cercado o tempo todo por pessoas dizendo o quão maravilhoso ele era, daí o convite para vê-lo depois do show. Eu quase podia sentir o cheiro da ameaça de um pequeno revólver sendo carregado e levado ao camarim de Elvis para fingirmos ser bajuladores.”
O Jethro Tull foi embora vestindo os smokings alugados especialmente para a ocasião. Elvis viveria até 16 de agosto de 1977, sendo devidamente bajulado por todos ao seu redor.
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O britânico Ian Anderson viu, e sentiu de perto, a cultura de marketing forte daquele pais. Não é uma critica, é apenas um comentário sobre as características de tal lugar.
Afinal, marketing é importante desde que não atrapalhe a qualidade musical. E ele tem razão, a melhor fase de Elvis foi no rock n roll/rockabilly da década 50s.
Como dizia Raul Seixas, ”rock n roll como movimento, morreu em 1959”. Elvis foi para o exército, e voltou meio caretão, com singles românticos de soundtracks de filmes, em Hollywood e os gritos roqueiros ficaram para trás.
O Jerry Lee Lewis teve uma turnê inteira cancelada, pelo escândalo da união com sua prima.
Em 1959, a tragédia também chamada de ‘The day the music died’, que vitimou no mesmo voo; Buddy Holly, Ritchie Valens e The Big Bopper, além do piloto Roger. Em 1960, Eddie Cochran também morreu precocemente, e Little Richard começou a focar na musica gospel. Ai veio o Twist, depois Rolling Stones e Beatles, e etc.